Innocence

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Ultima semana de aulas, minha ultima prova no semestre seria no dia seguinte e naquele momento eu estava em meu quarto, sentada no chão observando Sky arrumar minha mala para a viagem. Harry não me disse para onde iriamos e passei duas semanas a espera de alguma pista do local, porém meu marido não parecia disposto a me dar informações. 

Sky resolveu me ajudar com a bagagem assim que lhe contei sobre a viagem, ela tagarelava sobre algum assunto trivial enquanto eu tentava fingir que prestava atenção, minha mente estava em Harry, talvez eu estivesse me apaixonando por ele, mesmo com os rompantes de raiva e as atitudes esquivas em determinados assuntos, ele estava mais próximo de mim, parecia importar-se mais, apesar de que a confiança não me era total, mesmo assim meus pensamentos estavam nele quase o tempo todo, minha atenção só foi desperta quando um travesseiro atingiu meu rosto.  

— O que... 

— Se eu tivesse de perguntar mais uma vez quando você volta da viagem, você nem viajaria e iria morrer virgem porquê eu ia te matar! — Sky pegou um segundo travesseiro pronta para atirar em minha direção, entretanto o largou em cima da cama novamente — Então, quando você volta? 

— O período Lent começa em quinze dias, acho que Harry vai aproveitar todo o tempo possível — tentei ocultar meu sorriso de animação, mas que estava acompanhado de um conflito interno. 

Era um pensamento estranho, mas dentro de mim havia o sentimento de que eu estava apostando alto em meu marido, meu pai como um homem de negócios explicou-me termos da bolsa de valores americana, e no momento meu sistema gritava que Harry  era uma "Aposta suicida" numa sentido real, é confiar em algo pouco confiável e mesmo assim torcer pelo melhor, mesmo com as chances contra você. 

Eu não queria me sentir assim quanto a meu marido, infelizmente não conseguia impedir a mim mesma de pensar daquela forma. A ausência de fé em Harry se dava a quantidade de particularidades que ele mantinha oculta de mim, ele me ocultava seus tempos do colégios, amigos antigos, me encontrava completamente no escuro quanto a sua vida. 

— Bom, sua mala está pronta. Pode me agradecer — ergui o olhar em direção a cama, a mala parecia menor do que eu havia indicado pra ela, então reconheci sendo a que ganhei de presente de minha irmã e minhas amigas no Arizona. 

— Lena! — a chamei pelo nome já para indicar irritação, me ergui e caminhei até ela e olhei o interior da mala, por baixo de umas sete ou oito peças de roupa estavam todas a lingeries que ganhei de presente — Isso é uma piada? 

— Não! — ela disse e adicionou mais algumas peças antes de fechar a mala — Vamos falar serio, acha que seu marido que está esperando por isso a meses, repetindo, meses, vai querer você vestida? Lingerie ainda está no lucro, baby — uma crise de riso a atingiu quando olhou pra mim, talvez minha expressão aparentasse choque, mas a julgar pelo calor em minhas bochechas seu riso se devia a vermelhidão do meu rosto. — Ok, está meio vazia mesmo — ela abriu a mala e adicionou mais peças de roupa no espaço apertado. 

— Sky? — minha voz soou baixa quando a chamei, eu tinha uma pergunta a fazer, e para mim mais constrangedora do que o conteúdo em minha mala — Como é... sabe quando chega naquele momento... — respirei fundo — Não vai me obrigar a dizer, vai? — joguei-me na cama e escondi o rosto nas mãos enquanto Sky continuava a rir. 

— Se eu te falar promete não ter um surto de puritana? — ela perguntou e senti a cama afundar levemente quando ela sentou-se, acenei que sim — Tudo bem, é muito provável que vá doer. Muito. Mas passa. Um pouco. E nem espere por um orgasmo — ela estava dando as informações aos pedaços talvez tentando fazer passar que a informação era pouco importante, se esse era seu plano não havia funcionado — Ok, quer que eu explique melhor? — acenei que não — Você não vai desistir agora, vai? — acenei que não mais uma vez porquê eu realmente não iria, tinha tomado minha decisão não importasse os pontos negativos que pesassem contra.