Lihn e Elisa

792 45 2
                                    

Ashley POV

Quando os meninos completaram três anos, decidimos que já era hora de adotarmos a criança que tínhamos decidido a muito tempo atrás. Então conversamos com a Lisa, ela estava grávida do seu primeiro bebê, mais já tinha adotado o Sean a um ano e meio, ele tinha quatro anos e era da Malásia. Ela disse que haviam muitas crianças na ONG para serem adotadas, mais que um caso havia chamado atenção dela a alguns dias.
Uma menina chamada Lihn Bodaki, que era refugiada da Coréia do Norte. Sua mãe havia morrido no meio da fuga, e não sabiam quem era o pai. A criança foi carregada com os outros refugiados, e quando chegaram a Coreia do Sul, ela foi largada em uma praça, então o governo a encaminhou para a ONG, para que ela não ficasse mais próxima de tantas tragédias, ao lado de apenas uma fronteira.
Ela era muito tímida e temerosa, mais ela queria ir embora a qualquer custo, haviam transferido ela para a Sede, nos Estados Unidos, e Lisa disse que podíamos ir lá ver ela, se quiséssemos. E fomos.
Ela não falava uma palavra de inglês, mais eu sabia falar um pouco de coreano, então eu cheguei perto dela e disse oi, ela demorou um pouco pra me responder e me perguntou porque meu cabelo tinha uma cor estranha, eu dei risada e disse que nasci com ele dessa cor, ela disse que achou bonito. E quando ela tocou em meus cabelos, eu soube que ela deveria ficar conosco. Aquela criança precisava de amor, de carinho, precisava de paz, e nós poderíamos dar aquilo a ela.
Passamos duas semanas e meia nos EUA, passeando com ela pelos parques e pela cidade, ela foi criando confiança em nós, e um dia dormiu no colo do Harry, que chorou quando chegamos em casa, e disse que ele já amava ela como uma filha.
Fiquei procurando um porquê disso, e tive a liberdade de pensar que ela, em alguma vida, teria sido próxima a nós dois, por isso, nós já a amávamos. Os meninos só conheceram ela na segunda semana, e a amaram. Embora tivessem dificuldade em se comunicar, ela e Henry pareciam se conhecer a muito tempo, agiam como ele age com meu sobrinho Jared, e eles cresceram juntos. Ficamos emocionados e decidimos comprar a briga.
Entramos com o pedido de adoção, e de guarda.
A Coreia do Sul respondeu em menos de duas semanas, quando já tínhamos voltado para Londres, e estávamos extremamente ansiosos, a Assistente Social do governo disse que a Guarda seria dada a ONG em menos de dois meses, mais como já havíamos pedido, ela transferiria o pedido para nós. Ela também dizia que podíamos pegar ela, se os cuidadores da ONG autorizassem, porque dificilmente o trâmite dos documentos daria errado. E foi o que fizemos, Harry viajou até os EUA de novo e trouxe ela para nossa casa. No primeiro dia ela ficou muito quieta, e não queria conversar, mais depois foi se acostumando, e em duas semanas ela já corria pela casa com Harold, já tocava com Hardin, e todos os dias ela e Henry tentavam se comunicar.
Quando finalmente conseguimos a guarda dela, dois meses depois que ela chegou, ela já falava algumas palavras em inglês, e nós tínhamos um orientador em casa, para os meninos aprenderem o Português, o inglês, o alemão, e o sueco, então, ela entrou na onda, e os meninos começaram a estudar coreano também. Mesmo com apenas três anos, a linguagem já era desenvolvida, assim como já tinham aulas de música e artes em geral.
Tivemos uma surpresa, eu estava grávida, de quase cinco meses, e nenhum de nós havia percebido. O médico me deu os parabéns, e disse que nessa gravidez eu não teria incômodos. E não tive.
Nada de enjôos, dores, ou não poder subir escadas, eu só inchei no último mês, e foi a minha melhor gravidez. Era uma menina, e de alguma forma, dentro de mim, eu sabia que era a minha filha, aquela filha que um dia me prometeu voltar, que estava no meu ventre novamente.
Decidimos que seu nome seria Elisa, que significa "promessa divina". É um nome encurtado de Elisabeth, mais minha irmã amou.
Ela era nossa promessa divina, e minha irmã também foi, depois que minha irmãzinha Anne faleceu, minha mãe pediu outra filha, e então a Lisa nasceu.
Quando a Elisa nasceu, Lihn se mostrou muito apegada e ciumenta a ela, e eu entendi, elas deviam se conhecer de outra vida. Por isso essa conexão conosco, por isso, o tempo ter passado e só agora a Elisa nascer, e por isso, a Lihn veio a nós do nada.
Deus tem promessas, e elas se cumprem, da forma mais linda.

A Contratada || H.SOù les histoires vivent. Découvrez maintenant