8. amor

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Existe um fato sobre mim e Jerome; somos mais parecidos do que qualquer par de gêmeos já foi. Não apenas por toda a história comovente de matricídio e patricídio, e sim, por havermos uma linha de poder quase idêntica. Eu era suja porque o queria, e ele me amava porque me odiava. Somos um casal ou não?

— Nós não somos um casal, Lemoine. — ele me chamou pelo sobrenome, ele nunca me chama pelo sobrenome.

Só quando estava bravo.

— Mas podemos ser. — disse eu antes de beijar sua bochecha esquerda.

Será?

— Não. Nós não podemos. — pare de mentir com essas palavras mentirosas.

Inibição. Sem dor, sem pecado.

Me senti assim quando beijei o rosto dele novamente. É assim toda vez que estou ao redor dele, em seus braços. Ele não é inocente, seu instinto de pureza não existe mais. E a minha também não. Se foi no momento em que eu toquei meu pobre pai com outras segundas, terceiras e infinitas intenções.

Eu sorri, sorri de novo, e continuei sorrindo quando ele passou as mãos pelo meu pescoço e me puxou em direção ao seus lábios. Já perdi as contas de quantas vezes já provei do gosto ácido da boca apetitosa do meu amor, me sinto um pouco mais insana quando estou com ele.

Je-ro-me.

Esse é seu nome. Ele me revelou enquanto me coloca de joelhos em sua frente, suas mãos segurando meus cabelos, me dizendo para repeti-lo quando mandasse. Ele acabou de me dizer que é isso que homem e mulher fazem. Eu sei disso. O safado do meu pai costumava dizer o mesmo. Ele sorriu, sorriu de novo e continuou sorrindo. O cabelo ruivo lhe tampou as duas pérolas verdes de seu rosto, mas seu jeito doentio era suficiente para entregar que ele olhava para mim.

— Eu sei que você tem problemas com o papai.

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All the love.

DADDY ISSUES, j. valeskaΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα