Orgulho || LXIX

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Ponto de vista: Lucas

Eu estava sentado na cama desde que a Maria saiu, não conseguia esboçar nenhum sentimento, nenhuma reação. Só ficava sentado naquela cama pensando nela, no que ela tinha feito, no que eu tinha dito e tentando avaliar o certo e o errado.

- Mano, eu acho que você tinha que ir atrás dela.  - Christian sai da sacada e senta na outra cama de frente pra mim. - Vocês dois se gostam e ficar de orgulhinho bobo só vai afastar um do outro.

- Não. - Disse e funguei. - Eu posso até ter me alterado e ter dito merda, mas o erro maior foi dela, então ela que tem que vir atrás de mim.

- Não sei se ela vai vir. - Christian levanta da cama e volta até a sacada.

- Vai sim. No fundo eu sei que a Maria gosta de mim e que ela não vai conseguir ficar sem eu. Ela sente a mesma coisa que eu, e é isso que eu sinto. - Disse confiante.

- Olha cara, você pode até sentir isso. - Christian disse olhando pra rua. - Mas ela acaba de entrar no carro de um menino e sair com ele.

- O quê? - Perguntei sentindo como se levasse um soco no estômago e vendo lágrimas brotando nos meus olhos.

Ponto de vista: Maria.

Contei sobre a minha briga com o Lucas ao Pedro, não contei o motivo, apenas que brigamos e eu achei melhor ir embora.

Assim que cheguei no aeroporto troquei meu vôo pra voltar hoje mesmo, sentamos em um banco e esperamos a hora de eu ir.

- Você tem certeza que quer ir embora? - Pedro perguntou. - Ainda da tempo de ir atrás dele.

- Eu não quero ir Pedro, por mais que eu minta pra ele, eu sempre fui atrás. Em todas as brigas fui eu quem corri atrás da reconciliação. - Disse.

- Acho lamentável vocês terem chegado nesse ponto. Vocês se gostam e podiam ter lutado mais.

- Podíamos, mas não fizemos. - Sequei minhas lágrimas e levantei a cabeça. - Não vale a pena. Se não deu certo bola pra frente né.

- Sim. - Pedro sorriu. - Gostou da minha camisa?

Olhei pro meu corpo e percebi que ainda estava com a camisa dele, quando sai do hotel apenas coloquei um short pra não sair apenas de biquíni dali.

- Se você quiser eu vou ali no banheiro, tiro e te entrego. - Digo.

- Não, pode ficar. Só assim eu tenho um bom motivo pra ir até São Paulo buscar. - Ele sorriu e piscou.

- Ah é. - Sorri sem graça.

- Você me da seu endereço? - Ele pede e o olho assustado. - Sempre quis conhecer São Paulo.

- São Paulo ou meu apartamento? - Perguntei e ele ficou vermelho.

- Os dois. - Ele sorriu.

Dei meu endereço a ele e logo chamaram pro vôo. Me despedi dele e fui pro avião.

O vôo foi tranquilo, pra minha sorte uma criança se sentou ao meu lado e ficou o tempo todo conversando comigo, se não fosse por ela ficaria o caminho todo remoendo a minha briga com o Lucas.

Ao chegar na frente do meu prédio um nó se formou em minha garganta. Fiquei imaginando quando o Lucas voltar, como vai ser encontrar com ele todos os dias. Arrasto minhas malas até o elevador e sinto meu estômago embrulhar ao lembrar de nós dois aqui dentro. Assim que chego na porta bato e logo a Júlia vem atender.

- Eu não aguento mais. - Me abracei nela e chorei.

- O que foi? - Júlia perguntou e logo Mauro aparece assustado na sala.

- Mauro? - Questiono e olho pra Júlia. - Vocês voltaram? Que coisa boa.

- De mim ninguém sente falta. - Eduardo aparece na sala.

- Meu amor. - O abraço.

- Maria você pode me explicar por que você chegou amorosa? Por que todo mundo aqui sabe que você não é assim. - Júlia disse.

- Eu briguei com o Lucas. - Disse e todos se sentaram. - O que foi?

- Todo mundo já acostumou com as brigas de vocês dois. - Mauro disse.

- A história de vocês é uma novela mexicana. - Eduardo disse.

- Acho que nós dois nunca vamos dar certo. - Me sento no sofá ao lado do Eduardo.

- Ta mas conta logo. - Júlia diz.

Contei tudo, eles eram meus amigos né? Podiam saber da verdade. Contei que fiquei sozinha no hotel, contei como conheci o Pedro, contei do passeio, da discussão com o Lucas, contei da minha volta pra São Paulo, contei tudo, eles me ouviram sem falar nada e no final eu não aguentava mais falar.

- E então eu to aqui. Não dava pra continuar lá. - Disse.

- Você saiu com esse Pedro e não disse nada pro Lucas? - Mauro perguntou.

- Ele não se importou, Mauro. - Disse.

- Parece que ele se importou sim. - Eduardo opinou.

- Vocês acham que eu errei? Porque eu não vejo que eu tenha errado. - Digo.

- Maria, conceitue erro pra eu poder entender. - Júlia disse. - Porque eu acho que a única coisa que você tem feito ultimamente é errar.

- Erro não Júlia, vacilo. - Eduardo disse. - Maria com esse jeito de Sandy dela tem se mostrado a maior vacilona.

- Vocês não são meus amigos. - Digo e seguro a mão do Mauro. - Você acha que o que eu fiz foi errado Mauro?

- Olha, o T3ddy não é nenhum santo, mas ele gosta de você, mas... - Ele começa a enrolar.

- Eu errei ou não Mauro? - Aperto sua mão.

- Errou. - Mauro diz.

- Ótimo! Eu não tenho nenhum amigo. - Me atiro no sofá.

Tinder - T3ddyWhere stories live. Discover now