CAPÍTULO 29

2.7K 261 424
                                    


Rafael preparou tudo que precisaria e na sexta-feira pela manhã encontrou com os outros no PICI. Iriam em três carros e dividiriam a gasolina. Rafael foi sentado no banco de trás de um dos carros ao lado de Kelly.

— Rafa, que bom que você veio também — disse ela. — Tem andado tão sumido ultimamente. Na verdade, esse ano eu mal te vi, só nas aulas mesmo e a gente mal se falava. O que aconteceu?

— Nada. Eu só estava ocupado com algumas coisas. Sentiu minha falta, Kelly?

Ela sorriu.

— Na verdade eu senti.

Foram conversando durante todo o caminho, o que Rafael achou muito bom porque, além de gostar de conversar com ela, assim não pensaria em Caio. Pararam para fazer um lanche e chegaram ao camping às 10h. O lugar era lindo, havia uma grande área gramada e com árvores para montar as barracas e uma estrutura de apoio com cozinha coletiva, banheiros, restaurante e estacionamento. Também havia uma piscina, uma pequena lagoa e, ainda no terreno da propriedade, uma cachoeira.

Quando terminaram de montar as barracas e ajeitar tudo, já era hora do almoço. À tarde decidiram ir para a cachoeira e ficaram lá até anoitecer. Então voltaram para a área do camping e acenderam uma fogueira para ficarem ao redor dela à noite.

Rafael tomou banho e se arrumou. Encontrou os outros ao redor da fogueira, mas não se juntou a eles. Caminhou até o pequeno lago e sentou. Ficou observando a água na quase escuridão e a mata mais adiante, ouvindo o som distante do violão e da música que cantavam ao redor da fogueira. Não conseguia evitar pensar que Caio adoraria aquele lugar, a natureza, o frio. Se ainda estivessem juntos com certeza o levaria lá. Mas não estavam mais juntos...

Decidiu empurrar esses pensamentos para o fundo da mente. Ouviu passos e olhou para ver que era Kelly se aproximando, e então sentou ao lado dele.

— Por que você está tão triste? — perguntou ela.

— Eu não estou triste, só queria ficar um pouco longe da agitação.

— Sei... Se quiser, pode me falar, tá. Mas também se não quiser falar tudo bem.

Rafael olhou para ela e pensou. Talvez fosse bom falar para alguém.

— É que eu estava namorando e terminei faz pouco tempo, então eu ainda estou, sabe... esquecendo.

— Ah. Por que vocês terminaram?

— É complicado... e eu não quero falar sobre isso.

— Claro, eu entendo. Desculpa.

Ficaram em silêncio por um instante.

— Sabe qual a melhor forma de esquecer um amor que não deu certo? Arranjando outro. E você não vai conseguir isso aqui sozinho olhando para essa lagoa. Então vamos nos divertir junto com os outros. Bóra! — pegou ele pela mão e o levou para perto da fogueira.

Sentaram em um tronco de árvore junto com os outros. Alguém tocava um violão enquanto outros cantavam. Depois de um tempo, Rafael já havia esquecido um pouco a melancolia e estava se divertindo. Se deixou envolver pela companhia de Kelly, pela música e pela noite bonita ao redor.

Já era tarde quando Kelly pediu que ele a acompanhasse até sua barraca pois ela queria dormir. Eles se afastaram e caminharam até onde ela dormiria.

No teu abraçoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant