Capítulo 14 - Passagem Sem Volta

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A Floresta Mimosa estava plena, emitindo sua vida através daquelas exuberantes árvores

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A Floresta Mimosa estava plena, emitindo sua vida através daquelas exuberantes árvores.

Ali, bem no meio dela, entre árvores minúsculas para os grandes e de copas robustas e coloridas, cinco crianças estavam dormindo em volta de uma fogueira, que agora só existia brasas que estavam se esvaindo. Não era um lugar confortável para dormir, com certeza não. O chão estava cheio de cascalho e pedras pequenas que causavam dores agudas nas costas, mas com o tempo e muito paciência — e cansaço também, deve-se mencionar — era possível se aconchegar nos braços aquecidos dos sono.

Tonto foi o primeiro a abrir os olhos, pois os raios do sol chamavam por ele, e seu corpo queria mais daquela sensação de calor. Sentindo os efeitos de mais uma noite dormindo ao ar livre, ele se espreguiçou esticando os braços para o alto e quando olhou para o céu, viu que ele ainda estava rasgado por aquela estranha mancha, que na noite anterior era algo que subia e de repente desapareceu. Naquele momento, era uma linha grossa como se fosse fumaça, que marcava o céu azul da alvorada.

Seus primeiros pensamentos foram direcionados aos seus pais. Tonto sentia um nó se formar em sua garganta ao lembrar a última vez que vira o rosto de sua mãe, não precisava lutar contra lágrimas em seus olhos, pois elas apareciam sem que ele pudesse notar. Em seguida, lembrou de Goque e sua mente quase o obrigou a correr para sair dali imediatamente, para encontrar com seu amigo do outro lado da Floresta Mimosa, como haviam combinado.

— Oh, Goque! Espere por mim! — ele disse, quase como se o próprio papa-cristal estivesse bem na sua frente, e Tonto podia sentir sua presença.

Depois foi a vez de Halva despertar. Se sentia zonza, um pouco aérea e logo olhou para o céu, vendo o mesmo que Tonto.

— Você tem alguma ideia do que pode ter sido isso? — ela perguntou.

— Não sei, mas olhando assim durante o dia, parece assustador.

Ela concordou balançando a cabeça e de pronto, ficou de pé.

— Tem coisas muito confusas acontecendo. Bom — ela deu tapas no vestido para tirar toda a terra. — Precisamos seguir. Quanto antes sairmos dessa floresta, melhor será. Afinal, estamos minúsculos aqui. Flora! Olati, acordem!

Os dois resmungaram e se esticaram no chão, preguiçosos e despreocupados, perdidos em seus sonhos floridos. Corteo no entanto, não precisou ser chamado, pois quando ouviu as vozes de Halva e Tonto, se sentou e abraçou as pernas em silêncio, olhando ao redor. Ele tivera uma noite não muito agradável, pois os pesadelos com sua mãe não o deixaram descansar bem. Ele faria qualquer coisa para saber como ela estava, visto que possivelmente estaria nas mãos do Ancião Margor e isso era terrível. Se pudesse ao menos saber como ela estava, oh, ele ficaria aliviado se soubesse que sua mãe estaria segura.

— Corteo? Está tudo bem? — Halva tocou em seu ombro e já havia alguns segundos que ela chamava por sua atenção sem obter resultados.

— Sim, estou bem! Já estamos de partida?

O Inventor de EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora