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Cedo ou tarde Harry teria de pedir desculpas a Louis.

As palavras duras que dissera o assombraram durante todo o dia seguinte à discussão. Só descansaria quando lhe dissesse que sentia muito. Jamais foi capaz de suportar saber que Louis estava bravo com ele.

Ele não apareceu depois do jantar, como se tornara seu hábito e Harry ficou surpreso em perceber o quanto sentiu sua falta.

Ansiava por ouvir os tons profundos de sua conversa com Poppy na varanda enquanto lavava a louça. Lamentava a ausência das gargalhadas de sua filha, o que Louis sempre conseguia provocar com tanta facilidade.

Quando o avô se retirou para o quarto e Gretchen adormeceu, Harry sentou-se à janela de seu quarto, observando a casa vizinha. A luz acesa na sala de estar indicava que Louis ainda não havia ido para a cama.

Não tivera a intenção de chamá-lo de covarde. Sabia, em seu coração, que não fora a covardia, a responsável por ele não ter ido para Nova York.

Mas era mais fácil acreditar que o medo do desconhecido o mantivera na cidade pequena do que assumir o motivo real. Aceitar que ele simplesmente não o amara o bastante.

Mesmo atualmente, depois de tanto tempo, o pensamento lhe causava uma dor muito forte no coração.

Por que as duas pessoas que mais lhe importavam na vida não haviam sido capazes de lhe proporcionar amor suficiente? Primeiro Poppy, então Louis... Nenhum fora capaz de demonstrar o amor incondicional de que desesperadamente precisara.

Durante muito tempo ficara bravo quanto a isso. Estranhava atualmente não sentir raiva, apenas uma profunda tristeza. Afinal de contas, não tinha o direito de se enfurecer com os dois, eles não podiam comandar emoções que não sentiam.

Mesmo assim, Harry não queria que Louis sentisse o peso das palavras amargas que dissera.

Deveria ir até sua casa, desculpar-se e propor uma trégua para o período que ainda ficaria na cidade.

Ao considerar essa hipótese de ação, a luz da sala de estar foi apagada. Tarde demais para tentar uma aproximação naquela noite, percebeu decepcionado.

Ficou observando a casa às escuras durante longos minutos, sabendo que deveria ir para a cama e dormir, mas seu coração estava pesado demais para lhe permitir algum descanso.

Não queria que Louis evitasse passar por ali por causa da discussão que haviam tido. Não era justo punir Poppy e Gretchen pelo seu descontrole.

Suspirou, o olhar migrando da casa de Louis para a lua cheia acima. Parecia um rosto enorme e sorridente. Ou um farol distante. Subitamente ele lembrou-se do sonho que teve na noite anterior.

Estivera em uma apresentação e quando as cortinas caíram, a multidão começara a gritar: Harry, Harry, Harry.

Ele retornara ao palco, estendo a mão em direção à audiência como para abraçar a todos. Sentira o amor daquelas pessoas aquecendo-o, preenchendo os espaços vazios de seu coração.

Quanto acordou, um sorriso ainda curvava seus lábios e uma determinação renovada o tomou. Determinação de voltar a Nova York para alcançar suas metas.

Olhou mais uma vez para a casa de Louis, percebendo uma luz acesa em seu quarto. Obviamente estava indo para a cama. Tentou amenizar a necessidade de lhe pedir desculpas, percebendo que deveria dormir também. Iria trabalhar na manhã seguinte e já se aproximava da meia noite.

Um novo amanhã l.sTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang