capítulo-45

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Arregaço as mangas do casaco enquanto caminho pelo palácio em direção ao salão principal, no caminho encontramos Will saindo do quarto:

- Pelo menos você não vamos precisar te jogar da cama- desdenha Caio.

Dou uma risada sarcástica e continuamos o caminho, quando entramos no salão somos recebidos por Warner, um senhor, o atual presidente do conselho enquanto Poe não tem idade suficiente, ele está sentado no trono, enquanto meu irmão o rodeia segurando papéis e mais papéis, quando ele me lança um olhar de preocupação, antecipo uma má notícia:

- Garotos- fala estendendo os braços- precisamos da ajuda de vocês.

Olho para os três, Tibério dá uma risadinha e faz uma reverência exagerada:

- O que deseja meu senhor?

Balanço a cabeça em negação, e o homem continua:

-Estamos tendo uma agitação na floresta encantada com as árvores púrpuras.

Sinto um arrepio no corpo e olho para os garotos que agora estão sérios:

- O que aconteceu?

- Um pequeno esquadrão de cinco homens entraram na floresta... e não voltaram.

- Então vocês querem que nós vamos atrás deles?- falo inclinando a cabeça.

- E que destruam seja lá o que for que está perturbando o local.

Assentimos olhando um para o outro.

Quando estamos pegando os cavalos no estábulo para nos dirigirmos a floresta, vejo Poe nos aguardando na saída, quando ele me vê, me puxa para um abraço tão forte que tira o ar dos meus pulmões:

- Me prometa quê vão tomar cuidado.

-Calma- falo o afastando e lhe dando um sorriso- vamos estar juntos, e vamos voltar inteiros.

- Além do mais- fala Tibério passando o braço pelo meu pescoço-vamos cuidar dele.

Faço uma careta, mas ele parece mais aliviado.

A Medida quê nos aproximamos do portão, vários outros guardas vem nos perguntar o que vamos fazer, não olho para eles, mas sinto seu olhar em minhas costas:

- Esse novato vai com vocês?

Dessa vez me viro para encara-lo:

- Vai sim- responde Will- algum problema?

- Tem sim- fala um deles se apoiando em uma árvore- ele só vai atrapalhar vocês.

- Ele é melhor que muitos de vocês.

- Não parece.

Me preparo para descer do cavalo e dar-lhe um soco, mas sou segurado pelo braço de Caio:

- Não perca seu tempo- fala me olhando- vamos.

Seguimos pelo portão ouvindo as risadas atrás de nós.

-Não ligue para eles- fala Caio segurando meu ombro- são uns otários.

Aperto os pés no tronco do cavalo o instigando a correr mais rápido.

Sinto meu corpo formigar ao me aproximar do portão de espinhos, literalmente, quando as árvores começam a mudar de cor, de verde para um roxo púrpura, espinhos vindos das próprias árvores se entrelaçam, formando um enorme portão:

- Como vamos entrar?- indago me virando para trás.

- Passando- responde Tibério se aproximando do muro de espinhos.

1- Crônicas Elementares - Água E FogoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora