Dezessete.

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Não revisado.

Bato o bloco de papel pela milésima vez na mesa do trabalho. Odeio vê o idiota do meu chefe circular por entre os corredores da editora com seu cafona terno quadriculado e não fazer nada. Drake e eu armamos um plano, precisamos que ele não desconfie de nada. Vim o mais cedo que pude ao trabalho descontando toda minha raiva em lápis apontados sem necessidade.

"Zayn, seu telefone! Atenda" umas das minhas colegas de trabalho diz enfiando a cara dentro da porta do meu escritório visivelmente irritada.

"Obrigado" não fazia ideia que meu telefone berrava a mesa.

"Céus! Por que não atendia seu celular?" Rachel fala irritada.

"Eu o esqueci em casa, pode me trazer?" essa foi apenas uma estratégia.

"No horário de almoço levo" ela desliga bem na minha cara.

Ela é tão confusa, mas não posso deixar de tentar a todo custo sua presença ao meu lado. Desligo meu telefone e ponho o mesmo no suporte da mesa. Pego um croqui qualquer e rabisco algo.

"Zayn, minha sala agora" Tony diz. É agora.

Levanto- me com um sorriso de lado e caminho logo atrás dele. Ele está nervoso, muito nervoso, como quero. Várias pessoas nos olham, talvez nunca tenham visto o chefe bobão sorridente de rosto fechado por aí, a não ser em dias de demissões, coisa que realmente não vai acontecer.

"O que é isso?" ele grita assim que entro em sua sala e fecho a porta.

"Pode ser mais específico?" ergo as sombrancelhas.

"Isso" ele vira a tela do computador. Drake! Meu email está ali como pedi.

"Ahhh, bela foto não?" aponto para a foto intima de Tony e Brittany que a vadia bateu.

"Como conseguiu isso?" ele grita.

"A pergunta não é bem essa... E sim, o que farei com isso?" dou uma risada.

"O que quer? Subir de cargo?" ele diz furioso.

"Não... Preciso de respostas!" soco sua mesa.

"Que respostas?" ele se faz de confuso.

"Quem levou Brittany ao velório? O que você quer?" soco o vidro mais uma vez.

"Velório? Que..." ele fica mais perdido ainda e perco a paciência o segurando pela gola da blusa.

"Fala seu desgraçado!" sussuro.

"Eu não sei de nada, eu a deixei no motel depois de transarmos" filho da puta.

"Depois de você ter a estrupado seu filho da puta" o jogo contra sua cadeira.

"Cadelas como ela não são estrupadas" meu sangue ferve.

"Não se aproxima nunca mais dela é da minha mulher entendeu?" aponto o dedo no seu rosto.

"Sua mulher e sua amante" ele gargalha.

"Minha mulher e uma garota que você usou... O que sua esposa acharia disso? Ou melhor... Sua universidade empregando um filho da puta como você..."  dou uma risada.

"O que quer?" ele grita.

"Respostas!" chuto a cadeira.

"Eu não sei do que está falando, eu só a deixei lá" ele fica vermelho de nervoso.

"Seu filho..." pego minha arma e a porta é aberta.

"Papai" um garotinho de mais ou menos 7 anos entra correndo e escondo.

"Meu filho, o que faz aqui?" Tony o abraça e me olha.

"Desculpa Tony, não sabia que estava acompanhado meu amor" ela atravessa a mesa e lhe dá um beijo no rosto.

"Eu..." Tony perde as palavras.

"Terminamos aqui" dou a costa.

"Zayn? Obrigado" Tony fiz abraçado ao filho.

Filho da puta, saio feito furacão no corredor e chego na minha sala. Não é ele! Ele é um desgraçado mas não teria cacife pra isso. Soco o sofá e jogo algumas coisas no chão, ele é um idiota. Quem está por trás disso? Tô vivendo tudo de novo. Esse pesadelo parece não acabar.

"Zayn eu..." Rachel entra.

A pego pela cintura redonda e a puxo para mim. Afogo meu rosto no seu pescoço e inalo seu cheiro. Eu nunca devia ter a enfiado nisso. Rachel segura meus ombros e me afasta um pouco. Estamos tão próximos, a ponta do seu nariz toca o meu. A visão dos seus lábios entre abertos é a melhor visão que poderia ter, nossos peitos sobem e descem quase em sintonia. É algo que não consigo entender, todos esses anos e essa sensação de primeira vez nunca vai embora. Puxo seu corpo mais ao meu e ela tenra recuar, não deixarei. Seus lábios tocam o meu antes que eu possa imaginar em fazer isso. É um toque rápido que me dá espaço. Tão doce, tão quente. Amo essa sensação, amo essa mulher. Nossas bocas se chocam em agressividade. Solto uma respiração quando ela se afasta por falta de ar. Ouço uma certa gritaria nos corredores e ponho Rachel atrás de mim. Abro a porta e vejo pessoas correndo ao telefone outras chorando. O filho de Tony está aos prantos no colo da mãe. A sala está aberta, recuo e dou um beijo na testa da Rachel que grita assim que saio da minha sala. Corro em direção contrária as pessoas correndo até a saída. Ao chegar na sala do Tony o vejo sobre sua mesa e rastro de sangue no seu corpo. Rachel me puxa pela camisa e a peço para sair. No sofá um choro baixo me chama atenção. Ela foi burra! Como pôde?

"Brittany o que fez?" Rachel grita.

"Eu... Eu... Não fiz isso" ela chora.

"Sua assassina" a mulher de Tony entra na sala e tenta partir para cima da Brittany.

"Eu não fiz... Ele atirou... Ele se matou" ela chora.

Encaro a arma nas mãos da Brittany e percebo que se quer ela consegue a segurar. Não tem como Tony ter se matado naquela posição. O que ela fez? Por que fez isso?

Desculpem a demora ❤

My Fake Brother III| Última edição| Z.Where stories live. Discover now