Capitulo 38

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Acredito que já havia passado uma hora, chorei tudo o que tinha para chorar até me faltar lágrimas, levantei daquele chão gelado e tentei limpar um pouco da minha maquiagem borrada, peguei o celular e me vi pela câmera frontal, não estava tão ruim como imaginava.

Decidi voltar para a festa, talvez arrumar uma carona, só queria minha cama agora. Chegando lá, avistei a Liz e fui até ela que não estava com uma cara boa.

- Oi amiga - Falei sentando ao seu lado em uma cadeira.

- Onde você estava, todo mundo estava te procurando, o Arthur bebeu todas e esta completam bêbado e desnorteado. A gente só estava te esperando para ir embora e levar ele para casa. Amiga, você estava chorando ? - Ela falou preocupada ao ver meu rosto.

- Não é nada amiga, só quero ir embora - Falei cabisbaixa.

- Isso tem haver com o Arthur né? - Ela perguntou como se já soubesse de algo.

- Tem - Respondi.

- Ele disse que não quer te ver nem pintada de ouro, os meninos estão até agora tentando convencer ele a deixar de beber. Fica aqui, vou lá falar com eles.

Então ela foi atras deles e eu continuei lá esperando. Logo ela voltou com a chave da camionete do Arthur.

- Vamos, vou levar a camionete dele embora e você vai comigo, o Léo vai logo em seguida com ele no nosso carro, é melhor vocês não se trombarem por enquanto.

Sem protestar assenti e fomos rumo a camionete. Já na estrada, Liz fazia várias perguntas sobre o que tinha acontecido, mas eu não podia falar, então enrolei até a fazenda, quando chegamos, descemos e sentamos na varanda à espera deles.

Estava frio e eu abracei meu corpo com a intenção de tentar me aquecer. Eu só queria que esse pesadelo não tivesse acontecido, por que justo agora que tinha dado certo ? Tem coisas que não tem explicação, eu só queria poder contar de uma vez por todas para todos e assim poder aproveitar o momento com ele, mas nem tudo é fácil, certo ?

Meu pai e a Dani já haviam chegado, o carro estava estacionado na garagem, finalmente a Liz percebeu que não queria conversar, mas ela me olhava de uma forma aflita, como se quisesse me ajudar, logo o carro chegou.

- Amiga, e agora ? Ele vai pirar se te ver - Ela disse meio nervosa.

Então as portas do carro bateram e nós fomos ao encontro deles. Arthur vinha carregado por Léo, ele parecia estar com dor, porque gemia sem parar, quando me viu, fechou a cara e tentou parar. Porém o Léo obrigou ele a continuar.

- Mas o que foi que aconteceu - Liz falou assustada vendo o estado do Arthur, sua camisa que antes era branca, agora estava marrom e sangue saia do canto de sua boca.

Eu fiquei em choque ao ver ele naquele estado, tudo por minha causa, sempre minha causa, tentei me aproximar dele, mas ele só me lançava um olhar decepcionado.

- Não encosta essa sua merda de mão em mim - Ele quase que cuspiu as palavras, ele falava meio embolado por conta da embriaguez.

Então começou a dar leves pingos de chuva. Arthur se desvencilhou do apoio do Léo e começou a seguir o caminho em direção à entrada da casa.

- Ele vai acordar todo mundo nesse estado, a mãe dele e meu pai não podem ver ele nesse estado, ao menos se eu pudesse fazer algo - Falei sentido a maior culpa do mundo, eu estava de mãos atadas.

A Garota do Campo (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now