Engole o choro, guerreira.

Voltando a sonhar

- Está me dizendo que vou ser pai?

- Sim.- respondeu Helena.

Luis Guilherme levantou-se e ajoelhando-se na frente dela, beijou sua barriga.

- Vou ser pai, obrigado Helena, obrigado meu amor.- falava ele com a voz embargada.

Na manhã seguinte, Helena foi acordada com um beijo suave e uma surpresa: Luis havia preparado seu café da manhã.

- Acordei tarde.

- Meu amor, você tem que dormir bem e se alimentar melhor ainda agora que carrega nosso bebê.

Helena sorriu.

- Depois do almoço iremos ao médico, marquei uma consulta para você.

- Você não vai trabalhar?

- Primeiro a minha família.

A notícia da gravidez transformou Luis Guilherme completamente, ele estava atencioso com a esposa, cuidadoso e gentil.

- Podemos ouvir o coração doutor?- perguntou ansioso.

- Ainda não, o bebê é muito pequeno.- respondeu o médico enquanto media a barriga de Helena.- Mas está tudo bem com o bebê.

- Como pode saber?

- Calma meu amor.-pediu Helena.

- Calma papai, entendo sua preocupação, mas as medidas estão normais. Vou passar umas vitaminas para você Helena e podemos marcar sua próxima consulta para o mês que vem.

- Tão distante assim?- Luis Guilherme estava preocupado.

- Se você precisar é só telefonar ou vir à clinica.

- Não gostei desse médico.- disse ele quando estavam no carro.

- Meu bem é assim mesmo. O doutor Gilberto é experiente.

- Sei disso minha vida, mas ele não pediu nenhum exame. Ouça ficarei mais tranquilo se formos a outro médico.

Helena concordou e Luis Guilherme abriu um lindo sorriso.

- Onde vamos?- perguntou ela notando que não voltavam para o apartamento.

- Vamos a uma imobiliaria. Liguei pela manhã e disse que precisamos de uma casa. Nosso filho vai precisar de espaço para correr.

Foram levados pelo corretor à três casas diferentes, todas com piscina e jardim, Luis Guilherme pedia a opinião de Helena em tudo. Juntos escolheram uma casa enorme, com quatro quartos em um bairro seguro.

Helena era a pessoa mais feliz do mundo, sua gravidez trouxe de volta o homem amoroso que conhecera em um hotel em Sergipe.

Para não deixá-la sozinha o marido havia convencido Cecilia a deixar as demais clientes  para estar com ela.

Os dias eram agradáveis com Cecilia, as duas passavam horas folheando revistas de decoração para escolher móveis. Com o auxilio da amiga Helena contratara uma empregada e um motorista.

- Atenção todos.- pediu Luis Guilherme numa tarde em que levara Helena ao escritório.- Essa é minha esposa, como sabem, gostariamos de dividir com vocês nossa felicidade e anunciar que estamos grávidos.

Entre aplausos e gritinhos dos demais, Helena percebeu a palidez de Patricia que quase desmaiou e precisou sentar-se numa cadeira para não cair.