Capítulo 9

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Depois de algum tempo, Mark desfez o nosso abraço. O olhei sem reação. Por que ele me abraçara?

― D-Desculpe. ― Disse. ― Eu...

― T-Tudo bem. ― Sorri envergonhada.

Nossos olhares se chocaram, mas por ambos estarem envergonhados, a direção do olhar tomou outro rumo.

― Huh... acho melhor você ir para casa. Já... já está tarde. ― Olhou-me de relance. ― Podemos continuar o assunto do livro amanhã na escola?

― Certo. ― Sorri.

― Vou acompanhá-la até em casa.

― Huh? Não, não. Não precisa. Eu posso ir sozinha...

― De forma alguma! ― Impediu-me. ― É perigoso uma garota frágil e bonita como você... ― Uma tossida quase forçada veio entre suas palavras. ― É perigoso uma mulher andar sozinha, tarde da noite. Venha. Eu te acompanho até em casa. Não fará mal algum.

Tentei prender o meu sorriso ao ver o quão gentil ele fora, e dessa forma, o acompanhei até o meu apartamento.

(...)

― Até amanhã, Dara.

Despediu-se de mim com um belo sorriso nos lábios. Fechei a porta e me virei de costas para ela. Soltei um suspiro enquanto eu permitia que um sorriso transparecesse em meu rosto.

Mark Tuan era tão gentil, e isso fazia com que eu sentisse vontade de apertá-lo. Um homem como Mark Tuan, devia ser uma loucura. Várias mulheres desejavam um cara gentil como ele, e eu... não era diferente.

― Nhaa... ― Levei minhas mãos até as minhas bochechas, sentindo-as queimarem. ― Ele é tão fofo... gentil... e... minha nossa! ― Arregalo os olhos. ― Ele me abraçou! ― Acabo soltando um risinho.

― Sonhando com contos de fadas, Park Dara?

Aquela voz. Somente aquela voz foi capaz de destruir a minha alegria.

― O que você quer? ― Bufei.

― Eu? ― Deu de ombros. ― Nada. ― Completou. ― Você deve chegar mais cedo em casa.

Arqueei as sobrancelhas e ignorei a presença de Jaebum na sala, seguindo até a cozinha.

― Eu falo sério, Park Dara. ― Disse.

Eu falo sério Park Dara. ― Repito as suas palavras, as ironizando com uma voz fina. ― Você não manda em mim, Im Jaebum. ― Despejei a água no copo.

― Dividimos o mesmo apartamento, então, temos que ter regras para que não aborreça nenhum dos dois. E chegar em casa tarde, é um dos aborrecimentos, pois eu não serei obrigado a esperar você chegar altas horas da noite para eu poder trancar a porta.

― Temos chaves individuais. ― Voltei para a sala.

― Eu não confio em você.

― Qual o seu problema? ― Me virei para ele. ― Você também faz isso e mais um pouco! Ou eu devo refrescar a sua memória, hein? Hein? ― Me aproximei. ― Você gostaria que Jinyoung soubesse que você trouxe uma garota para cá? Ou melhor... sabe lá quantas você já trouxe ou o que já fez com elas enquanto eu não estava aqui? ― Franzi o cenho. ― Ao menos eu não fiz poucas-vergonhas em um sofá! E nem trouxe ninguém aqui, ainda!

― Você ainda diz "ainda"? ― Riu. ― E Mark Tuan? Ele não é ninguém?

― Ele é apenas um colega de classe! E... ― Dou ênfase. ― Estávamos estudando! Você sabe ao menos o que essa palavra significa?

― Como posso saber se realmente vocês estavam apenas estudando? ― Me olhou com o cenho franzido. ― Ele agora já te chama pelo primeiro nome. Não acha que já é liberdade demais?

― Escuta aqui! ― Me aproximei mais dele. ― Eu não sou uma garota qualquer, ok? Eu não sou você, Im Jaebum. Se você fosse uma garota, pode ter certeza que nenhum garoto te levaria a sério. E é dessa forma, que todas as garotas deveriam agir com você.

― Sério? ― Disse em deboche. ― Ao menos eu seria uma garota sexy.

― Olha, eu não me importo com isso, ok? Peitos, bunda, quadris... nada disso importa!

― Você diz isso porque não tem.

― Im Jaebum... ― Aperto meus olhos fortemente, tentando me controlar. ― Eu sou capaz de... ― Deixo meus olhos semiabertos e encaro as calças de Jaebum. Um sorriso sapeca e uma rápida olhada para o copo de água, logo viera uma ideia em minha cabeça. ― Sabe... ― Prendo o riso. ― Como diz o ditado... Vingança é um prato que se come frio. ― Rio nasalado. ― E se eu for capaz... eu como até o prato. ― Viro o copo de cabeça para baixo, deixando a água cair e ir direto em encontro com a calça de Jaebum. ― Oops... foi sem querer.

― Você está louca? ― Gritou furioso.

― Eu? ― Ri. ― Você não disse que seria uma garota sexy? Agora saiba lidar com a água que está marcando as suas lindas coxas. ― Pisco para ele e me afasto, apressando os meus passos em direção a algum canto do apartamento, pois eu ouvira Jaebum vindo atrás de mim, e ele estava furioso.

Gargalho enquanto corro pelos cômodos. Jaebum dizia que iria me matar quando conseguisse se aproximar de mim.

― Qual o problema, Bum? Está molhadinho? ― Me debruço sobre o balcão da cozinha, gargalhando ainda mais alto.

― Park Dara, você é uma pessoa morta. ― Ele puxa o meu braço e me imprensa contra o balcão.

― Sou é? ― Continuo gargalhando. ― Então me mate. ― Abro os meus braços começando uma encenação. ― Mate-me. Mate-me! Oh, o que será de mim agora? Oh. Oh não! ― Tampo os meus olhos e solto uma alta risada logo após.

Aish... ― Se afasta de mim. ― Você é impossível.

― E então? ― Sorri. ― Como fui?

― Vai se... ― Revirou os olhos e seguiu caminho para fora da cozinha.

― Ai, ai, Im Jaebum. ― Volto a me debruçar sobre o balcão, permanecendo com o sorriso irônico nos lábios.

(...)

Por favor, me deixem ir...

Deixar você ir? ― Gargalhou. ― Ela quer ir embora, meninas. ― Disse debochadora.

No dia seguinte, entrei na escola já me deparando com aquela situação. O mesmo grupinho de garotas que havia me parado em meu primeiro dia de aula, estava fazendo o mesmo com aquela garota.

― Quem elas pensam que são para fazerem isso? ― Suspirei. ― Ei! ― Me aproximei. ― Podem deixá-la ir embora?

― Veja só quem chegou, Jinah. ― Disse uma das outras três garotas.

― Mrs. Abóbora. ― Jinah virou-se para mim. ― A conversa ainda não chegou na plantação.

Suspirei ao ouvir o que ela disse.

― Deixe ela, por favor. ― Peço.

― Parece que a ratinha quer mandar em nós. ― Disse ela fazendo com que as outras rissem. ― Se você não quiser que as consequências caiam sobre você, fique na sua.

― Eu estou pedindo com educação. ― Digo.

― Aish... ela só fala? ― Revira os olhos. ― E quando a sua educação acabar, o que você vai fazer, huh? Vai me bater? ― Se inclinou em minha altura. ― Você quer mesmo discutir comigo? ― Disse em deboche. ― Acho melhor não. ― Se virou para a garota novamente.

― Ei. ― Seguro em seu braço. ― Você acha bonito isso? Huh?

― Você está tirando a minha paciência!

― Deixe-a ir embora que eu a deixarei em paz.

Ela riu do que eu falara.

― É? Ok.

Ela levantou a sua mão para o alto, prestes a me bater, mas inesperadamente alguém segura o seu pulso, a impedindo. 

Apartment 12 ▶JB.Where stories live. Discover now