Capítulo Seis - O despertar de Romin

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Kenya Narrando:

Hoje é um daqueles dias que não me apetece fazer absolutamente nada. Não acredito que adormeci aqui, bem junto dele, que loucura! A verdade é que eu me sinto bem perto dele me sinto segura. Quem me dera saber mais sobre ele, de onde vem? Como é a sua terra? Sera que tem familia? São tantas perguntas que passam pela minha cabeça e sei que não terei as resposta agora. Mas sou paciente sei esperar.

Este quarto parece tão triste desde que ele chegou. Fico reparando o seu rosto, por entre as pálpebras dava para ver um pouco, da cor dos seus olhos. Que terra é essa, onde as pessoas têm olhos da cor do mar? Fico me perguntando o quanto o mundo é vasto, e o que sabemos dele é apenas aponta da montanha.

- Oi filha, como você esta? - era a voz da minha mãe, que logo me tirou dos meus pensamentos.

- Estou bem mãe....

Ela logo percebe que aquela resposta não foi sincera, dava pra ver pelo meu semblante que a tristeza me consumia.

- Não mente pra sua mãe princesa - disse enquanto sentava perto de mim, com um meio sorriso no rosto. - Isto é o mesmo que dizias sempre que achavas que ninguém entenderia os seus sentimentos.

- Mas é verdade mãe, como vou dizer que estou triste, que estou sofrendo por alguém que mal conheço. - neste momento lágrimas começavam a cair dos meus olhos - Nem temos nenhum parentesco!

- O coração é o bicho mas complicado que existe - dizia limpando as lágrimas do meu rosto - ninguém manda nos sentimentos, e ninguém consegue domar o coração.

- Não quero que ele morra mãe - digo colocando a cabeça no seu ombro.

- Ele não vai morrer, alguém lá em cima esta vendo o seu esforço - dizia ela enquanto passava a mão pelos meus cabelos - A vida vai te dar motivos para desistir, mas Deus vai te mostrar pelo o que vale realmente a pena lutar.

- Tenho tantas perguntas para fazer a ele... E nem que for por um minuto ver o brilho do seu olhar.

***********

No dia seguinte, eu caminhava em direção ao quarto do homem desconhecido. O dia estava nublado com ameça de chuva, o clima estava fresco, daqueles que nem da vontade de tirar os pés da cama. Cheguei na porta do quarto e lá estavam os guardas, fiz uma saudação para eles, que estavam de plantão. Foi eu quem pediu p'ra papai colocar segurança na porta, não sei, mas eu primava pela sua segurança de um forma que parecia exagerada.

Assim que entrei no quarto, algo me chamou atenção. Parecia que ele havia mudado de posição, mas acho que deve ser impressão minha. Comecei a arrumar as coisas que estavam dispersas pelo quarto, e por cima de uma caixa estava parte da sua roupa, pra mim era estranho ver metal na roupa, isso me deixava ainda mas curiosa pra saber que tipo de povo era o seu, porque que na sua roupa havia ferro na parte do peitoral? Perguntas e mais perguntas, faziam a minha cabeça latejar.

Depois de terminar, voltei a minha atenção novamente p'ra ele, sentei-me ao seu lado, e de repente comecei à lacrimejar. As lágrimas corriam uma por uma pelo meu rosto, eram lagrimas de desespero. Fazia já três meses que estava nesta situação e as minhas esperanças, estavam a abandonar a minha alma.

Entre as lagrimas que corriam pelo meu rosto, algumas escapavam e caiam sobre ele. E entre estas que escapavam, uma foi escorrendo devagarinho, e caiu bem em um dos olhos dele, e no mesmo instante, por incrível que pareça, vi seu olhos se abrirem devagarinho. Eram lindos como o mar, bem como eu imaginava, tinha um brilho que com certeza deixariam as estrelas com inveja.

A felicidade transbordava pelo meu rosto, não podia acreditar que ele estava acordado bem em frente de mim. O seu rosto estava pálido, a fraqueza era um facto notório, mas também o seu olhar desconfiado e preocupado, ele nada falava, mas os seus olhos declaravam. Para mim o resto não importava, ver os seus olhos abertos era o meu maior ganho, o que importava era o brilho do seus olhos.

Sai daquele quarto como uma flecha, foi a procura da minha mãe e à coloquei a par de toda situação. Ela logo providenciou que levassem um caldo bem quente pra ele. Era feito de peixe seco e tinha farinha de mandioca, segundo ela, aquilo ò faria ganhar força em questão de minutos.

As serviçais logo levaram a comida pra ele, mas estava tão fraco que não conseguia levar a colher até a boca. Então peguei a colher e lhe dei auxílio, assim a comida chegou a sua boca sem problemas. Enquanto comia, os seus olhos não saiam dos meus, tentava desviar mas era em vão, pois eu queria ter aquelas jóias azuis sobre os meus.

O medico pessoal do meu pai, logo ficou sabendo daquele milagre, e visto que estava com dúvidas, deslocou-se até ao quarto. Quando chegou ele já havia terminado a sua refeição e estava deitado em sua cama fazendo digestão, mas quando ouviu a voz do médico voltou a abrir os olho.

Zuma não estava acreditando no que via, ele como médico pessoal do rei estava constrangido por ter sugerido o enterro dele. Depois de ver, saiu de imediato sem dizer nem uma palavra. Eu não me importei nem um pouco, pois estava mas do que satisfeita com o seu despertar.

Minutos de pois ele volta a concentrar os meus olhos, parecia que queria dizer algo. Aquilo durou alguns segundos, até que pude ver os seus lábios se abrirem, e finalmente pude ouvir a sua voz:

- Eu .... Romim - disse ele com uma voz rouca em uma língua estranha pra mim, enquanto apontava pra ele, entendi logo que era por causa do tempo que passou calado, mas fiquei toda arrepiada.

Era uma voz ímpar, com um tom meio agudo. Mas o que mas me deixava feliz, era que ele havia dito seu nome. Finalmente eu sabia o seu nome!

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Romin - A armadura Dourada Where stories live. Discover now