Tudo que é bom, dura... || LXXV

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- Vocês são tão lindos que nem da vontade de sair. - Mauro diz olhando pro Lucas e eu.

- Da sim. - Júlia grita. - Da muita vontade de sair. O Mauro você não pensa que vai se livrar de sairmos com essa desculpinha ein.

Mauro revira os olhos e Júlia cruza os braços, Lucas e eu rimos da situação até eu ver Eduardo encolhido em um canto.

- Lucas, esse aqui é o Eduardo. - Apontei pro Edu.

- E aí, cara. - Lucas cumprimentou o Edu e ele respondeu tímido.

- Todos apresentados agora, Mauro e eu podemos sair então. - Júlia diz puxando o Mauro pro quarto.

- Eu vou junto. - Eduardo diz. - Fiquem comportadinhos ai.

- Ta. - Respondo e dou uma risada, viro de frente pro Lucas e o abraço. - Você me assustou sabia?

- Por que?

- Pensei que você ia vir aqui brigar. - Digo e abaixo meu rosto.

- O que importa é que estamos bem, né.

- Sim. - Eu o abraço e ele retribui.

- Rosas vermelhas por que são suas flores favoritas. - Lucas diz se referindo ao buquê.

- Quem te disse isso? - Estranhei.

- Vi em uma foto no Instagram. - Ele sorri.

- Acho que você viu errado. - Disse tentando conter o riso. - Rosas vermelhas são as flores favoritas da minha mãe, as minhas são girassóis.

- Ah, não acertei o coração da filha mas acertei o da sogra. - Lucas diz.

- Sim meu amor. - Sorrio e me abraço nele.

- Você me chamou de que? - Lucas pergunta eufórico.

- De Lucas ué. - Disse pra provoca-lo.

- Não. - Ele me afasta fazendo eu olhar em seus olhos. - Foi de meu amor.

- Eu não menti. Você é o meu amorzinho mesmo.

Lucas e eu decidimos subir para o apartamento dele, mas antes vou avisar meus amigos, quando entro no quarto vejo a Júlia e o Eduardo ouvindo atrás da porta, rio do flagrante que acabo de fazer e vou até o meu guarda roupas. Eles ficam tagarelando nos meus ouvidos e rindo do que acabaram de ouvir, eu somente rio e pego algumas roupas.

Todos param de rir quando ouvem algumas batidas na porta, ficamos em silêncio no quarto ouvindo o que estava acontecendo, era nítido o som do Lucas destrancando a fechadura, abrindo a porta e conversando com alguém. Aquela voz era conhecida pra mim e se tornou mais conhecida ainda quando ouvi:

- A Maria está ai? - Ouvi perguntar.

Droga! Exclamo e vou até a sala. Quando chego na sala vejo aquele rosto conhecido e sinto tudo dentro e mim revirar.

- Pedro, o que você está fazendo aqui? - Pergunto prevendo a merda que iria acontecer.

- Desculpa Maria, eu não consegui parar de pensar em você desde aquele dia e eu sei que talvez a Manuela não seja a melhor pessoa do mundo pra seguir os conselhos mas ela achou que eu deveria vir atrás de você e eu vim, pra dizer que estou apaixonado por você. - Ele despeja tudo emcima de mim e me entrega um buquê de girassóis.

- Maria, quem é esse cara? - Lucas pergunta olhando pro Pedro.

- Lucas, esse aqui é o Pedro. - Me virei pro Pedro. - Pedro, esse aqui é o meu namorado.

- Vocês reataram? - Pedro me olhou triste e antes que eu pudesse responder o Lucas gritou.

- Não, não reatamos. Pode ficar a vontade que eu to indo embora. - Lucas diz pegando o buquê de rosas vermelhas e saindo do apartamento.

Fico sem reação olhando pra ele, até que Júlia toca meu braço e diz pra eu ir atrás dele. Assim eu fiz, larguei o buquê de girassóis emcima da mesa e fui correndo atrás do Lucas. Quando o encontrei ele estava na calçada do nosso prédio com o buquê de flores na mão.

- Lucas, vamos conversar. - Disse me aproximando dele. - Eu não sabia que ele iria vir.

- Ah não, como ele sabe seu endereço? - Ele diz de costas pra mim.

- Eu dei pra ele depois que nós brigamos, mas nunca me passou pela cabeça que ele viria realmente. Me desculpa. - Coloquei a mão nas suas costas mas ele desviou.

- Foi assim que você jurou que não ficou com ele? É assim que você quer que eu acredite? O cara se declarou pra você Maria, ele trouxe suas flores favoritas. - Pude ver lágrimas nos olhos do Lucas.

- Eu sei meu amor, mas eu juro que eu não fiquei com ele. Nós apenas saímos, ok eu errei em não ter dito que ele iria junto, mas eu fiquei o tempo todo com a amiga dele e aquela foto foi o único momento do dia que ele se aproximou de mim. - Disse me aproximando dele e parando bem na sua frente olhando nos seus olhos. - Acredita em mim, por favor.

- Eu não acredito em você. - Ele silibou cada palavra bem devagar e em seguida caminhou até a lata de lixo. - Sabe essas flores aqui? Eu vou dar pra alguém que mereça mais do que você.

Em seguida ele jogou as flores no lixo e saiu caminhando rua a fora, eu nunca senti uma dor tão grande como a que eu estava sentindo naquele momento, eu menti pro Lucas eu admito, mas eu não fiz nada do que ele estava imaginando e o que mais me doía era que ele não acreditava em mim e eu não tinha como provar que ele estava enganado. A dor e a angústia que eu sentia eram tão fortes que eu não conseguia nem chorar, não tinham lágrimas nos meus olhos, mas por dentro eu estava acabada.

Subi novamente pro meu apartamento como se tivesse um peso me pressionando pra baixo, ao entrar pela porta vejo todos me olhando assustados, em seguida eu caio em lágrimas, o Eduardo vem correndo me abraçar.

- Como foi? - Júlia me perguntou.

- Ele não acreditou em mim. - Disse tentando controlar meu choro. - Ele acha que eu fiquei com o Pedro naquele dia.

- Você quer que eu vá conversar com ele, eu posso dizer a verdade. Falar que nós nem conversamos direito. Que o que eu sinto não tem nada a ver com você. - Pedro disse.

- Não Pedro, só vai piorar as coisas. Deixa assim. - Digo.

- Maria. - Júlia parou na minha frente. - Da um tempo pra ele pensar, tenho certeza que ele vai mudar de ideia.

- Ou simplesmente não é pra ser. - Digo secando minhas lágrimas. - Algumas pessoas não são pra dar certo juntas.

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