Capítulo Onze - A fuga

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                             Romin Narrando:

Tenho as chaves na mão, mas com tantos guardas aqui vigiando, não tem como sair normalmente. Preciso pensar em algo, tem de ter um feito de escapar. Aqui tem pouca iluminação, isso já é um ponto ao meu favor. Agora preciso bolar um bom plano, não tem como arranjar uma confusão, pois não duraria dez minutos, há muitos guardas no recinto, e outros lá fora. Acho que o meio mais viável é o banheiro, não tenho certeza mas tenho de tentar.

— Preciso ir ao banheiro - digo encarando para o vigiá que sabia a minha língua, ele se faz de desentendido. Mas eu insisto.

— Preciso ir ao banheiro.... Se não vou fazer aqui as necessidades - levo aos mãos como se estivesse pronto a levantar as vestes. Ele logo caiu no blefe, e veio com a cara emburrada, estava visivelmente furioso.

— Onde já se viu um morto fazer necessidades? Você já morreu sua peste romana - disse ele, enquanto me encarava forte, eu não disse nenhuma palavra, apenas o deixei descontar a sua fúria.

Vamos - me agarrou no braço com força, e me levava em direção ao banheiro. Enquanto andava por aquele recinto, tentava estudar ele em detalhes para ver se tivesse alguma brecha para o escape. Não demorou muito e chegamos ao banheiro. Aquilo era imundo por mas que fosse lá varias vezes não conseguia me habituar, parece que a sujeira dos presídios faz parte da tortura dos prisioneiros só pode.

Por incrível que pareça, eles entraram comigo. Não dava acreditar naquilo, como posso fazer necessidades com eles me olhando. Mas ai pensei: pode ser que achem que apenas farei a menor, por isso estão aqui. Então dei uma virada e me agachei naquela sanita imunda. E tal e qual como havia deduzido aconteceu, bastou me agachar para eles baterem em retirada do banheiro. Até que emfim, finalmente poderia pensar em algum jeito de escapar.

Eles estão conversando, pelos risos, devem estar distraídos na conversa, tenho de aproveitar essa chance. Olho para as paredes e até para a base da sanita, mas não havia nenhuma abertura. Só resta uma opção, a parte de cima. Meus olhos vão subindo pelas paredes ate chegar ao telhado. Mas tive de recuar um pouco, até a parte que dividia a parede do telhado, pois lá havia uma pequena janela. Aquela era a única abertura, não tenho mais opção, tenho de tentar.

Pego as chaves do bolso, e sem demora tiro as algemas. Coloco-as no chão lentamente para não fazer barulho. As paredes eram praticamente lisas, o que dificultava a minha subida. Sorte que estavam ai algumas ripas de madeira que atravessam aquele recinto, pode agarrar neles e assim pode alcançar aquela janelinha. Era apertada, com esforço eu conseguiria, afinal não sou magro, nunca fiquei tão feliz por ser magro como hoje.

Não demorou muito para que pudesse ouvir a voz do guarda dizendo que o tempo havia acabado. Onde me encontrava era alto, não faço ideia da distância, mas sei que não era pouca. Uma criança me observava, mas feliz mente nada dizia, era tudo ou nada, tinha de aproveitar essa chance. Então respirei fundo, ganhei coragem e me joguei.

Infelizmente não estou a sonhar, consegui, eu consegui. Contudo maguei a perna, não era grave, mas a dor era horrível. Mas eu tinha de continuar, já havia feito muito pra desistir agora seria uma burrice. Sai mancando dai, passava por ruas quase desertas para o meu bem, mas onde estava todo mundo? Também não interessa agora, o que preciso é sair daqui.

Olhando para a rua que se conecta com aquele em que estava soldados vinham correndo. Logo deu para perceber que já sabiam da minha fuga, por isso aquele rastreio perto do castelo. Onde ir? Como escapar estando ferido? Tudo parecia acabado, até que uma mão agarrou a minha e foi me levando. Não conseguia dizer nada, aos mãos eram finas, não conseguia ver o rosto, mas sabia que era uma mulher. Ela tinha pele morena e longos cabelos negros, uma tipica mulher etíope.

Romin - A armadura Dourada Onde histórias criam vida. Descubra agora