Capítulo 35

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— Diga que essa não é você e que eles não são os seus pais.

— São os nossos nomes, mas... Essa aí, não sou eu! — Entro em pânico. — Eu vou ser presa, Jinyoung? Vão me prender? Eu sou muito jovem para ser presa! — Entro em desespero ao relembrar de todos os motivos que poderiam me levar à delegacia.

— Acalme-se! Está chamando a atenção de todos! — Reclamou ao ver que todos que passavam por nós, olhavam para o meu espetáculo. — Existem muitas "Park Dara" por aí. Fique calma!

— Mas apenas "uma filha" de Park Iseul e Park Joohyun!

— Mas ninguém conhece a sua história! Nem você mesma! — O olhei em desaprovação ao ouvir ele falar que nem eu mesma sabia. Mesmo que aquilo fosse verdade, havia sido um comentário desnecessário.

— Mas... Alguém sabe... — Srta. Kim sabia. Será que tinha sido ela quem mandou fazer isto?

— Você contou a Jaebum?

— O que? Claro que não! — Reviro os olhos. — Ele nunca foi o meu amigo... Então... Por que eu contaria? Além de que... Eu nem sabia que o carro dos meus pais havia sido sabotado. E nem que eles eram tão famosos assim.

— Seus pais eram famosos? — Levantou as sobrancelhas.

— Não está vendo? Estão até nos jornais!

— Para moradores do campo... É inusitado.

— O que quer insinuar?

— Qual é, Park Dara? Esses jornais de hoje em dia, só mostram pessoas de classe alta, donos de Empresas. É raro sair uma notícia que não seja sobre grandes CEOs. — Exatamente, Jinyoung.

— E você não faz ideia da crise que existe dentro de mim! Minha família está nos jornais!

— O seu avô não falou nada sobre isso? Que pudesse explicar?

— Na verdade... Não entendi nada do que ele falou. Ele realmente não possui um bom senso de humor. — Omiti. 

— Então... Sua vinda até aqui foi em vão?

— Pelo menos eu o encontrei novamente, depois da morte dos meus pais.

Já estava entardecendo e nuvens de chuva se formavam no céu.

— Acho melhor voltarmos para casa. Irá chover e estamos despreparados. E já que você realizou o desejo que tanto desejava, podemos voltar agora.

(...)

De volta a Jinhae-gu. Mesmo depois de algumas horas, eu não conseguia tirar aquele jornal dos meus pensamentos. Eu estava confusa, com medo, e chegava até mesmo, a sentir-me infeliz por todos os acontecimentos atuais. Eu me sentia perdida. Quem eu era realmente? Por que eu parecia ser a única que não sabia da minha própria vida? Da minha própria história? O que deveria ser apenas 1 ano de estudos, foi completamente por água abaixo. Acabou. Perdi o resto do ano na escola, a formatura. Perdi também a minha verdadeira face. Encontrei pessoas que me odiaram em primeira mão, sem explicação, e conheci alguém que acarretou em mim, dúvidas e mais dúvidas. E agora, eu penso, por onde anda a minha antiga Park Dara? Ela ainda está viva? Talvez, esteja apenas escondida, no meu mais sombrio eu.

A chuva caia fortemente, e eu a observava da varanda da casa de Jinyoung, sentada em uma das cadeiras de jardim e com os pés apoiados em uma mesinha próximo. Eu respirava fundo, fechava os olhos, pensando no dia de hoje. Não era tão fácil quanto parecia ser. Pelo menos, não para mim. Se eu pudesse voltar no tempo, eu desejaria nunca ter que passar por isso, pois somente eu, sabia o quanto era doloroso.

— Já está tarde. Você não vai dormir? — Jinyoung encostou-se na porta, atrás de mim.

— Eu não estou com sono.

— Você está bem? — Perguntou e eu balancei a cabeça, dizendo que sim. — Tem certeza?

— Sim. Eu estou bem. — Respondi breve e respirei fundo.

— Tudo bem... Eu estou indo dormir. Não fique até tarde aqui fora. Fiquei sabendo de que ronda um tarado por esta região

— Nem tarado me quer... — Murmurei.

— Boa noite. — Mesmo que eu não pudesse ver a sua face, eu sentia que o mesmo estava com um semblante de desaprovação, por eu não ter pedido para ele ficar comigo. Ele gostava de fazer companhia a mim, porque ele sabia quando eu estava bem mesmo e quando não estava. Mas, hoje, eu gostaria de ficar sozinha.

Ele fechou a porta e eu voltei a atenção completa para a chuva que caia.

Um repentino barulho entre as plantas do jardim, atrás de uma das cercas de arbustos, soou assustadoramente até onde eu estava. Ainda chovia um pouco, o que contribuiu para o pequeno frio em minha espinha aumentar.

Fitei amedrontada as plantas, esperando que fosse algum bichinho. E então lembrei do que Jinyoung me disse, sobre haver um tarado rondando pela região.

"Nem tarado me quer". Parabéns Park Dara. — Reviro os olhos, em desaprovação do que eu mesma disse.

Travei o maxilar e olhei ao redor, em busca de algo para eu me proteger. Vi um regador encostado em um canto da varanda. Ele poderia servir. Levantei-me da cadeira e o peguei, preparada para ir ao meu combate com o possível tarado. Coloquei o capuz do meu moletom, antes de sair na chuva, e segui até onde vinha o barulho.

— Não tenha medo, Park Dara. Não tenha medo... — Repetia para mim mesma, enquanto eu me aproximava mais dos arbustos. — Você não tem medo de nada... Você não tem medo de nada... Você não tem... — Uma silhueta surgiu entre as plantas, e automaticamente eu fechei os olhos e comecei a bater no indivíduo com o regador. — MORRE! MORRE!

Ouvi um gemido em reprovação e uma voz familiar soar.

— O que deu em você? — A pessoa disse arrogante.

Abri apenas um dos meus olhos e fitei a pessoa, intrigada. Como aquilo era possível?

— Im Jaebum?!

Apartment 12 ▶JB.Where stories live. Discover now