CAPÍTULO VINTE E DÓIS ×

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A água que escorre pelo meu corpo tirar toda tensão e abafamento que estou sentindo, mais sentado com os braços entre o joelho e vendo toda água sendo levada pelo ralo, qual eu queria que em vez de toda água ele levasse toda as minha memória e angústia que estou sentindo.

Ainda me sinto como se estivesse no hospital e as palavras ditas pelo doutor me atormenta, e como um sussurro e chego até pensar que estou louco.

Quando ele me pediu para o acompanhasse até seu escritório eu sabia que não havia notícias boas. E quando ele pediu para que eu sentasse o coração gelou, não entendi o qual motivo de tanta formalidade.

Ao contrário de alguns médicos, esse não sabia o que dizer é quais palavras usar, ele folheava folhas nas quais eu havia notado que estava em branco olhava para me e voltava para as folhas.

- Doutor esse silêncio e pior que qualquer notícia que o senhor possar me dar.

- E você está sozinho? - Perguntou ele ainda parecendo sem saber o que falar.

- Sim só tem eu. - Eu ja estava nervoso e agora com medo. O silêncio fazia com que a sala diminuísse a cada segundo e já estava tão próximo de me, capaz de me aperta fazendo todos os meus ossos quebrar.

- Vamos lá a primeira notícia é que os dois já saíram da cirurgia e estão cedados.

Por um minuto eu vejo me encarado, esperando minha reação eu admito por dentro de me, uma parte se alegrou de verdade, só em saber que eles ainda estava comigo me tranquiliza, mais eu sabia que ainda viria a parte ruim.

- A segunda notícia é que sua mãe perdeu os movimentos da perna que foi atingida pelo tiro e a demora é a exposição acabou resultando em uma infecção e será necessário a amputação da perna.

Na minha cabeça eu não conseguia ver aquela mulher apenas com uma das pernas, Dependendo da ajudar de alguém ou de uma muleta para poder exibir seu belo bumbum e seu rebolado.

- Como eu vou dizer isso a ela? - Me levanto e começo anda pela sala sem saber qual direção tomá.

- Senhor queira sentar ainda tenho mais algo para falar. - Desta vez foi o Doutor que levantou quando eu me sentei.

- Foi importante o a rapidez que o senhor Ricardo foi trago após o que aconteceu, mais o tiro que ele levou foi perto do coração e a perfuração fez ele perde muito sangue e isso afetou os batimentos.

- Doutor o senhor Pode ser direto? - Ele parecia procurar explicação para me dar uma notícia o que só fazia retardar o meu sofrimento.

- O que eu quero dizer que se não conseguimos um transplante em no máximo 48 horas ele não vai resistir.

Dizem que quando uma pessoa levar um tiro ela não sofre muito, não e igual nos filmes que levam quinze a vinte segundos para morrer ou continua vivo e sair atirando para se defender, na vida real você apenas morrer dependendo de onde foi o tiro. Mais eu estou me sentindo como se meu corpo fosse todo baleado e por um milagre eu resistir mais estava sentido cada dor em cada perfuração.

Onde eu iria encontrar um transplante de coração?  eu só lembro de minutos antes de entrar naquela casa e pedir para que ele me esperasse lá fora, mais ele subiu para me defender e por segundos acabou sendo baleado e isso pode lhe custar a vida.

O Doutor imediatamente traz um copo de água, como se isso fosse me tranquiliza, mais não resolveu eu não estava me reconhecendo meu corpo estava em choque não parava de tremer, e acabei derrubando o copo no chão e o partido em pedaços e fazendo eu perceber que aquilo não era apenas o sonho, saio correndo o mais rápido que posso daquela sala e daquele hospital.

Os minutos sentado de frente ao ao relógio são agonizantes, quanto mais eu queria que ele parasse ele andava como se os segundos tivessem se tornando minutos. E me sentia inútil por não saber o que fazer, me sentia covarde por não ter coragem de ver os dois.

A alguns dias eu era o homem mais feliz do mundo, agora estou a beira de ficar sozinho, mas uma vez. Não consigo viver sem minha família, agora sem o Ricardo, vida sem ele não faz nenhum sentido.

Eu queria alguém para conversa, sei que não vai resolver em nada mais, vai aliviar um pouco o que estou sentindo por dentro, mais não tinha para quem ligar, não queria saber o que aconteceu com o meu pai depois que sair de lá.

Comecei a pesquisar sobre transparente, as chances de conseguir um, e em quais situações poderia doar um órgão, foi daí que uma idéia me surgiu.

Segundo as pesquisas, a possibilidade de uma pessoa com vida doar o coração ou um órgão que lhe custe a vida não existe. Rick não merece morrer por minha causa,  ele tem uma carreira de sucesso pela frente e bonito logo vai encontrar um novo alguém, enquanto eu só me resta a solidão da vida.

Descartei a possibilidade de me jogar na frente de um carro ou de me esfaquear. Não queria arriscar a possibilidade de estragar o coração ou ainda de resiste ao acidentes.

Só precisavam de um coração, talvez não fosse compatível, mais se eu não tentar não irei saber. O mar mais próximo de me ficar alguns km de casa.

O frio e o medo são meus melhores companheiros, a noite está fria e a água está gelada. O mar está revolto, da pra ver a rapidez e a grosseria que elas batem contra as pedras em tempo de quebra.

Ja era tarde a chances de ter um salva vidas no meio da madrugada não existia. Tomo coragem e entro na água, o frio faz meu corpo gela e meus braços e não conseguir mais nadar, eu cheguei ao meu limite,nao conseguia bater os braços e a correnteza e as ondas insiste em me levar, a única coisa em me que estava aquecido era o coração. Eu só queria que tudo desse certo e que ele fosse feliz.

SEU AFILHADO (ROMANCE GAY)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora