Capítulo Cinco - Retorno

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Passaram-se horas e horas, até que a caravana de Kenya finalmente chegasse  a capital. Sem demora, ela fez questão de procurar o seu Pai, que por sinal estava em uma reunião naquele momento.

De longe o rei pode perceber a aflição da sua filha, levantou-se, pediu licença e foi ao encontro dela.

— Pai preciso muito da sua ajuda -

— O que se passa? - disse o rei, franzindo o rosto.

— Encontrei um homem ferido na mata ... O estado é grave, mas com o médicos da corte, talvez ele sobreviva.

— Vou ordenar de imediato que cuidem dele - disse o rei, enquanto acariciava o rosto da filha — Mas, depois você vai explicar tudo isso direitinho.

E assim, o rei ordenou que ele fosse alojado em um dos aposentos do rei, e que os curandeiros da corte e ate o medico pessoal do rei o cuidassem, pois reparava que a tristeza se apoderava da sua filha, não queria ver ela daquela maneira. Por isso procurou fazer o seu melhor, e por isso tomou aquelas decisões, não pelo homem mais por sua única filha.

Os dias se passaram, forám dias de cuidadiados intensivos. E assim dois meses se completaram, e o homen desconhecido continua em sono profundo.  O médico pessoal do rei convocou uma reunião, com o chefe maximo do reino, e todos os outros médicos da corte também se fizeram presente.

Estavam todos reunidos em um dos Jangos do reino, Kenya desconfiava que aquela reunião teria algo haver com o seu hóspede. por isso, ficou bem próximo do local observando, em uma distância que à permitia ouvir a conversa.

— Grande rei Nimi , e todos os Sábios presentes - disse o medico pessoal do rei, chamado Zuma, dando assim abertura aquela reunião. —  O rei deu-me uma tarefa, na verdade deu essa responsablidade a todos nos de cuidar do Mundele, o homem desconhecido.

O motivo desta reunião e o facto de que os nossos esforcoa nao estao a surtir os efeitos desejados.  Não esta reagindo ao tratamento, acho que não adianta gastar recursos com casos perdidos.

— Todos pensam do mesmo jeito? - O rei perguntou, com um ar que mostrava o seu descontentamento.

A opinião de todos era unânime, terminar com a vida do homem e enterra-lo, pois achavam que nunca mais despertaria. Mas, para tal, faltava a opinião suprema, o rei ainda não tinha se pronunciado, e quando se preparava para dar o veredicto final, pode repar que lá ao fundo estava a sua filha, silenciosa e com os olhos banhados de água, abanando a cabeça em um claro pedido para que ele dissesse não.

Então não tinha como ele apoiar a opinião dos demais, não entendia direito o porque do apego de sua filha a esse homem. Mas, ele tinha certeza que se concordasse com os medicos da corte, a sua filha não o perdoaria. Assim decidiu dar mais uma oportunidade ao homem desconhecido, levantou-se, encarou todos o que estavam naquela sala e disse:

— Não tenham pressa, enquanto houver folego de vida naquele homem, vamos continuar a fazer o nosso melhor para ajuda-lo.

De longe, ele pode ver o sorriso voltar a alojar-se no semblante de Kenya. E assim aquela reunião foi encerrada. Quando o rei se dirigia a sua Ombala, Kenya veio correndo e deu-lhe um abraço.

— Obrigado Pai - disse ela, ainda agarrada ao seu Pai.

— Não foi nada minha princesa... Por ti faço até o impossível - ele disse com um sorriso fraterno no rosto, enquanto pegava na cabeça da sua filha acariciando os seus cabelos.

A partir do portão ouviu-se toques de trombetas. O som era de trombeta feitas de chifres bisonte, então o Rei sabia que se aproximava alguém importante. E logo apareceu um mensageiro, que o informou, que seu filho se aproximava.

O povo cantava, eram cânticos de vitoria. Pois, a fama dos seus feitos já chegará a capital, a alegria do povo era claramente vista, pelas danças e pelos cânticos. Aquilo era uma verdadeira festa, a letra da canção dizia em parte:

" Homem sábio, é você, oh nosso príncipe. Justo és, vida longa ao nosso príncipe. "

Samukolo adentrou na aldeia, e no meio daquela gente toda, desceu do cavalo, ergueu a espada e deu um grito de guerra. E com isso o povo entrou em delirio, batuques e birimbaus voltaram a tocar, de modo que foi declarado aberto um banquete em homenagem as proezas do príncipe.

Na hora do banquenquete, Samukolo notou que seu pai parecia descontente, conhecia bem aquele olhar. De modo que levantou do seu lugar e foi se sentar junto dele.

— Pai o que se passa? Parece que não esta feliz com o meu regresso - Samukolo disse, mas sem olhar  ao seu Pai.

— Porque só agora? Porque desviou o caminho? - o rei dizia enquanto concentrava o seu filho.

— Pelo caminho nos encontramos com um mensageiro que se dirigia a capital. Vinha em busca de ajuda, já que o reino de loango nosso aliada estava a ser atacado. - justificou Samukolo.

— O auxílio a um reino, não importa quem seja, deve ser uma decisão tomada pelo rei.... E com o alvará dos conselheiros do reino - retrucou o rei.

— Eu sei meu pai, só que pensei que assim ganharia tempo... Se o mensageiro viesse pra cá acho que Loango estaria destruída. A nossa intervenção foi decisória para a vitória.

— Meu filho, sei que um homem perspicaz e que tem um talento nato p'ra batalha. Mas, um galho não faz uma arvore, o respeito é o primeiro passo para o sucesso meu filho. Os conselheiros sentem que estão a ser deixados pra trás, temem que você acabe com a nossa tradição, então mas prudência nos seus atos. Mas saiba que estou orgulhoso de ti.

— Obrigado meu pai... Prometo ser mas prudente, e não passar por cima dos direitos de outros. - disse Samukolo, com um sorriso estampado no rosto.

A partir daí, foi uma festança por toda a capital. O povo estava feliz por ter um príncipe que demostrava claros sinais, de que o seu governo traria grandes bençãos. A festa terminou assim que o sol deu à sua graça. Exausta Kenya foi ate ao quarto onde estava o homem desconhecido, sentou perto dele. Ficou reparando ele por longos segundos, enquanto passava a mão em seu cabelo liso, depois deitou ao seu lado. Exausta por causa daquela festa intensa, ela dorme. Minutos depois, Sedrik também entra no quarto. Imagine a cena: Kenya estava deitava junto de Mindelo, o rosto quase que tocava o dele, e a sua mão estava colocada sobre o peito dele.

Romin - A armadura Dourada Where stories live. Discover now