Capítulo Quatro

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Luiza

Realmente, não se pode conhecer uma pessoa apenas pelo seu jeito de ser e sua aparência. Will, me mostrou isso hoje.
O garoto que arrancava suspiros pela sua beleza exuberante, traçados num corpo de músculos definidos, lindos olhos verdes, cabelos cacheados e um sorriso de matar qualquer uma do coração, no auge dos seus vinte anos,  tem algo à mas do que sua beleza.
É uma pessoa bondosa, quê realmente se preocupa em ajudar os outros, não é um egoísta que pensa apenas em diversão como eu pensava, está aí meu segundo engano. O primeiro foi com kevin, pois eu acreditava que ele levasse um relacionamento a sério,assim como fazia com seus estudos, e no final ele só estava me usando.

Entro na pensão em que moro, o mas silenciosa o possível. Quero evitar encontrar Dona Amália e seus interrogatórios. Vou direto para meu quarto, tudo que quero agora e dormir e esquecer o dia de hoje.

_ Aí que bom que você chegou. ...já estava enlouquecendo aqui. Gabi, minha prima e colega de quarto diz,assim que fecho a porta atrás de mim.
E agradeço por ela estar comigo,aqui na capital, pois se existe alguém em quem confio é Gabi . E agora que toda verdade veio a tona, sei que deveria ter- lhe escutado quando ela disse que Kevin ,não lhe passava confiança. E mesmo quando a minha gravidez foi confirmada, ela não me criticou, ao contrário esteve ao meu lado.

_  você tinha toda razão, quando disse que Kevin era bom demais pra ser verdade. Digo,deixando as lágrimas cair novamente, Gabi apenas me abraça, e isso é tudo que preciso nesse momento.

A noite não foi muito boa, depois de contar tudo que Kevin fez para mim à  Gabi, o sono resolveu me a abandonar,e o dia logo chegou trazendo minha dura realidade. Eu estava grávida aos dezenove anos, sem o apoio do pai do meu filho , e terei que desistir da minha tão sonhada faculdade de direito, pois agora o único jeito era tranca-lá, e voltar para casa, e implorar pela ajuda dos meus pais.

E foi isso que fiz logo de manhã, saiu o quanto antes tentando não encontrar dona Amália, pois acho que ela está desconfiada, já que passei mau durante essa semana, e ela me encheu de perguntas sobre meu estado de saúde, e acabei mentindo que era apenas uma virose, mas sei que ela não acreditou.

_ Você tem certeza,que quer trancar seu curso Luiza? .Melissa a secretaria da faculdade, pergunta pela segunda vez.

_ Tenho! ,é o certo a se fazer, nesse momento. Digo, me sentindo triste, pois havia me esforçado ao máximo para passar no vestibular, e agora estou deixando meu sonho para traz.

Dei uma última olhada nos prédios que foram como minha segunda casa, nesses últimos dois anos, e senti uma lágrima rolar pelo meu rosto, pois sei que talvez nunca mas volte para concluir meu curso.
_ Era com você mesmo que eu queria falar. Ouço aquela voz, tão familiar atrás de mim, e me sinto enjoada.
Me viro, e vejo Kevin vindo em minha direção.

_ Não tenho nada pra falar com você! . Digo, andando em direção às escadas que dão acesso a faculdade.
Kevin anda mas rápido e me segura pelo braço, me virando para olha-ló. Tento em vão escapar, ele me aperta com força e sinto seus dedos esmagando minha pele.

_ Você andou dizendo, alguma coisa sobre aquele assunto com meu irmão? .Ele pergunta, com .olhar frio, do qual eu nunca tinha visto.

_ É claro que não! ....agora me solta você está me machucando! .Minto, pois não quero prejudicar Will.

_ Escuta bem oque vou dizer Luiza, ...se você tentar falar qualquer coisa sobre isso, com alguém da minha família, para tentar me pressionar, você vai se arrepender! !!,...não quero saber de você, e muito menos desse filho, que você diz que é meu! . Ele diz, enfim me soltando.

Não digo nada, pois tudo que quero é sair dali, ir pra longe daquele mostro. Dou alguns passos para trás, sem olhar, estava muito próximo as escadas, me desequilíbro e caio. Sinto apenas a dor nos meus joelhos batendo nos degraus, e um ardor na minha testa, paro apenas quando chego na calçada. Ouço apenas minha respiração acelerada,e meu coração batendo forte. Tento me levantar, mas todo meu corpo doe,e sinto uma pontada forte na minha barriga. ,

"Meu bebê" ,e oque vem nos meus pensamentos. Olho em volta a procura de ajuda, e ainda vejo o vulto de Kevin indo embora me deixando sozinha, sem se importar comigo ali machucada.Pego meu celular, e ligo para Gabi,mas cai na caixa postal, ela tinha um seminário hoje, e com certeza desligou seu celular.

As dores na minha barriga aumenta, quando tentei me levantar novamente. Começo a ficar desesperada, e nesse horário quase ninguém passa por ali, todos estão nas salas de aula, e Gabi era a única pessoa que conheço na cidade. Mas então me lembro, que Will havia me dado seu número de celular na noite passada,procurei o papel na minha bolsa, e fiquei aliviada quando ó encontrei, digitei os números com as mãos trêmulas, e agradeci mentalmente quando não caiu na caixa postal.

_ Oi! Will falando! . Ele atende no segundo toque.

_ Will! !...e a Luiza, ...eu preciso de ajuda! . Digo, com voz embargada.

_ O que aconteceu Luiza?

_ Eu cai,da escada aqui na frente do prédio da secretaria da faculdade. ...estou sentindo muitas dores Will! ...estou com medo de perder meu bebê. Digo, sentindo outra pontada forte.

_  Fica calma Luiza! ....eu já estou indo pra aí! . Will diz, então desligo o celular.
E espero que ele chegue logo, pois não quero que nada de ruim aconteça com meu bebê. Não planejei ficar grávida tão jovem ,mas já amo esse pequeno ser que vive dentro de mim, ele é a única coisa boa que ainda resta na minha vida.

A voz do CORAÇÃO Where stories live. Discover now