CAPÍTULO VINTE ×

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Se eu falasse que queria o Ricardo agora comigo eu não estaria mentindo, mais deus lá sabe o que meu pai iria fazer se ele aparecesse aqui.

Mamã está sentada no canto da parede o chão está forrado de sangue o disparo acertou na coxa esquerda da mamãe.

- Mãe. - Grito ao ver o sangue jorrando da sua perna

- Fique aonde está. - Falou meu pai e apontando a arma para me. - Pai tá tudo bem, tá tudo bem. - Digo mais ele não abaixa a arma.

- Não está nada bem. Minha filha engravidar antes dos dezoito, meu filho e viado e minha mulher me trair, não tem está nada bem.

Ao ouvir aquelas palavras eu não consigo não olhar para mamãe, ela o traiu mesmo?  Meu pai aparenta estar bastante embriagado e revoltado, mas ainda não acredito nisso.

- Deve ser um engano pai, ela precisa de um médico, vamos leva-la depois conversamos.

- NÃO ME CHAME DE PAI. - Berra ele levantando a arma contra me. - E ninguém vai a lugar algum.

Uma parte de me está preso aqui, sem saber o que fazer meu pai bebo e armado, mais outra parte está com medo, o Ricardo ele deve ter ouvido o tiro e não vai fica lá embaixo esperando ouvir outro tiro.

- Não estou sentindo minha perna. - Falou minha mãe chorando e fazendo apertar meu coração. Fiz menção de ir até ela, mais só com o gesto estendendo a arma sou contido pelo papai.

- Que peninha não vai mais poder ver o seu amorzinho, o que aconteceria se eu atirasse na outra perna.

- Não pai. - Grito sem reconhece-lo. Papai nunca foi o melhor pai do mundo, mais nunca o ver desse jeito, descontrolado, a ponto de me assusta mais que o normal.

Olho para todo canto mais não vejo nada para pegar, nenhuma solução para resolver essa cena que eu queria que fosse um pesadelo. Pra completar meu celular tocar e não tenho nenhuma dúvida que erá o Ricardo.

- Não atenda o celular. - Falou ele se aproximando e tomando o celular da minha mão.

- Vejam só, se não é a sua mulherzinha ou você é a mulherzinha da relação? - Ele jogar meu celular no celular, logo após pisar e de primeira vejo a tela trinca.

- Pai você está bebo, não faça nada mais para não te prejudicar.

- Tudo isso é culpa sua. Se você não tivesse me traido, tudo estaria bem, mais você e puta igual a sua mãe.

Quando ouço ele xingar minha vó o meu sangue ferver a 69° , ele poderia fazer tudo menos xingar minha vó, ela era como uma santa para me.

Perdi minha vó aos cinco anos, mais nunca vou esquecer de quando sentavamos no jardim e ela me contava história do seu passado e as travessuras, havia coisas que ela achava que eu não entendia, mais apenas achava.

Minha avó deixava minha vida mais leve, ao contrário dos meus pais que tinha minha irmã como filha favorita, eu era o favorito da vovó, ela sempre dizia que um dia minha irmã iria os decepciona-los e eles iriam querer correr para recuperar o tempo perdido. No que diz respeito da minha irmã decepciona-los ela acertou.

Sinto falta de dar a benção ou até de ver a ela brigando com meus pais para me defender, mais eu nunca esquecerei dos seus ensinamentos e nunca deixarei alguém falar mal dela em minha frente.

Corro em direção ao pai e o derrubo caindo por cima dele. Ele ainda está com a arma, mais agarro em seu pulso evitando qualquer movimento seu, mais não consigo o conter. Ele é  meu pai, e apesar das coisas que ele me fez eu não aceitaria que falasse mal dele ,não vou admitir que falem da minha avó que não está mais aqui.

No canto da sala mamãe não para de chorar e grita. Tento tomar a arma da mão do pai mas é inevitável e acaba soltando um tiro para o alto.

- Saía de cima de me moleque.

- Largue a arma que eu solto.

Ele é mais forte que eu e acaba me vencendo e agora ele está sobre me e apontando a arma contra minha testa e eu ainda fazendo força segurando sua mão tentando desviar.

Não queria saber dos riscos que eu estava correndo, mais só queria que tudo ficasse bem e pudesse levar a mamãe ao médico, não sei como ela ainda está acordada. E como minha família chegou a esse ponto, nunca fomos a família mais feliz do mundo,mais em dez anos ela desmoronou.

Não consigo mais segurar a sua mão, ele é mais forte que eu e isso é incomparável, seus anos de academia dar para perceber em seu físico. Minha mão já está suando e sinto o cano da arma tocar de leve em minha testa.

- Você não quer fazer isso pai. - Digo e as lágrimas começam rolar o medo tomou conta de me. Não imagino como deve ser após a morte, por que eu acredito na vida após a morte, mais eu não estou preparado para ir, não vive nem a metade do que eu sonhei para me, ainda mais com o Rick.

- Realmente eu não quero, mais me livrar de vez de você uma aberração da natureza vai me fazer me senti mais leve.

Quando ele estava puxando o gatilho, com meus pés dou um chute em suas costas e ele cai de cima de mim fazendo outro tiro disparar, mais olho para mamãe e ela está bem o tiro não a pegou. A arma cai de um lado e ele do outro, Sem pensar que ele é meu pai dou dois socos que faz o papai apagar e me tranquiliza por um tempo.

Me deito no chão de braços aberto molhado de suor de medo é sentindo aliviado por tudo ter terminado bem até a mamãe me chamar.

- Tá tudo bem mãe, vou te levar agora pro hospital.

- Não está não. - Ao ouvir suas palavras eu levanto rapidamente e vejo ela bem, exceto a sua perna baleada e não entendo o por que dizer que não está bem.

- Está doendo? - Pergunto indo em sua direção, mais ela não responde apenas aponta para a porta e vejo a cena que faz o meu coração ser triturado de uma só vez.

#PRAYFORCHAPECOENSE #FORCACHAPECO

SEU AFILHADO (ROMANCE GAY)Where stories live. Discover now