11. sua

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Eu grito o seu nome. De novo, de novo e de novo.

Não me canso. Você me disse que gostaria que eu fizesse isso. Eu fiz. Não foi isso o que você ordenou, Jerome? Não foi você quem me pediu para gritar o seu nome enquanto me fodia?

Eu fiz.

Espero que esteja satisfeito. Estou voando agora, no falso paraíso que é o seu corpo. Não sou burra, todos me avisaram sobre você. Aquele policial, o tal do Jimbo, como você prefere chamá-lo, me disse que tudo o que estava acontecendo entre nós dois era falso. Era mentira.

Então eu não sou tão sua assim como eu achei que era? Como você mesmo me disse. Achei que você me amasse. Você está metendo fundo agora. Está fodendo a minha alma até a última gota. Eu deveria saber que você me trataria assim, feito um brinquedo que você usa toda vez que te dá na telha.

Os erros dele refletem os meus.

— Diga o meu nome.

Claro. Eu fiz. Eu fiz tudo o que você me pediu, porque seria diferente agora? Você é uma praga. Uma doença. E eu sou ainda mais doente por te amar. Que pessoa horrível eu sou...

Mas o horror, o horror foi por amor. As coisas que fazemos por amor como estas são feias, são loucas. Cheias de suor e arrependimento. O amor te queima, mutila e te torce de dentro para fora sem nenhuma delicadeza. É um amor monstruoso, e faz de nós monstros.

Eu sou sua, Valeska. Será que você também é meu?

— Jerome.

Eu fiz. Eu era uma vadia. Continuo sendo.

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All the love.

DADDY ISSUES, j. valeskaWhere stories live. Discover now