CAPÍTULO 21

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Caio e Rafael saíram de casa no começo da tarde, após se despedirem de todos e ouvirem mil e uma recomendações para que tivessem cuidado. Somente o pai de Rafael não disse nada, exceto que não queria fazer parte disso. Mas eles estavam felizes demais para se importarem. Depois de mais ou menos uma hora chegaram em Paraipaba e foram direto para o distrito de Lagoinha. Logo encontraram a pousada onde ficariam hospedados.

A pousada era linda e simples, de muito bom gosto. Possuía um belo jardim, com flores e banquinhos, perfeitos para namorar. Tinha também uma piscina bem convidativa. A arquitetura era meio rústica, com bastante detalhes em madeira. Caio percebeu também que haviam quadros de paisagens pelas paredes, possivelmente feitos por artistas locais. Era tudo muito lindo.

Chegaram na recepção, onde havia uma bela moça de cabelos longos e negros.

— Boa tarde. Sou Rafael Cavalcante, eu fiz uma reserva...

Caio se afastou um pouco observando os quadros.

— Claro. Vou conferir aqui — disse a jovem mexendo no computador. — Rafael Cavalcante, achei. Suíte casal... número 209. Poderia só me dar um documento de identificação?

Rafael pegou a carteira no bolso e lhe entregou o RG. Após conferir e digitar algumas coisas no computador, ela virou e pegou uma chave.

— Aqui, segundo andar, a última porta. Seja bem-vindo!

— Obrigado — disse Rafael pegando a chave.

Nesse momento Caio havia se aproximado. Depois que Rafael pegou a chave a jovem olhou para Caio e perguntou:

— Pois não?

— Eu estou com ele.

A garota pareceu meio envergonhada.

— Desculpa, é que... Claro!

Caio percebendo que ela estava desconcertada disse que tudo bem e em seguida foram para o quarto.

— Nossa! Que lindo! Olha essa vista! — disse Caio boquiaberto, indo em direção à varanda. — Realmente você... se garantiu! Eu amei!

Rafael se aproximou e abraçou Caio, sorrindo. Porém, Caio percebeu, parecia haver algo de errado.

— O que foi, amor? Que cara é essa?

— Que cara? Não tem nada. É impressão sua.

— Eu te conheço, Rafael, e eu sei que alguma coisa está te incomodando.

Rafael desviou o olhar.

— Não é nada, Caio, só que... Você viu a cara que ela fez quando percebeu que somos um casal?

— O quê? Na recepção?

— Sim. Ela olhou pra gente como... como se não fôssemos normais.

— Não, Rafa, ela só ficou desconcertada porque cometeu um engano. A coisa mais normal do mundo. Você está ficando paranoico com isso.

— Talvez. — Respirou fundo. — Deve ser isso mesmo. Agora — disse sorrindo — a gente não tem que pensar em nada disso, a gente tem é que aproveitar. — E beijou Caio. — Que bom que você gostou do lugar que eu escolhi.

— É maravilhoso. Olha esse mar. Tão lindo.

Continuaram conversando mais um pouco abraçados na varanda, até que decidiram descer para comer alguma coisa e depois ver o pôr do sol da praia.

— Está vendo os coqueiros naquele pequeno morro? — perguntou Rafael, enquanto caminhavam de mãos dadas na areia. — Bem na ponta da praia. É o principal cartão postal da Lagoinha.

No teu abraçoWhere stories live. Discover now