primeiro encontro

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jimin

acordo um pouco antes de meu despertador tocar nessa segunda-feira. ainda é muito cedo, e os poucos raios de sol que já nasceram entram sorrateiramente em meu quarto através da fresta deixada pela minha cortina. meu travesseiro parece uma nuvem sob minha cabeça, e meu cobertor me envolve como um abraço carinhoso, mas o sono já me deixou, e não vou conseguir voltar a dormir.

me levanto, um pouco cambaleante, e paro em frente ao espelho parafusado à porta fechada do meu banheiro. o ar gelado levanta arrepios em minhas pernas descobertas, e eu corro os dedos pelo meu cabelo (já muito danificado pelos anos de química aplicados nele), numa tentativa de ajeitá-lo um pouco. no entanto, eu acabo apenas bagunçando-o mais, as mechas cor de rosa agora apontando em todas as direções.

levanto um pouco a enorme camiseta velha que uso como pijama e me viro de um lado para o outro, analisando intensamente meu tronco e minhas pernas. não, nada mudou. as pequenas dobras de gordura continuam lá, e minhas coxas continuam coladas uma na outra. suspirando desapontado, saio do quarto em direção à cozinha.

ponho a chaleira para ferver e coloco uma bolsinha de chá preto em uma caneca. pego uma maçã na fruteira e lavo-a rapidamente. o meu despertador finalmente dispara, seu som estridente me assustando um pouco. deixo minha maçã em cima da bancada e, em passos rápidos, volto para meu quarto.

ao chegar ao cômodo, pego meu celular em minha mesa de cabeceira, onde ele está conectado à tomada carregando. desligo o alarme que tenho pré-programado para todas as manhãs e, com o aparelho ainda em mãos, volto para a cozinha.

a água agora terminou de ferver. despejo-a em minha xícara, sentindo o cheiro doce do chá subir, e pego minha maçã da bancada. com meu café da manhã, dirijo-me à sala e sento-me no sofá.

encolhendo as pernas, me aconchego e dou o primeiro gole na bebida em minhas mãos. o gosto levemente amargo do chá preto atinge minha língua, e eu consigo sentir a cafeína da bebida me acordando efetivamente. um arrepio percorre os meus braços, devido à diferença de temperatura entre o chá quente que desce pela minha garganta e o ar gelado que envolve o meu corpo.

com meu celular em mãos, eu dou ma mordida em  minha maçã, desbloqueando o dispositivo. eu aproveito o gosto da fruta enquanto voou passando pelas postagens em meu instagram. depois de certo tempo, me deparo com uma foto de jin hyung, meu melhor amigo. a imagem mostra meu hyung em um aeroporto, sorrindo para a câmera a com uma mala ao seu  lado. logo abaixo da postagem, a legenda diz: "time to go home."

finalmente! jin havia ido para a china por alguns meses para aprender um pouco mais sobre a culinária do país. ele é uma das únicas pessoas com quem eu interajo de verdade, então eu obviamente sinto sua falta.

em poucos minutos, termino de tomar meu café da manhã e levo as louças para a pia. sigo para o meu quarto mais uma uma vez e vou direto para meu armário escolher uma roupa para o dia. o outono está apenas começando, mas julgando pela atmosfera gelada do meu apartamento, o clima já está esfriando. acabo então vestindo uma blusa de mangas compridas e gola alta acobreada enfiada dentro de uma calça jeans soltinha. sigo para o banheiro, onde escovo meus dentes, faço minhas necessidades e tento mais uma vez acalmar minhas madeixas rebeldes, que não se deixaram arrumar, mais uma vez.

uma vez terminadas minhas higienes matinais, sento-me em minha cama, sacando meu celular para checar as horas. mal passa das sete da manhã, e eu normalmente não saio para o trabalho antes das oito. contudo, como não tenho nada para fazer em casa, resolvo ir para o meu estabelecimento antes do normal. junto meu celular, minha carteira e minhas chaves, guardo-os nos bolsos da minha calça e deixo meu pequeno apartamento.

tea parties and tattoos - yoonminWhere stories live. Discover now