Capítulo 34

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— Eu posso saber, exatamente, o que a senhorita deseja encontrar indo até Daegu? — Jinyoung questionou assim que nos sentamos nas poltronas do ônibus.

— Encontrar, não. Entender. — Posiciono-me confortavelmente na poltrona, e aproveitadora, deitei a minha cabeça no ombro de Jinyoung. — Eu não sei bem as minhas origens, entende? Eu só quero saber quem eu sou de verdade... — Murmuro.

— Dara, você tem que parar com isso. Qual é? — Mexeu os ombros, tirando o apoio que minha cabeça recebia de seu ombro, intencionalmente. — Escuta... Você não precisa disso. Para mim, você é uma garota incrível! A melhor e única que eu já conheci. Pouco importa as suas origens, você é o que é agora. Hoje! E hoje, para mim... Você é a garota dos sonhos de qualquer cara. Só burro não vê isso. Além do mais, não falando só do público masculino, mas... Você como pessoa, como garota... Como mulher... É uma verdadeira princesa, embora que seja um pouco grossa... — Diz brincalhão. — Mas você é maravilhosa, Park Dara. Você não precisa pensar dessa forma. Você é incrível! E sempre será! É isto que você é de verdade.

Eu o amo mais que tudo...

— Dara... — Segura em minha mão. — Eu estou aqui para tudo o que você precisar. E te mostrar o quanto você é especial. E não apenas papo de irmão, mas... Como uma pessoa comum. — Acaricia as costas de minha mão. — Te amo, ok? Você é como se fosse uma irmã mais nova para mim, e eu tenho o desejo de cuidar de você, lembre-se disso.

Concordei e voltei a escorar a minha cabeça em seu ombro, fechando os olhos e deixando a suave música que tocava nas caixinhas de som no ônibus percorrerem docemente por meus ouvidos.

(...)

— Poxa! Cidadezinha bacana. — Jinyoung disse admirado, olhando ao redor após descermos do ônibus.

— Você nunca visitou Daegu? — Perguntei embasbacada.

— Você também não. — Mexeu os ombros. — Lembre-se que precisa de dinheiro para poder viajar, Park Dara. Algo que no momento... Não temos muito. — Botou a mão no peito, como se estivesse sentindo dor.

— Talvez... Depois dessa visita... Possamos ter muito dinheiro...

Jinyoung me olhou incrédulo.

— Eu esperava qualquer coisa de você, Park Dara, mas... Chantagear velhinhos para ganhar dinheiro... Eu nunca imaginei isso! Ele é apenas um velhinho indefeso! — Quase gritou, dramático.

— Não estamos em uma apresentação de teatro, Jinyoung. — Levo a mão à testa, constrangida com sua reação. — Eu não vou chantagear ninguém! — Puxo sua orelha. — Antes de você sair por aí gritando algo que acabe com minha imagem... ESCUTE PRIMEIRO!

A-Ai... E-Está machucando!

Puxei Jinyoung até um local um pouco menos movimentado da estação de ônibus.

— Escute! Eu não vou chantagear ninguém! — Bufo e solto a sua orelha. — Muito menos quando se trata de um velhinho indefeso. — Reviro os olhos.

— E o que você vai fazer lá?

— Por que você não pode encarar como apenas uma visita a alguém da minha família? — Cruzo os braços, indignada com as suas suspeitas.

— Porque todo esse tempo você nunca se importou com ele. E agora, de repente, mudou de ideia? — Olhou-me confuso. — Foi a vida em Seul, não foi? Foi o luxo que você conheceu por lá? Isso não é digno, Park Dara.

— Eu não sabia muita coisa sobre o meu avô. Eu cresci vendo os que estavam ao meu redor, não falar sobre ele. — Digo referindo-me a minha família. — E só agora eu vim saber onde ele está. Porque ainda mais... Eu forcei a barra para a sua mãe contar. Porque se não fosse assim... Talvez eu nunca iria saber!

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