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JÁ É SEXTA. E MAL POSSO esperar para saber o que me aguarda amanhã.

Desde o cinema não sei o que anda acontecendo comigo. Como se meu lado obscuro e selvagem estivesse tentando sair. Mas não foi só o que eu sentia.

Estávamos na fila do cinema, quando um idiota tentou agarrar-me pelas costas, e não sei como, mas quebrei seu braço.

Tia Ania disse que eu não estava certa de quebrar o braço do rapaz e que eu poderia ter chamado Arthur para me tirar de lá. Apesar que Arthur teria quebrado mais do que o braço. Já o vi fazer isso outra vez para me defender.

Estou meditando e procurando na internet algo a respeito. Mas parece uma loucura me preocupar com uma adrenalina momentânea.

* * *

São sete da noite, preciso ver Arthur. Vou ver Cara amanhã a noite como ela sugeriu, eu sei que não posso contar ou levar ninguém. Mas independente do que for preciso ver ele.

Tia Ania e Lilian resolveram ver alguns tecidos para o vestido de Lilian, então tenho a casa só para mim.

Liguei para ele e pedi que viesse aqui em casa para assistirmos ao jogo de basquete.

Pouco tempo antes do jogo ele chegou.

Fiz alguns tacos, e brigadeiro de panela para a gente.

Assistimos ao jogo, como fazíamos antigamente, resumindo antes dos problemas começarem.

Quando o jogo terminou, e por sinal empatado, ele me pediu para ver Ravenna.

Subimos a escada, que rangia a cada passo.

Ele entrou quase correndo em meu quarto, pegou Ravenna em seu colo e começou a acaricia-la.

- A Ravenna que saudade de você.

- Ela também estava sentindo muito a sua falta.

Ravenna é muito esperta. Sei que ela não fala, mas sempre dá um jeito de se comunicar. E quando esta com saudades de Arthur, pega uma camisa velha dele que está aqui em casa a anos, e a deixa em cima da minha cama.

- Percebi. - Disse ele aos risos, segurando a sua camisa.

Sento-me a seu lado na cama, e passo a mão sobre o pelo liso da gata que ronrona em seu colo.

- Obrigada Arthur. - Sussurro.

- Pelo que?

- Por ser a pessoa mais incrível desse mundo.

Ele se aproxima um pouco mais de mim.

- De nada então.

Quando levanto a cabeça, nossos olhos se encontram. E surge um silêncio reconfortante entre nós.

Até que retiro meus olhos dos dele e fixo em qualquer outra coisa.

Eu sempre me sinto tão vazia, tão frágil. Mas com ele é como se eu fosse a pessoa mais corajosa do mundo.

Pois sei que ele sempre me protegerá.

- Por favor, me dê um abraço. - Sussurro de novo, mas sei que ele escutou.

Ele se aproxima e me abraça.

Ficamos assim até que ele desfaz o abraço, e me beija.

Talvez eu nao conseguisse responder ao que estava acontecendo. Eu sempre fui lenta e emocional demais para que aquilo me fizesse paralizar o tentar recuar. Isso não significa que não era o que eu queria. Eu só tinha medo de que mais tarde eu conseguisse ser uma completa idiota e estragasse tudo. E talvez fora exatamente isso que acontecera depois.

ReflexoOnde histórias criam vida. Descubra agora