Engole o choro, guerreira.

Deixando o ninho

- Quem diria hein? Helena com aquela cara de santa e toda cheia de recato, agarrada com o motorista?- falou Patrícia enquanto Luis Guilherme se vestia.

- Você tinha que ver a petulância do sujeito dando ordens aos meus filhos.

- Pelo que você contou, a Ana não aceitou muito bem seu retorno.

- Ficou indiferente, o Guilherme ficou feliz. É um garoto muito bonito e não deixou a mãe me escorraçar.- Luis Guilherme apertou os lábios com raiva.- Aquelazinha pensa que é gente, vou colocá-la em seu devido lugar.

- Você precisa atacar onde dói mais. E não é no emprego, mas nos filhos.

Luis sorriu ao ouvir isso. Patricia riu alto.

- Eu estava pensando- disse ela,- Será que a Helena e o motorista já saiam quando vocês estavam casados?

Luis Guilherme avançou sobre ela e segurando-a firme disse:

- Nunca mais repita isso!- e furioso, jogou-a sobre a cama.
...............

- A mamãe pode não gostar de ver o senhor aqui.- avisou Ana, assim que o pai os deixou em casa.

- E vocês vão ficar sozinhos até ela chegar do trabalho?

- Na boa pai, somos grandes e estamos acostumados.- respondeu Gui.

- Sua mãe vai demorar mesmo, o que acha de dar uma volta comigo? Eu te deixo dirigir.

- Sério? Já é.

- O Gui é menor de idade não pode dirigir.- disse Ana.

- É só uma voltinha por aqui mesmo, você pode vir junto se quiser.

Ana fez que não e agradecendo, entrou em casa.

Helena evitava falar sobre Luis Guilherme, deixando claro aos filhos que não o queria por perto mas que não os impediria de ver o pai.

Luis convencera os filhos a voltarem a estudar na escola particular, e após algumas semanas convenceu Guilherme a ir morar com ele.

- Gui, sua mãe vai sofrer com sua decisão.-falou Paulo.

- Vai sofrer por quê? Eu vou morar com meu pai, não vou morrer. 

- Deixa ele ir, Paulo. Mas saiba Gui, que eu vou estar aqui, quando você precisar.- Helena abraçou o filho chorando.