10. essência

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Por favor, se aproxime para mais perto de mim. Prometo que não irei mordê-lo...

Ao menos que peça

Não posso... Não, não posso controlar meu instinto agressivo e desesperado, de puxar os cabelos de Jerome enquanto o beijo. É engraçado, pois ele faz o mesmo comigo. Será que ele se sente da mesma maneira que eu? Impotente. Incapaz de me afastar de seus braços e separar meus lábios dos seus?

A pele de Jerome é gelada ao toque. Posso sentir suas mãos calejadas deslizando em torno do meu pescoço, traçando um caminho torto e indelicado em volta do meu nódulo. Suas mãos param ali. Me enforcam.

Não pare agora.

— Você é malvado. — forço ao máximo para que minha voz saia audível. — É sexy.

Ele sorri. O mesmo sorriso de semanas atrás quando me viu pela primeira vez. Então tudo se repete. Os problemas com o meu pai. O ódio pela minha mãe. Eu me lembro dele, do meu pai. Sinto um formigamento estranho no meu baixo ventre toda vez que meus olhos se chocam com os de Jerome.

De todos os rapazes do mundo, porque justo esse tem que se parecer com o desgraçado do meu pai?

Mas, não pare agora.

— Qual é o nível da sua tolerância a dor? — meus olhos lacrimejam, porque Jerome fala enquanto continua a enforcar-me.

Aquele sorriso sádico de quem aprecia a dor aparece em seu rosto. A essência dele está ligada a sorrir, por mais que eu tente, não posso evitar em fazer o mesmo. Minhas lágrimas deslizam até o canto dos meus lábios. Pela trigésima vez no dia, a minha boca se encaixa com a dele. Perto demais. Perigoso demais. O meu pai me feriu.

Jerome me feriu.

Quanto mais ele me batia mais eu queria amá-lo. No entanto, esse é o motivo pelo qual odiá-lo é impossível.

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All the love.

DADDY ISSUES, j. valeskaWhere stories live. Discover now