Despedidas || XXX

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Lucas e eu caminhamos até uma praça próximo ao nosso prédio. O lugar onde eu escolhi para nos encontrarmos era perto. Lucas se apoiou em um dos bancos e eu também, então ficamos assim por um tempo conversando.

- Ta errado você me trazer em casa, devia ser o contrário. - Ele diz.

- Machista você meu caro. - Respondo arrancando um sorrisinho dele. - Fico mais tranquila deixando você aqui.

- Você se importa comigo? - Ele pergunta.

- Claro né bestão. - Respondo.

- Então voce poderia deixar eu te levar em casa hoje. - Ele pede olhando pra baixo.

- Lucas. - Chamo sua atenção. - Não.

- Você é muito chata. - Revira os olhos.

- E você é muito infantil. Todos temos defeitos.

- Tirando o fato de você ser chata, eu não conheci seus outros defeitos ainda. Ah você vive me dando bolo tambem. - Ele da um sorriso.

A presença do Lucas é tao leve, tão gostosa que eu não sinto vontade de voltar pra casa mas ele começa com aquela história de querer me levar embora então tive que me despedir dele.

Fui com ele até a frente do nosso prédio, nos despedimos e o vi entrar. Dei duas voltas no quarteirão e depois subi correndo pro meu apartamento.

- Você já viu a hora? - Assim que abri a porta ouvi a Júlia me perguntar, estava sentada no sofá em meio ao escuro, apenas com a luz da lua que entrava pela porta de vidro.

- Deveria olhar? - Disse ascendendo a luz e deixando as chaves sob a mesa.

- Claro, isso não é hora de mocinhas de família chegar.

- Ah vai dormir. - Me atiro no sofá com a cabeça no colo dela. - To no céu.

- Então volta e me conta o que rolou hoje. - Disse me empurrando pra que eu sentasse novamente.

- Ah nada demais. Eu chamei ele pra sair, conversamos bastante e depois fizemos uma caminhada. - Digo relembrando dos momentos.

- Caminhada de mãos dadas... - Ela completa.

- Também.

- Ata, só isso? - Confirmo com a cabeça. - Vocês estavam só conversando e caminhando de mãos dadas desde aquela hora até as 22:17. - Ela olha no relógio.

- Sim Júlia. O que mais nós estaríamos fazendo na rua?

- trocando saliva. - Ela diz indiferente e eu caio na risada. Uma risada digamos, comprometedora. - Mentira que vocês se beijaram? Como foi?

- Júlia eu lá te pergunto como são os beijos que você dá? - Pergunto.

- Eu nem daria conta de falar todos por que se existe um lugar onde a minha língua não fica é dentro da minha boca, mas você é uma raridade.

- Joga na cara que ninguém me quer.

- Ninguém queria por que agora esse ai tá na sua. - Ela diz indo até a cozinha.

- Ta vamos mudar de assunto por que o meu rosto ta começando a esquentar. - Grito. - Como vão as coisas com o Mauro?

- Ah tão indo né. - Ela aparece de novo na sala desanimada. - Parece que ele não tá muito afim.

- E você ta?

- To. Mas tem horas que eu desanimo, parece que tudo tem que ser eu. Eu que chamo pra conversar, eu que chamo pra sair, eu que puxo assunto ele é muito afastado.

- talvez seja o jeito dele. Ele parece muito introspectivo. - a consolo.

- Espero que seja isso mesmo.

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