Idiota || XLV

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Dancei.
Essa foi a palavra da noite.
Dancei com gente desconhecida,
Fiz coreografia,
Pulei enquanto dançava,
Cantei
E me esqueci tudo que podia me fazer mal.

Meus pés não aguentavam mais o salto alto e minha barriga doía de tanto rir. Não consigo me lembrar da última vez que me diverti tanto, Mauro e Júlia eram muito engraçados juntos e não me abandonaram nem um segundo sequer naquela noite e eu estava muito grata por isso.

A noite foi tão agradável que em um certo momento esqueci do Lucas e o perdi de vista, estava muito feliz pra me importar com ele.

- Vamos embora por favor, meus pés não aguentam mais. - Implorei.

- Vamos por que o Mauro ta com cara de cansado. - Júlia disse e começou a rir.

- Sim, a culpa sempre é minha. - Ele reclama.

- Ok, eu admito. - Levantei as mãos como se me rendesse. - Não tenho pique de uma adolescente de 14 anos.

- Nem eu. - Júlia diz e abraça Mauro. - Vamos por favor.

- Ta, vamos. - Ele diz e em seguida vamos em direção a rua.

Ficamos esperando um táxi passar pra podermos ir embora, Júlia e Mauro começam a trocar carinhos enquanto eu ficava falando sozinha.

- Tava demorando pra eu segurar vela. - Disse e os dois riram.

- Quer companhia pra isso? - Ouço uma voz atrás de mim e me viro vendo Lucas e Christian.

- Lucas, você ainda está aqui. - Digo admirada.

- Sim, estou. - Ele responde. - Chris essa aqui é a Maria, uma amiga minha.

- Oi, tudo bem? - Christian me cumprimenta e em seguida olha pra Júlia constrangido.

- Tudo ótimo e com você? - Respondo sorridente.

Ele balança a cabeça em sinal de positivo e abaixa logo em seguida. Eu sei que a presença da Júlia ali não o deixava confortável, pelo que ela me contou naquela noite eles brigaram.

- Não sabia que você vinha pra balada sozinha. - Lucas fala pra mim. - Não vi ninguém com você quando chegou.

- Pois é né. - Não sabia o que responder.

- Achei muito engraçado você aparecer aqui sendo que é longe pra caramba da sua casa. - Ele me desafia e eu não sabia o que falar.

- Eu que convidei. - Júlia se intromete. - Depois daquela noite que ela dormiu lá em casa nós ficamos amigas e hoje eu convidei ela pra vir aqui comigo e com o Maurinho.

Lucas balança a cabeça e me olha enquanto morde os lábios. Um silêncio constrangedor paira sobre nós mas logo é quebrado pelo Mauro chamando um táxi, Júlia segura minha mão e tenta me levar junto com eles em direção ao veículo parado próximo a nós mas Lucas segura meu outro braço me fazendo parar.

- Maria e eu vamos dar uma volta, né? - Lucas sonda meus olhos esperando uma resposta.

- Maria... - Júlia tenta chamar minha atenção.

- Tudo bem Júlia. - Digo e ela suspira.

- Ok, eu já vou então. Qualquer coisa me liga. - Ela diz e sai junto com o Mauro.

Lucas e Christian se despedem e nós vamos embora.
Já dentro do carro Lucas e eu não trocamos nenhuma palavra, vou olhando pela janela e reconheço o lugar onde estamos indo.

- Seu prédio? Pensei que fosse me levar em outro lugar. - Digo.

- Pois é. É que está tarde e não temos muitas opções. - Ele diz estacionando o carro na garagem e abrindo a porta. - Vamos?

- Claro. - Respondo.

Subimos até o apartamento do Lucas e eu fico me questionando se estou arrependida ou não. Ele abre a porta e da espaço pra eu passar, o lugar já era conhecido pra mim.

- Agora pode falar. - Lucas rompe o silêncio entre nós.

- Falar o que? - O olho e vejo ele escorado na mesa do computador.

- Que você só foi naquela balada hoje pra me vigiar. - Ele morde os lábios e da um sorriso.

- O quê? Você ta louco. - Reviro os olhos e guio meu olhar pra outro lugar cortando o contato visual com ele.

- Eu entendi tudo Maria. A Júlia chegou lá, me viu e mandou mensagem dizendo pra você ir pra lá também.

- E se fosse? - O encarei.

- Você não acha que está com muita marcação emcima de mim sendo que nós não temos nada? - Ele se aproxima de mim e eu dou dois passos pra trás.

- Você é ridículo. - Vou em direção a porta.

- Maria, não precisa ficar assim, você viu eu não fiquei com ninguém hoje. - Ele disse e eu me virei pra trás.

- Eu nem prestei atenção em você.

- Mas eu prestei em você. - Ele chegou tão perto de mim que eu sentia até o seu coração bater. - Vi a forma como você me olhou quando chegou e posso garantir pra você com todas as letras que você estava ali por minha causa.

- Você é um idiota, arrogante e egocêntrico. Eu me arrependo muito de ter vindo pra cá. - Coloquei a mão na maçaneta mas ele segurou meu braço e me puxou pra ficar de frente pra ele.

- E porque você está aqui então? - Ele pergunta e eu não tenho nada para responder, então depois de um tempo de silêncio a gente se beija.

Eu até tentei me desvencilhar dele, mas ele me puxou pra mais perto ainda e então percebi que por mais que eu lutasse contra isso, era o que eu mais queria. Eu poderia ir embora aqui, mas estaria mentindo pra mim mesma, então naquele momento me entreguei a ele.

- Você tá tornando mais especial do que eu podia imaginar. - Ele cochicha.

Eu abro os olhos devagar e vejo que ele estava com uma expressão séria, como se reprovasse algo, sorrio e dou um beijo na sua bochecha, o abraço e sinto seu coração acelerar.

Tinder - T3ddyWhere stories live. Discover now