Confuso || XLVI

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Lucas P.O.V

Acordo no meio da noite assustado, tive um sonho daqueles que nos fazem acordar angustiados. Afastei os pensamentos ruins quando a vi deitada do meu lado, ela dormia tão calmamente que aquilo me acalmou também.

Fiquei analisando os traços do seu rosto e pensando no que eu estava sentindo. Vem a cabeça o que eu disse na noite passada, será que foi realmente certo dizer que ela é especial pra mim? Já me magoei diversas vezes ao declarar meus sentimentos a pessoa que não mereciam, mas será que ela vale a pena?

Meus pensamentos começam a confundir e eu sinto vontade de ficar só, levanto da cama devagar, visto uma bermuda e vou até a sacada. A noite estava fria e eu sentia aquilo no meu rosto, mas aquilo me fazia bem, aquele ar gelado parecia aliviar algo em mim que nem eu sabia.

Fiquei ali perdido nos meus pensamentos e nem dei por conta do tempo. Meu corpo já estava frio e meus ombros pesavam, estava com uma sensação de mal estar horrível, como se algo me sufocasse, até sentir algo quente me envolver e então ouvir a voz doce da Maria invadir meus ouvidos.

- Lucas, ta tudo bem? - Ela pergunta abraçada em mim.

- Uhum. - Respondo ainda de costas pra ela. - Por que não está na cama?

- Acordei e não te achei. Fiquei preocupada e vim te procurar.

Me virei de frente pra ela e então percebi que ela estava vestida com minha camiseta, meus pensamentos ficaram mais confusos e novamente meu coração disparou. Que droga essa menina ta fazendo comigo?

- Ta tudo bem mesmo? - Ela me pergunta e eu podia notar que estava preocupada.

- Sim.

- Não está sentindo nada? Dor de cabeça, calor, frio...

- Nenhum desses. - Ela me olha confusa. - Acho que o que eu tô sentindo é mais uma angústia.

- Lucas? - Sua expressão era de pura preocupação.

- Ta tudo bem. - Sorrio.

Ela me abraça com força e eu levo a mão no seu cabelo, ela realmente se tornou muito especial pra mim e eu não sei como lidar com isso, é difícil pra mim que nunca consegui manter relacionamentos sólidos estar tão próximo de alguém.

- Tem ideia de que horas é? - Sua voz interrompe meus pensamentos.

- Deve ser umas seis da manhã. - Respondo.

- O sol já vai nascer.

- Quer assistir comigo? - A convido. - Quer dizer se você quiser.

- Claro. - Ela sorri e eu a abraço novamente.

Ficamos ali na sacada abraçados, mas agora eu não sentia mais tanto frio, Maria e seu calor estavam pra me esquentar. Eu não queria sentir nada por aquela menina, não queria mesmo, mas era mais forte que eu e se eu simplesmente a deixasse ir embora sofreria no dia seguinte.

- Desculpa por ontem. Desculpa por ter falado daquele jeito com você. Eu sei que você merece mais do que aquilo. - Digo.

- Não tem problema Lucas. Todos estávamos alterados. - Me consola e eu sinto vontade de gritar.

A aperto ainda mais naquele abraço e dou um beijo no topo da cabeça. Suspiro pesado mas sinto que algo ainda estava preso em mim.

- Eu te amo. - As palavras saem da minha boca sem perceber.

- O que? - Ela solta do abraço e me olha confusa.

- Desculpa te assustar, mas se eu não dissesse eu iria sufocar. - Me explico.

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