Capítulo 23

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Alguma coisa puxava fortemente os meus pulsos, quase rasgando a minha pele.

― Ei... Seja o que for que está fazendo isso... Eu vou matar... se não parar ― Murmurei quase desacordada.

― Você não vai precisar me matar. Já estamos mortos!

A voz era de Jaebum, e como antes, ele persistia em soltar os seus pulsos, que estavam presos na mesma corda que os meus.

― Ei. Pare! Está machucando os meus braços ― Grunho.

― Ao invés de você estar me fazendo de colchão, por três horas seguidas, você deveria estar tentando fugir também!

― Fugir?

Abri os meus olhos e olhei ao redor. O lugar parecia algum tipo de celeiro velho e abandonado.

― O-Omo! Onde é que eu estou?

― E você vem perguntar logo a mim? ― Bufou ― Estamos sentados nesse chão desde quando saímos do clube. E eu já não aguento mais ficar sentado! Minha bunda está latejando e... Minhas costas doem por causa do seu peso sobre elas!

― O-O-O que vamos fazer? Quem fez isso com a gente? Por quê? Por que estão fazendo isso? Eu não me lembro de nada! S-Só lembro de entrar em um beco e... Um cheiro muito forte atacar a minha respiração. Jaebum! Eles vão nos matar? Eu não posso morrer! Não agora! Ai, meu Deus! E agora? Eu tenho ainda tantas coisas para fazer... Tantos sonhos para correr atrás. Eu... Eu...

― Você era melhor dormindo. Aish... Me ajude a soltar essa corda de nossos pulsos!

A porta do local é aberta inesperadamente.

― Vejo que nossa pequena tagarela de ouro acordou.

Um homem, quase um senhor de idade, caminhava até nós com outros dois homens. Ele sorria para mim. Ele parecia feliz.

― Estou feliz em vê-la pessoalmente.

― Q-Quem é o senhor?

― Eu? ― Solta uma gargalhada ― Ninguém muito interessante para se conhecer ― Se agachou ao meu lado ― Você realmente é muito fofinha.

― O-O que o senhor quer comigo?

― Você vale ouro, menina. Os meus garotos falaram muito sobre você, desde o dia em que eles acabaram confundindo o seu amigo com um cara que devia uma grana para mim.

O dia da minha fuga com Jaebum logo veio em minha cabeça.

― O-O senhor deve estar me confundindo com outra pessoa. E-Eu não sou ninguém. Mas ele é! ― Aponto para Jaebum.

― Ei! ― Jaebum disse incrédulo.

― O seu amigo? ― Gargalha ― Ele é inútil. É só o filho adotivo do Presidente Im ― Deu de ombros.

― Ei! Mas eu serei o próximo a assumir a empresa do meu pai!

O senhor apenas ignorou o que Jaebum disse.

― Mas você, Park Dara... Você é a pessoa mais poderosa de toda a Coreia. Você pode ter o país em suas mãos. Você pode ter o que quiser.

― Eu não sei do que o senhor está falando ― Digo quase em prantos ― Eu sou apenas uma garota. Como qualquer outra.

― Ela tem pose de durona, mas no fundo parece um gato assustado ― Jaebum cochichou.

― Foi a Srta. Kim, não foi? Ela quem mandou o senhor me sequestrar para que eu não voltasse a morar com o Jinyoung!

― Srta. Kim? Quem é Srta. Kim? Há outra pessoa atrás de você? ― Ele olhou rapidamente para os dois homens atrás dele ― Temos que trazer reforços. Ninguém pode se aproximar da Srta. Park.

― O que o senhor quer comigo?

― Ora, garota. Você é a filha de Park Iseul e Park Joohyun. Donos da maior corporação de Seul! E é uma sorte você ter sobrevivido àquele acidente de carro. Quando falaram que a filha deles estava viva, eu não havia acreditado. Mas veja só, você está bem aqui, em minha frente! Não é formidável?

Olhei assustada para o senhor.

― Eu não sou essa filha que o senhor pensa que eu sou.

― Claro que é! Eu demorei muito tempo para ter certeza de que você era realmente a filha de Park Iseul, pelo seu jeito bruto e insensível de agir, diferente dos seus pais.

Escuto Jaebum soltar um riso debochador.

― Meus pais não eram donos de uma corporação ― Persisto em afirmar nisto.

― Esta foi a mentira que os seus tios inventaram, para que você não corresse perigo. Acredite, Park Dara, há muitas pessoas que invejam ou querem ter a vida que você tem, custe o que custar. Como essa tal de Srta. Kim.

― E por que o senhor me sequestrou?

― Eu tenho os meus planos ― Sorriu ― Mas acalme-se, eu irei te proteger.

― E... Im Jaebum?

― Talvez esse seja o último dia de vida do seu amigo ― Deu de ombros ― Eu voltarei mais tarde ― Levantou e caminhou junto aos seus dois capangas para a saída do celeiro.

― Isso não pode ser verdade... Eu não sou filha de donos de uma corporação... ― Respiro fundo ― O que você acha, Jaebum? ― Tentei olhar para ele ― Jaebum?

Ele estava com os olhos arregalados ao máximo. E de repente, desmaia sobre mim.

― Ei! Saia de cima de mim! ― Sacudo o meu corpo contra o de Jaebum, tentando o acordar.   

Apartment 12 ▶JB.Where stories live. Discover now