9 - Nervos a flor da pele.

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Acordei com uma dor insuportável em todos os ossos do meu corpo, me sentei na rede com uma careta, claro que ia doer, eu não corria a não sei quanto tempo e fugir de um monstro não foi nada fácil ou divertido.
Pela posição que o sol se encontrava supôs que tinha dormido mais que o normal.
Me levantei e caminhei até a cozinha do caçarola, o trajeto parecia ter aumentado vários metros, aquele realmente não estava sendo um bom início de dia.
- Melissa bom dia.- Minho cumprimentou com um tapa não muito delicado em minhas costas, ele parecia normal, o lancei um olhar com raiva.
- O que? Não está se sentindo bem? - Ele perguntou, caçarola veio até mim curioso.
- Se estar sentindo todos os ossos quebrados é estar bem, então eu estou ótima.- Ironizei, me pondo a caminhar no gramado, os clareanos pareciam estar entretidos em seus afazeres, Minho me seguiu.
- A triste realidade de pessoas sedentárias.- Ironizou com um suspiro debochado.
Estava prestes a entrar onde os machucados e doentes ficam quando Gally esbarrou em mim, saindo furioso do lugar.
- Ei.- Reclamei tocando meu ombro. Qual era o problema?.
- Não enche garota.- Ele reclamou se afastando.
- Você é um exemplo de educação. - Reclamou Minho mais Gally pareceu não ouvi-lo, adentramos onde Alby estava inconsciente e conforme nos aproximamos podíamos ouvir a voz de Newt alterada.
- Não Thomas! Olha vocês... Acabaram de voltar, definitivamente não a necessidade de se arriscarem lá fora de novo.- Entramos no "quarto", Newt estava em pé e parecia irritado, Thomas estava do outro lado da cama de Alby, olhando Newt com uma Expressão ansiosa.
- Qual o problema? - Perguntei. 

Newt cruzou os braços e olhou Minho antes de me olhar.
- Thomas quer voltar no labirinto.- Explicou, Thomas me olhou como que pedindo ajuda, desviei o olhar e olhei pela janela, era impressão minha ou o sol vinha aparecendo com menos intensidade ultimamente?
- Eu sei o que eu digo, Mel é a prova que os verdugos sumiram, como se tivessem caído em uma grande abertura e evaporado, vimos apenas um. - Thomas falou, concordei.
- Sim, bem... Vimos apenas um. - Olhei Newt.- Acho que Thomas tem razão, talvez a nova área aberta tenha algo novo, ou mesmo no local onde o Verdugo caiu.- Apoiei Thomas.
- Voltamos antes do almoço.- Falou Minho, que até então tinha se mantido em silêncio.
Newt desviou o olhar, parecia cansado e olhou para Alby por alguns segundos.
- Isso bom. Tomem cuidado. - Rendeu-se.
Thomas tocou amigavelmente o ombro do loiro.
- Nós vamos sair daqui.- Ele falou, Newt o olhou e concordou.
- Certo, vão logo, mais lhes aviso que se algo der errado não tragam seus traseiros para perto de mim.- Avisou e Minho pareceu achar graça.

 - Tudo bem Alby.
Newt fez uma careta, mas não retrucou a brincadeira.
- Levem Caçarola e alguns garotos com vocês.- Pediu, Minho assentiu e me olhou.
- Melissa se quiser vir conosco está é sua chance.- Falou o coreano com um sorrisinho de canto. "Sério?" Ergui as sobrancelhas, eu realmente queria ir, mais estava dolorida e não queria preocupar ainda mais Newt, eu sabia que ele não iria se opor se eu quisesse ir, mais mesmo assim neguei.
- Não, já tive minha cota de corrida essa semana.- Falei dando um sorriso fraco.
- Sedentária.- Resmungou e deu uma piscadela.
- Não sou. - Reclamei e o observei sair.
Newt ficou olhando para onde Minho saiu e olhou para mim.
- O que? - Perguntei calmamente, ele balançou a cabeça como se quisesse parar de pensar em algo.
- Nada.
- achas que Alby sai dessa? - Perguntei e ele concordou se aproximando.
- Certamente, Até parece que não conhece o Alby. - Ele tocou meu cabelo gentilmente.
O olhei.
- Esta tudo bem? - Perguntei o olhando ele deixou de tocar meu cabelo parecia incomodado, triste talvez?.
- Ei... - Chamei sua atenção, ele repentinamente se aproximou, envolveu os braços a minha volta com gentileza, hesitei surpresa antes de retribuir o abraço.
- Você é uma garota boa Mel, mais não pode carregar o peso de dois. - sussurrou no meu ouvido, sua voz estava melancólica e só fez minha preocupação aumentar. 

Ele se afastou.
- Newt, o que isso significa?  - Perguntei o olhando mais ele não respondeu e saiu do quarto.
Eu estava tentando ajudá-lo e agora pensando bem, ele deixou claro que dispensava minha ajuda.
Clint entrou pela porta e sorriu.
- Bom dia Mel.- Cumprimentou.
- Bom dia.- Falei minha voz saindo mais seca do que eu queria.
- Tudo bem contigo?- Ele perguntou franzindo o cenho.
- Sim. - Respondi tratando de fingir um sorriso sereno.
chequei a temperatura de Alby, a febre tinha caído consideravelmente, eu sentia que logo, logo ele despertaria.
- Como ele está? - Perguntou.
- Está melhorando, acho que logo acordará.- Ele sorriu aliviado, Clint tinha se tornado um bom amigo desde que passamos a trabalhar juntos.
Conversamos sobre como tudo andava estranho recentemente e de repente a ideia de sair começou a me deixar mais nervosa do que eu imaginava.
Clint me olhou.
- Se acharmos a saída... Muitos de nós irá morrer não é? Não acho que será fácil sair daqui, mas as vezes penso que seria mais difícil com as memórias, porque nos lembraríamos uns dos outros, tornaria tudo ainda mais doloroso não acha?  - Ele perguntou, acho que o encarei de maneira duvidosa pois ele ergueu as mãos.
- Desculpe, eu acabei ouvindo uma conversa sua com o Newt.- Admitiu envergonhado e se arrumou na cadeira de madeira, olhei pela janela, eu não tinha uma resposta para aquela pergunta, ou simplesmente não queria admitir, todos ali tinham um propósito, eu só não conseguia me recordar qual era.
Vi Chuck atravessando o gramado com uma cesta de coisas em direção a cozinha.
- Clint, acho que independente do que vir acontecer, Thomas tem razão, esse não é o nosso lugar, com memórias ou não, talvez tenhamos tenha famílias lá fora, nossas famílias.- Expliquei e ele ficou em silêncio, seria como um sonho saber que tenho pais, um sonho que infelizmente parecia muito distante.
Deixei Clint observando Alby e fui até a cozinha.
O almoço tinha passado e eu nem tinha percebido, estava morrendo de fome, abri a portinhola da cozinha que estava estranhamente sem ninguém.
fitei a cozinha pensativa, talvez se eu pegar uma maçã ninguém perceba.
Caminhei um pouco desconfiada e olhei em volta para checar que estava sozinha mesmo.
Certo, minha situação por aqui não estava muito boa e ser pega furtando comida pioraria ainda mais, só que não podia evitar, me abaixei no balcão e abri o grande cesto de maçãs,  não eram as mais bonitas mais serviriam, tratei de pegar uma e a colocar no bolso quando ouvi a porta abrir.
Olhei para cima.
- Acho que Alby tinha razão quando disse que os ratos não haviam acabado. - Caçarola falou cruzando os braços.
- Hã. - O olhei com um sorrisinho.
- Boa tarde! Estou arrumando cozinha pra você. - Eu era péssima em mentir, ele ergueu uma sobrancelha. 

The Maze Runner --- Is it love? ---  [EM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora