Sentimentos || LVI

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Lucas e eu estávamos atirados no sofá, Mauro e Júlia sentados no no chão e Christian recém tinha ido embora depois de uma crise de carência por não ter ninguém ao lado dele. Era triste pra ele ver os dois melhores amigos ali, mas a verdade é que ele é chato (as vezes) e não imagino alguém que o ature.

- To com sono. - Júlia diz depois de um longo bocejo.

- Que horas são? - Pergunto com muita preguiça.

- 22:47. - Lucas responde.

- Ai vou pra casa dormir. - Júlia levanta do chão e se estica.

- Vou junto. - Digo levantando também e parando do seu lado.

- Não amiga, fica com o T3ddy pra ele não se sentir sozinho. - Júlia diz.

- Amiga, o Lucas mora sozinho ha muito tempo, acho que ele já está acostumado a ficar sozinho. - Digo ainda sem entender onde ela quer chegar.

- Maria, acho que a Júlia quer ficar sozinha. - Lucas diz atirado no sofá e eu o olho sem entender, ele aponta com a cabeça pro Mauro e eu encaro novamente.

- Ai Maria, mas você é lerda, ein. - Júlia protesta. - Você fica e ponto. Vem Mauro. - Ela pega a mão do Mauro e o puxa porta a fora, fico olhando aquilo e dou por conta do que ela quis dizer.

Lucas levanta do sofá e fecha a porta, ele caminha até mim e me abraça. Ele não parava de olhar nos meus olhos por nenhum segundo, me lembro daquela noite, quando acordei e senti a cama vazia, lembro de sentir seu cheiro nos lençóis e não sentir seu corpo. Visto sua camiseta caída no chão e vou até o banheiro, queria lavar meu rosto e tirar da cabeça a noite passada, estava tudo decidido, iria me vestir e voltar pra casa, apesar da noite que passamos juntos não consegui esquecer o que ele tinha me dito anteriormente. Mas tudo muda... Senti um vento frio, vou até a sala e o vejo na sacada, me questiono se ele era realmente maluco. Devia estar uns 16 graus na rua e ele estava sem camisa lá fora. Fui até ele e o abracei, aquele frio me fez ficar.

Não levei a sério aquele eu te amo, era impossível levar, nos conhecíamos apenas a algumas semanas, sempre achei que declarações de amor sólidas viriam mais tarde. Nunca acreditei em relacionamentos que duram pra sempre hoje e se odeiam amanhã. Ele queria que eu dissesse aquilo pra sei la, satisfazer seu ego. Não devia ser fácil pra ele se declarar pra alguém e ouvir silêncio como resposta.

Por algum motivo eu gostava do Lucas, nunca gostei de ninguém nem sei como isso funciona, mas sinto que por ele existia algum sentimento que precisava evoluir muito ainda.

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