Capítulo Quatro - Estratégia

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A paisagem daquela savana tornavam o clima propício para conversa. Samukolo logo notou que os passos do cavalo de Sedrik haviam diminuído, e assim fez o mesmo com o seu, entrando no mesmo compasso. 

Sabe, tem gente que lê nossa alma, que sabe como curar as feridas mais profundas através de olho nos olhos, conversa sincera, com ouvido atento e abraço gentil. Gente que é alívio para o coração angustiado, e Samukolo era assim, uma pessoa repleta destas qualidades, que com um simples olhar ele conseguia saber o quanto uma pessoa não estava bem, era um homem de elevada perspicácia.

Ele concentrava o seu olhar no seu amigo Sedrik, através do olhar Samukolo percebia que ele estava longe, perdido em pensamentos, e as expressões faciais declaravam a sua angustia.

Não demorou muito para Sedrik sair dos seus devaneios, e perceber que um par de olhos o encaravam.

— O que foi?- disse sedrik saindo daquele transe repentino.

— Eu quem devo perguntar, o que se passa? - disse Samukolo

— Parece que esta cada vez mais difícil entender a sua irmã - disse Sedrik, com uma tristeza no olhar — Eu faço de tudo para me aproximar, mas ela parece cada vez mas distante, já pedi  ao seu pai a mão dela, e até agora ela nada diz.

— você não deve se apegar em quem não se apega a você - disse Samukolo sem exitar.

— Eu sei, mas o que queres que eu faça? O que eu penso, é que, quando você quer algo deve ir atrás sem medir esforço.

— Viver se iludindo é a mesma coisa que tentar dormir o dia inteiro. Não adianta, uma hora você acorda. - Sumukolo disse, enquanto colocava as duas mãos na nunca, dando um ar de relaxe.

O silêncio consumiu parte daquele caminho, até que Nkondo avista um rio, e pergunta ao irmão se não seria sensato fazer uma paragem, para dar de beber os cavalos. Como sempre apenas fez um sinal com a cabeça, mostrando assim que estava de acordo. E assim foi feita aquela paragem sugerida por Nkondo.

Os cavalos bebiam, Samukolo parecia perdido em pensamentos, mas logo sentiu alguém colocar o braço no seu ombro de um jeito amigável.

— As vezes você fala de um jeito que fica difícil entender - disse Sedrik enquanto olhava para o amigo.

— Você sabe que eu falo o que penso sempre, e sou realista...

— Sei disso e agradeço por isso - Sedrik dizia enquanto agachava perto do rio — Você acha que ela não gosta de mim?

— Essa resposta só ela pode te dar, o que sei, é que a minha irmã é imprevisível...

— Será que deveria persistir? ...

— Corra o risco. Se der certo, tudo bem Se não der certo, então terás a liberdade da sua mente.

— Obrigado Samukolo, tu és de poucas palavras, mas quando falas é sempre melhor que o silêncio.

Depois desta conversa, voltaram a montar os seus cavalos e seguir a sua viagem.

                                     *************

Quando se aproximavam ao portão da aldeia do norte, Nkondo ficou admirado com o cenário que via. Estavam guerreiros armados com lanças para os receber, ele que era alguem calmo e sereno, desta vez não se conteve e a raiva o invadia.

— O que pensam que estão a fazer - disse ele com um tom agressivo.

Samukolo logo fez um gesto com a mão. Nkondo  entendeu que deveria se acalmar e se manter calado.
Aqueles guerreiros não tocaram neles, eles continuaram cavalgando e adentraram na Aldeia.

Romin - A armadura Dourada Onde histórias criam vida. Descubra agora