Engole o choro, guerreira.

Motivos para sorrir

- Em dezembro vou fazer quinze anos.- dizia Ana.

- E vai ter festa?

- Vai sim, minha mãe até alugou um salão...- Ana parou de falar e Helena percebeu um lampejo de  tristeza em sua face.

- Tenho certeza que vai ser tudo lindo, sua mãe tem muito bom gosto.

- Tem mesmo.

- E você quer ser o que?- Paulo mudou de assunto.

- Ainda não sei, acho que médica ou advogada.

- São profissões bem diferentes.

Helena ficou satisfeita ao ver a sensibilidade de Paulo ao conversar com sua filha.

- Entra Paulo, vou passar um cafezinho.- convidou Ana ao chegarem.- Pode ficar a vontade.

Helena sentou-se no sofá para esperar o café e fazer sala ao homem.

- Mãe trouxe alguma coisa pra mim?- Guilherme chegou correndo.

- Filho, onde está sua educação? Diga oi para o Paulo.

- E ai,beleza?

- Guilherme. Fala direito.

- Tudo bem, Helena. Comigo está tudo beleza e com você?

- Beleza. Você sabe jogar futebol?

- Apois sei sim. Você joga?

- Você tem o mesmo sotaque da Carmosina.- Guilherme riu.

- O Paulo é de Sergipe igual a mamãe.- Ana trouxe uma bandeja com xícaras e um bule com café.

Conversaram por algum tempo e Paulo dava atenção a tudo o que os adolescentes falavam. Quando disse que ia embora, recebeu convites para voltar outras vezes e prometeu voltar.

Paulo cumpriu a promessa e por muitas vezes voltou para visitá-los, tomava café, jogava futebol e videogame, ajudava nas lições de casa e acompanhava Helena nos preparativos da festa da filha.

No dia da festa todos acordaram cedo.

- Nem acredito que conseguiu convencer esse rapaz a cortar o cabelo.- falou Helena ao ver Paulo chegar com Guilherme.

- Fala ai, eu fiquei um gato né?

- Ficou mesmo, mas agora vamos rápido para o salão que temos muito trabalho por lá.

- Eu levo vocês e faço questão.- disse Paulo.

Helena sorriu.