Capítulo 8

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LINDA

"Eu não faço o que as pessoas esperam.

Pra que viver do modo que as pessoas

esperam, se eu posso viver do meu?"

- 10 Coisas que eu Odeio em Você.


Quando o meu despertador tocou eu quase caí da cadeira. Meu corpo doía do topo da cabeça à ponta do dedão do pé. Tudo culpa das horas mal dormidas que passei babando na minha escrivaninha. Pelo menos nenhum sonho esquisito voltou a me atormentar. Como eu suspeitei, só precisava descarregar a minha imaginação antes de colocar a minha mente para descansar.

Ainda meio tonta, juntei os meus livros tentando preparar o meu espírito para a grade gigantesca de aulas que me esperava na faculdade.

– Linda, não saia de casa sem comer nada! – minha avó gritou, correndo até mim com um saco de papel cheio de coisas deliciosas e um copo térmico quentinho, cheio de café. Depois de entregar o meu café da manhã, ela me segurou pelos ombros, me avaliando, procurando alguma coisa fora do lugar (não que um exame muito detalhado fosse necessário em meu atual estado). Depois de ajeitar a minha franja e dizer que já está na hora de eu retocar o meu cabelo, ela me liberou.

Não sei o que eu faria sem a minha avó.

– Você quase perdeu o ônibus essa manhã senhorita – Ernesto disse, com falso tom de acusação. Mas algo no rosto dele me fez sentir como se ele tivesse torcido para que eu me atrasasse, como se uma surpresa desagradável estivesse a minha espera.

Nem tive que esperar muito para que o mistério fosse resolvido. Nos fundos do ônibus, sentado no meu lugar favorito e exibindo um sorriso irritante, um olho roxo e um braço imobilizado estava meu novo pesadelo: Luke Showalzer.

– Achei que você ainda estaria no hospital hoje – eu disse mais para mim do que para ele, enquanto me sentava ao seu lado. – O acidente em que você se meteu parecia bem feio.

– Achei que você não soubesse quem eu sou – ele provocou, erguendo uma sobrancelha, fazendo com que seu rosto se contorcesse de dor imediatamente.

Fato desnecessário sobre Luke Showalzer nº3: Mesmo coberto de cortes e hematomas e com os músculos contorcidos de dor, ele consegue manter o sorriso arrogante e o ar convencido.

Não que eu vá deixar este sorriso aí por muito tempo.

– Minha amiga Kelly é uma grande fã do seu... "gênero" de atuação – respondi sem conseguir conter a minha animação diante da frustração dele. – Quando eu contei o que aconteceu no ônibus ontem, ela não sossegou até conseguir te identificar e, depois, fez questão de me botar por dentro de todos os detalhes da sua vida. O que incluiu me ligar tarde da noite pra contar do seu acidente, fazendo uma cobertura quase simultânea que deixou muitos sites e canais de fofoca no chinelo. Mas tenho que dizer uma coisa, a imprensa fez tudo soar muito pior do que realmente foi.

– E quando eles não fazem isso? – Ele deu de ombros fingindo não dar importância, mas o jeito que seu cenho franziu enquanto o fez, quebrou a máscara de impassividade.

– Você está indo para onde? – Não que eu realmente quisesse saber.

– Eu tenho que descer em algum ponto perto da Rua Mercer com a Oitava, mas como esse é o único ônibus que eu conheço, pensei em ficar aqui até você aparecer para me ajudar. – Luke olhou pra mim de um jeito brincalhão, me desafiando a discordar dele. Por isso fiz exatamente o oposto.Sorri e fingi acreditar. 

Caindo na Real [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora