CAPÍTULO 14

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— Eu te amo, Caio. – disse Rafael após um longo beijo.

Caio apenas sorriu e voltou a beijá-lo. Os lábios dele eram deliciosamente macios, Rafael queria que aquele beijo nunca acabasse. Estavam em casa, deitados na cama, quase totalmente sem roupas.

Os lábios de Caio percorreram o corpo de Rafael, pela curva do pescoço, peito, barriga, enquanto ondas de desejo se espalhavam sob sua pele, entorpecendo seus sentidos. Caio voltou a beijar sua boca, suas respirações ofegantes, o contato dos corpos causando calafrios de prazer.

— Eu te amo, Rafa, eu sempre te amei. – sussurrou Caio em seu ouvido.

Então Rafael acordou. Estava deitado em uma rede no alpendre, com um livro pousado no peito. Tinha começado a ler, mas acabou dormindo. E sonhando mais uma vez com Caio. Nos últimos dias aqueles sonhos estavam mais constantes, era como se sua mente quisesse lhe dizer que era aquilo o que ele queria, mas ele era cabeça dura demais para admitir. Respirou fundo, seu coração estava acelerado. O sonho havia sido muito real, ainda conseguia sentir o toque de Caio, ouvir sua voz dizendo que o amava.

Decidiu voltar a ler. Lembrou de quando Caio havia lhe dado aquele livro, há pouco tempo. "Eu comprei o Silmarillion porque eu sei que você adora o Tolkien", ele disse. E era verdade, Rafael já havia lido "O Senhor dos Anéis" mais de uma vez e não cansava de assistir ao filme, apesar de Caio implicar dizendo que era "meio arrastado". Sorriu ao lembrar disso, então retomou a leitura. Foi quando seu tio e seu pai se aproximaram.

— Rafa, você pode ir no Mercado com a Carol? É que eu e o Fábio estamos muito ocupados agora. – perguntou Carlos.

— Claro! Vou só trocar de roupa.

— Ótimo, vou chamar ela. – disse Fábio.

Rafael foi para o quarto, guardou o livro e trocou de roupa. Em seguida saiu e encontrou Carol ao lado do carro. Entraram e saíram em direção à cidade.

— Eu não tenho costume de dirigir carro, gosto mais de moto.

— Ah, é. O tio Carlos estava falando mesmo que você tem uma moto e que você e o Caio sofreram um acidente no começo do ano. Ele disse que foi bem grave, você ficou muito mal.

— Foi, mas o importante é que eu sobrevivi. – disse com um sorriso.

— Tem certeza que você sabe dirigir esse carro, não é?

— Tenho. Se preocupe não.

Foram o resto do caminho conversando sobre muitos assuntos aleatórios. Quando chegaram no Mercado, compraram tudo que Fábio havia pedido, em seguida aproveitaram para passear pela cidade. Rafael achou tudo muito diferente da última vez que foi lá. Haviam mais lojas, a pracinha principal tinha sido reformada e a sorveteria que mais gostava havia fechado.

Após algumas horas perambulando pela cidade, decidiram voltar. No caminho Carol pediu que Rafael passasse pela casa da Larissa, que morava em um sítio vizinho.

— Acho que você lembra dela sim, Rafa. Ela ficou com o Caio na última vez que vocês vieram.

— Ah... Agora eu lembro. Daquela mesma vez em que eu e você ficamos também. – disse rindo.

— É, mas não precisava lembrar essa parte. – falou baixo enquanto balançava a cabeça. – Lembra que ela tem um irmão, o Rony?

— Do Rony eu lembro, ele sempre ia lá pro sítio quando eu estava aqui.

— Pois é. Eu estou namorando com o Rony, mas o pai não sabe disso. Eu quero passar lá para falar com a Lari e... ver o Rony.

— Ah, entendi. Tudo bem, só me ensina como chegar lá.

No teu abraçoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora