4. otimista

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Como prometido, e uma promessa é uma obrigação, mostrei para ele minhas inúmeras cicatrizes gravadas em torno do meu corpo. Todas as marcas, gravadas com violência e abuso.

De alguma maneira, ele não queria saber das cicatrizes, mas sim, de como elas foram parar ali. Cada linha, cada imperfeição. Todos os defeitos deixados no tecido epitelial, até os mais profundos, que chegavam a doer na alma toda vez que eu me lembrava.

Não pude deixar de sentir os arrepios que minha pele sofria, toda vez que os dedos gélidos e calejados dele batiam de encontro com minha pele morna e sofrida. Ele poderia fazer aquilo pelo dia todo, sem parar, sem se cansar.

— Gosta do jeito que toco sua pele?

Seus lábios se moveram mais rápido do que suas mãos. Ágeis e joviais. Céu, inferno e terra. Ele age como o meu tal pai agia. Sem medo, sem preocupação.

Gosto. — tanto assim?

Gosto. Gosto do jeito que os lábios rosados dele se movem, e gosto por gostar disso. Afinal, não sobrou ninguém mais no mundo de quem eu goste. Porque não amar um psicopata sociopata americano?

Ele sorri a todo momento, não cansa.

— Minha vez de mostrar uma coisa.

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All the love.

DADDY ISSUES, j. valeskaWhere stories live. Discover now