7 - passaporte de ida

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Estava sentada encostada na mesma árvore que me refugiei no primeiro dia, a luz do lampião fazia sombras fantasmagóricas a minha volta, riscava alguns desenhos aleatórios na Folha de caderno que tinha encontrado entre uma caixa de suprimentos e olhei de soslaio para o pequeno diário ao meu lado, depois de insistir muito e ter que pedir para o Chuck me ajudar, conseguimos convencer Minho de pegar escondido o diário das coisas do Alby, o que foi bastante engraçado de assistir quando ele saiu resmungando em direção a casa de mapas como se estivesse cometendo um crime.

Já estava mais conformada de não me tornar corredora e estava tentando distrair-me dos meus próprios pensamentos quando ouvi alguns galhos sendo quebrados a medida que alguém se aproximava, olhei para cima e vi Newt.
- O que faz aqui? - Perguntou e observei com os olhos atentos um dos besouros robôs subir por uma árvore um pouco mais a frente.
- Estou desenhando. - respondi um pouco mais rude do que pretendia.
- Ainda está brava? - Perguntou com um suspiro.
- Não, eu já me conformei. - Respondi e o observei sentar ao meu lado.
- Você é uma garota complicada, alguém já te disse isso?. - Ele Resmungou, dei de ombros.
- Eu me acho bem simples. - Falei fazendo um homem de varetinha em uma Folha avulsa do caderno.
- Lembrou-se de algo? - Perguntou, neguei frustrada.
- Não li o Diário ainda, meus pensamentos estão uma bagunça, mas no dia do conclave me lembrei de ter um irmão. - Falei franzido o cenho. Havia me esquecido de contar a ele.

- Que sorte, talvez ele possa estar te procurando. - Newt murmurou se sentando ao meu lado.

- Eu não sei, lembro de vê-lo desenhando um labirinto. - Respondi e um silêncio pesado se instalou entre nós, era óbvio o que ele estava pensando, quem colocaria a irmã naquele lugar? Mas não dava para ter certeza que a culpa era dele, deveriam ter outros envolvidos.

- Você parece bem distraído nos últimos dias. - As palavras escaparam da minha boca em uma tentativa de mudar de assunto, corei ao imagina-lo achando que eu prestava atenção nele durante o dia. 

O que não era totalmente mentira. Ele piscou.
- Andei pensando em algumas coisas que aconteceram... Mas não se preocupe, eu estou bem.  - Respondeu olhando para o céu além das copas das árvores.
- Entendi. - Murmurei ao ver que ele não se aprofundaria no assunto.
- O que você está desenhando? - Perguntou,  conclui meu desenho que nada mais era que uma péssima versão dos clareanos em "palito" com o Alby tendo um par de chifres no meio e o mostrei.
- Aprecie, a minha maior obra de arte. - Falei um sorriso surgindo em meu rosto ao ver a careta que ele fez, mas em seus olhos havia um brilho divertido.
- Você é péssima, esse aqui seria eu?. - Perguntou apontando para um dos desenhos, não estava realmente bonito, tentei continuar séria mais acabei dando uma leve risada.
- Sim, desculpe. Não sou boa em desenhos, mais distrai um pouco. - Comentei com um suspiro e mal notei o quão próximo ele estava, a lateral de seu corpo encostado no meu e sob as luzes do lampião o rosto dele parecia meio corado, mas seus olhos estavam encarando algo a frente, senti meu coração se acelerar e uma ideia meio ousada surgiu em minha mente.
Estiquei as pernas sob o chão de terra e indiquei com a mão para que ele se deitasse.

- Você... Você gostaria de ficar um pouco aqui, comigo? - Perguntei minha voz falhando em dizer para ele o que queria e se transformando naquela pergunta sem sentido, ele pareceu confuso por alguns momentos, mas então meio envergonhado ele deitou a cabeça sobre meu colo em silêncio. Seus olhos pareciam meio tristes e depois de pensar muito se deveria ou não, levei meus dedos aos seus cabelos, e comecei a deslizar minha mão entre eles em um carinho.

- Você não esta muito bem, não é? - Perguntei e ele desviou os olhos do céu para o meu rosto.
- Não estou muito contente, mas vou ficar. - Respondeu e corei ao me ver olhando demais para o seu rosto.
- Depois eu que sou complicada. - Resmunguei de forma gentil. ele sorriu minimamente.
- O que quer dizer? - Indagou.
- "Andei pensando em algumas coisas que aconteceram..." - Repeti o que ele tinha dito antes falhando horrivelmente em imitar seu tom de voz, ele corou.
- Agora, neste momento, ainda está brava comigo? - Perguntou novamente.
- Não, não estou, não fiquei brava a sério, só exagerei um pouco, desculpe. - Respondi me distraindo com seus fios macios. - Se quiser conversar, estou aqui. - Falei em um sussurro, ficamos alguns minutos em silêncio algumas vezes me pegava olhando seu rosto me perguntando o que passava por seus pensamentos.
-Sabe antes eu não me importava de morrer, já estava cansado de estar neste raio de lugar, mais ultimamente. - Ele engoliu em seco e abriu os olhos me olhando.  - Acho que estou com um pouco de medo. - Falou corando um pouco e desviando o olhar.
- Talvez você tenha encontrado algum motivo para querer continuar. - Sugeri ouvindo o barulho do labirinto mudando.

The Maze Runner --- Is it love? ---  [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now