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ASSIM QUE CHEGUEI EM CASA, corri para o meu quarto e liguei o notebook.

Sentei-me na cadeira, e deixei que Ravenna se acomodasse em meu colo.

Conectei o pen drive, e abri suas pastas.

Quase todas estavam vazias. Abri a única com um arquivo e comecei a ler.

[A aparição de lobos gigantes em Los Angeles. Na noite desta terça-feira, cinco universitários foram atacados nos arredores da cidade. Segundo o único sobrevivente, eram seis lobos enormes, que os atacaram e se alimentaram da carne de seus colegas. Ele alega também ter visto uma pedra azul aprofundada nas costas dos lobos. A polícia está em estado de alerta para capturar os animais, mas até agora não há pistas de seus paradeiros.]

Agora eu estava apavorada. Em menos de dois dias tenho Lilian, Cara e agora lobos para me preocupar.

Agora já chega, pensei.

Levantei-me da cama e resolvi que precisava ver Lilian.

* * *

- Oi Lilian. -Falei quando me aproximava de sua cama. - Trouxe o que me pediu. Como esta se sentindo?

- Oi. Estou péssima, ainda sinto enjoos e quase não consigo respirar. Maldito Acidente.

Olho para ela um pouco confusa.

- Mas isso já devia acontecendo antes, uma bactéria não causaria tantos problemas em tão pouco tempo. No mínimo você deveria estar sentindo indisposição.

- Não, eu estava ótima. Se sentisse indisposição, enjoos ou falta de ar não conseguiria aguentar os treinos de líderes de torcida.

Isso me parece um pouco estranho. Como ela não sentira nada?

Mas não queria perturba-la com o assunto, pois estava pensando seriamente em aceitar a ajuda de Cara.

Então mudei de assunto:

- E tia Ania? Passou a noite aqui com você?

- Sim. Ela tentou disfarçar, mas acabou chorando muito a noite. Queria não poder magoa-la tanto. - Ela sussurrava com uma voz de lamentação.

- Pare de se culpar, vamos dar um jeito nisso. Você verá.

Ficamos conversando até tia Ania chegar. Mandei-a para casa, e garanti-lhe que não sairia de perto de Lilian, e dormi ao seu lado na cama de hospital.

* * *

A noite acordei, e percebi que Lilian estava vomitando em um recipiente ao lado da cama.

Coloquei a mão em seu ombro, em um sinal de apoio, e esperei que terminasse.

Assim que terminou, levei-a até o banheiro para que pudesse escovar os dentes, e fui para o quarto para esvaziar o balde.

Dei uma rápida olhada dentro dele, e segurei a vontade de vomitar também. Dentro havia puro sangue.

Esvaziei-o na privada e ajudei-a a se deitar novamente.

Em poucos minutos ela pegou no sono.

Fiquei em silêncio, deitada a seu lado acariciando seu cabelo, enquanto pensava no que Cara poderia me oferecer para ajudá-la. E o pior, o que ela queria em troca.

ReflexoWhere stories live. Discover now