No teu abraço

CAPÍTULO 3

Caio não estava muito empolgado com essa calourada, mas Rafael e Lili pediram com tanto carinho que ele não pôde se recusar. Eles diziam que ele precisava se divertir mais, aproveitar a vida. Mas para Caio o conceito de "aproveitar a vida" era bem diferente, incluía uma rede, Netflix e bastante comida. No entanto estava a caminho de uma festa cheia de gente.

Encontraram Lili no ponto marcado.

— Caio Fontenele numa festa? Isso é inédito.

— Por livre e espontânea pressão! — disse Caio ao abraçar a amiga.

Foram andando o restante do caminho. Logo que chegaram, Caio já olhava em volta procurando um lugar bem afastado para sentar. Conseguiu encontrar um banco vazio, não tão longe como queria, mas foi o melhor que conseguiu.

— Sinceramente não entendo qual o sentido de ir para uma festa e ficar sentado o tempo todo — disse Lili com cara de tédio.

— Aí é que está, eu gosto de observar as pessoas — falou Caio.

— Mas parece que você está é com medo das pessoas, isso sim.

— Rafa, você sabe que eu não gosto de festa.

— Está bem. Uma coisa de cada vez. Hoje nós conseguimos te tirar de casa, já foi uma vitória.

Continuaram conversando e observando. Caio falou a verdade, ele gostava muito mais de observar as pessoas do que interagir com elas. A música estava boa, o papo estava bom. Caio até que estava gostando.

— Galera, já que eu volto — disse Rafael ao se afastar dos outros dois.

— Para onde você vai? — perguntou Caio.

— Vou só ali falar com uma pessoa e já volto.

— Ou seja, nunca mais — disse Caio, mas Rafael já estava longe o suficiente para que pudesse ouvir. Olhou para Lili. — Agora que o Rafael já se arranjou, somos só nós dois.

— É. Aquela aula de hoje foi bem cansativa. Agora que eu sentei também não estou com muita coragem para sair daqui.

— Ué, não era você que estava toda empolgada para vir?

— Olha, Caio! Ali! Meu crush, o que eu te falei, da Química, lembra?

— Ah, sim eu lembro.

— Ele é tão lindo, né? Bem que podia me dar uma chance.

— Vai lá e fala com ele. É meio difícil ele te dar uma chance sem nem te conhecer.

— Não. Eu tenho vergonha.

— Liliane Medeiros com vergonha de falar com alguém? Isso é inédito.

— Besta! Eu tenho. E se ele me der um fora?

— Olha para você, Lili. Uma deusa de ébano maravilhosa! E acima de tudo divertida! Acho bem difícil ele resistir. Até eu te pegava, e olha que eu não tenho vontade de pegar ninguém.

— É verdade, eu nunca te vejo com ninguém e você nunca fala nada também. Aliás, você já ficou com alguém, Caio?

— Já.

— Está ficando com alguém atualmente?

— Estou em relacionamento sério com a Biologia.

— Está gostando de alguém atualmente? — ela estava se empolgando.

— Só da minha cama, mas já é amor antigo. Ultimamente a gente não tem tido muito tempo juntos, sabe.

— E já se apaixonou?