PRÓLOGO

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Louis Tomlinson estava em pé próximo ao milharal, observando o casarão da fazenda logo adiante.

Certamente Harry não iria partir. Na noite anterior ele apenas estivera divagando, sonhando, como fizera em tantas outras noites.

Era noite clara, a lua cheia banhava os campos com sua luz prateada e dava aos arredores da casa de dois andares um ar etéreo.

O cheiro do verão se fazia presente, mas não era poderoso o bastante para afastar da memória de Louis o perfume de Harry, ainda impregnado em cada um de seus poros.

Na noite anterior os dois finalmente haviam feito amor e fora conforme ele havia sonhado, tão bom que superara as suas expectativas.

Harry não poderia partir, pensou desesperado.

Virou o relógio de pulso na direção da lua. Quase meia-noite.

— Partirei à meia-noite de amanhã — ele lhe dissera, enquanto ainda estava deitado em seus braços na noite anterior. — Se quiser me acompanhar, esteja aqui. Apenas aguardarei um ou dois minutos.

Como Harry podia sequer pensar em ir embora depois do que haviam partilhado? Louis fechou os olhos, lembrando-se do calor do corpo dele contra o seu, dos gemidos roucos, da respiração acelerada contra seu pescoço quando o possuiu completamente.

Havia passado o dia inteiro tentando descobrir um modo de detê-lo, imaginando o que poderia fazer para que ele ficasse.

O som de uma janela sendo erguida o fez abrir os olhos. Era a janela do quarto de Harry.

Subitamente lembrou-se da primeira vez em que o viu.

Ele tinha onze anos. Ouvira dizer que um garoto, quase da sua idade, viera morar na fazenda vizinha. Por isso, certa noite, escapulira de casa bem tarde para tentar ver o novo menino.

Ficara em pé naquele mesmo lugar, escondido no milharal e observara, fascinado, um par de pernas magras se pronunciar para fora da janela do segundo piso. Os pés tatearam, obviamente buscando algum apoio na madeira saliente da parede.

Às vezes o menino se aventurava a descer pela janela, e então as pernas eram seguidas pelo restante do corpo. Era um garoto magro com cabelos encaracolados . Quando ele sentia que estava no chão, olhava ao redor com ar de satisfação e então subia pele coluna de madeira, pele qual havia descido, e desaparecia novamente dentro da casa.

Harry escapulira de seu quarto com frequência no decorrer dos oito anos em que ali morara. Primeiramente com o objetivo de se afastar do avô austero e então, mais tarde, para correr para os braços de Louis.

O barulho seco de uma mala contra o chão o trouxe de volta à realidade. As pernas que se insinuavam pele janela, agora, eram longas e bem torneadas, notou mais uma vez. E ágeis. Devido aos seus anos de prática, Harry rapidamente desceu pele coluna de madeira até o chão e pegou a mala.

Louis deu um passo para trás, adentrando o milharal. Se o namorado o visse, presumiria que ele pretendia acompanhá-lo. E, no seu caso, partir era impossível.

Harry olhou ao redor, ansioso, o corpo aparentemente vibrando de excitação.

"Não vá!", era o que clamava o coração de Louis.

Pele primeira vez desejou que o avô dele acordasse. Poppy praguejaria e o obrigaria a voltar para casa. Ao menos aquilo daria a Louis um pouco mais de tempo para fazê-lo mudar de ideia.

Um novo amanhã l.sDonde viven las historias. Descúbrelo ahora