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Seis da manhã. Telefones e celulares tocando. Os gritos de Harry misturados aos de Liam enquanto discutiam por alguma estupidez e a casa apinhada de executivos e policiais. James estava parado diante de mim, olhando fixamente como se todas as pessoas ali não fossem importantes, e eu fosse a unica exceção. 

Não confiava nele. 

Meu celular tocou e vi o nome de Sky na tela,  senti um policial me rondando como se a ligação pudesse ser de um sequestrador. Desliguei. Sabia do que ela queria tratar porque tinha recebido uma ligação de Whiteley minutos antes, eu tinha uma ultima avaliação que era obrigada a comparecer ou perderia todo o semestre, e infelizmente nem todo o dinheiro que meu marido ofereceu a faculdade pra esquecer da prova foi o bastante para dobrar o novo Chanceler. Eu teria de ir Harry aprovasse ou não.

Não dormi naquela noite graças a ele, Harry estava tão terrivelmente paranoico que não conseguia acalmar-se para dormir, então eu passei a noite em claro ao seu lado,  sua tentativa de se acalmar foi mantendo a mente ocupada com documentos e pedindo que eu falasse algo, qualquer trivialidade desde que pudesse ouvir o som da minha voz então passei horas falando sobre qualquer bobagem que me vinha a cabeça desde que isso mantivesse a situação sob controle.

— Eu quero seguranças cercando a porra daquele prédio, se ele encostar um dedo na minha mulher... — ouvi Harry gritar, mas foi interrompido antes que concluísse.

— Não estamos numa operação militar, Styles. Não pode enviar um batalhão de seguranças a Cambridge a achar que ninguém dirá coisa alguma, não seja estupido! 

— Qual seria sua sugestão, porque no momento eu sequer quero que ela vá. — todos ficaram em silencio, alguns direcionavam olhar para mim, mas a maioria olhava na direção do escritório, talvez esperando pelo barulhos de moveis caindo e Liam e Harry tentando matar um ao outro.

— Tire-a do país. Podem espalhar alguns policiais pelo campus, ela faz a prova e volta pra casa. Depois a coloque no avião de volta pro Estados Unidos.  Só por um tempo, é o melhor pra ambos — o tom de Liam não era aos gritos como Harry falava, mas ainda num tom alto, mais que o necessário. Ele queria ser ouvido, não por Harry, mas por mim. 

Harry nada disse em resposta. E se falou, foi baixo demais para que eu pudesse ouvir.

Me levantei e subi em direção ao quarto, era o único lugar que eu teria o minimo de privacidade, precisava conversar com alguém, não sobre o que estava havendo, não poderia se quisesse, apenas desejava tem o contato de meus amigos. Disquei o numero de Sky e esperei pacientemente até ouvir uma voz do outro lado da linha, porém não era dela, prendi a respiração por um segundo até notar que se tratava de Peter.

— Pete? — chamei e o rapaz riu.

— Oi, Rosie. A Sky está no refeitório, por que não veio? Só falta uns dias, ela me falou que você tem problemas em casa, mas...

— Pete, podemos falar disso depois? — pedi, ele iria querer uma explicação, e minha alternativa para mentiras não iria convencê-lo

— Nate esteve perguntando de você, meu Deus, ele parece obcecado — Peter não falava isso como se fosse importante, se Nate estava nutrindo algum sentimento obsessivo, meu amigo não estava levando a serio, talvez porque Nate nunca representou ameaça alguma, mas na situação atual eu estava um tanto mais desconfiada. 

— Na verdade, Pete, eu preciso de um favor.

— Só pedir.

— O quão bom stalker você é? — pude imaginar o vinco entre suas sobrancelhas enquanto processava a pergunta, lancei o olhar em direção a porta, eu já estava a um tempo fora da linha de visão de Harry e sabia que logo ele viria me procurar nem que fosse para me perguntar se eu estava bem e voltasse ao escritório logo em seguida.

InnocenceWhere stories live. Discover now