convite

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jimin

o resto da noite na casa de yoongi passa surpreendentemente agradável, apesar das circunstâncias. eu não sei o que me leva a deitar minha cabeça no ombro de yoongi. talvez seja o jeito como ele se aproxima de mim lentamente de mim ao longo do filme, ou talvez a energia reconfortante que o homem transmite seja suficiente para que meu subconsciente se acomodasse ao seu lado. tudo o que eu sei é que quando o filme que estávamos assistindo acabou eu estava praticamente em cima do meu vizinho.

tenho medo que o clima fique estranho assim que tivermos que nos separar, mas, da alguma maneira, yoongi consegue  tornar até isso tranquilo. quando eu começo a me afastar, ele simplesmente deixa seu braço que estava em volta de meus ombros deslizar pelas minhas costas, com um sorriso fechado e confortável se formando em seus lábios.

- gostou do filme? - ele pergunta, se espreguiçando e fazendo com que a barra de sua camiseta levantasse um pouco. isso me pareceu muito mais atraente do que deveria.

- sim, hyung - respondi apenas, não sabendo o que mais dizer para continuar uma conversa.

um silêncio esquisito se instala entre nós. fazer qualquer som nesse momento parece errado, então eu tento ao máximo segurar o bocejo que sobe pela minha garganta. infelizmente, meu esforço é frustrado, e eu preciso levantar minha mão par cobrir minha boca.

- você está cansado? já está bem tarde - yoongi pergunta, tirando seu celular do bolso para checar o horário. eu faço o mesmo e vejo que já é quase onze da noite. - como você veio? eu posso te dar uma carona se você precisar.

- ah, não precisa se preocupar - eu respondo, não querendo causar nenhuma inconveniência, depois de tudo que já havia acontecido mais cedo. - eu vim de ônibus, é tranquilo para voltar. não quero fazer você sair de casa sem necessidade.

- ah, chim, mas isso não é problema. além do mais, eu quero ter certeza que você vai chegar bem em casa.

sinto meu coração pular uma batida.

- t-tem certeza que não é um problema? - pergunto, tentando (e falhando) fingir normalidade.

- é claro - ele responde, o mais suave dos sorrisos se abrindo em seu rosto. por um segundo, acho que estou tendo um ataque cardíaco. - eu só preciso pegar minhas chaves e nós podemos ir, ok?

eu apenas assinto e lhe assisto levantar e sumir novamente corredor abaixo.

depois de voltar, embrulhado em um moletom preto de aparência extremamente macia, yoongi me guia para fora do apartamento e até o elevador, no qual descemos até a garagem do prédio. lá, ele me leva até uma caminhonete preta enorme. 

- você não tinha uma moto? - eu questiono, mais para mim mesmo do que qualquer coisa, enquanto ele a destranca.

- eu tenho, mas também tenho um carro - o homem responde, com uma pequena risada.

ele faz alguma piada sobre "as vantagens de ter pais divorciados e com dinheiro", mas eu não consigo prestar muita atenção, pois bem nesse momento ele abre a porta do banco do passageiro para mim e me oferece a mão, como se para me ajudar a subir no carro. eu a aceito, sentindo meu rosto aquecer pela milésima vez naquela noite.

o caminho até minha casa é rápido e feito em relativo silêncio. quando chegamos, me despeço de yoongi com um rápido aceno e um agradecimento, mas antes que eu possa sair do carro ele segura a minha mão. eu encaro nossas mãos unidas e depois seu rosto. a expressão em sua face é tão calorosa que, por um instante, eu acho que meu vizinho irá beijar minha mão, como acontece naqueles filmes românticos clichês. ao invés disso, ele apenas a aperta, dando um pequeno sorriso.

tea parties and tattoos - yoonminWhere stories live. Discover now