Capítulo 58 - O sábio e a Harmonia

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Lá fora, o sol se fazia opaco e os girassóis todos mortos traziam uma sensação ainda mais triste a tudo que se pudesse ver

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Lá fora, o sol se fazia opaco e os girassóis todos mortos traziam uma sensação ainda mais triste a tudo que se pudesse ver. Vozes distantes começaram a ganhar mais intensidade e rapidamente o Inventor se escondeu quando percebeu que uma multidão apressada passava pela rua. Mulheres, crianças, idosos e jovens, homens fortes e fracos em uma procissão animada e cheia de música. As vozes em uníssono diziam:

— Ele apareceu novamente! Nossa esperança! Nossa salvação está aqui!

Quando ouviu também aquelas vozes, Tonto levantou apavorado temendo que tivessem encontrado o Inventor e isso não seria nada bom. Os dois meninos saíram para fora e encontraram o Inventor agachado atrás de ruínas e ele também observava a multidão se indo.

— Eu achei que estavam falando de você – disse Tonto ainda com lágrimas e uma voz muito pesada.

— Não, eles não me viram. Estão indo para lá, naquela direção. O que está acontecendo?

— Vamos descobrir agora. Venham comigo.

Os três seguiram a multidão sempre distantes e fingiam, às vezes, fazer parte de tudo aquilo. Tonto sabia para onde estavam indo, era para a praça central em formato de Sol, onde as ruas eram douradas, mas, tudo estava diferente agora. As casas estavam em sua maioria, vazias, saqueadores escondidos em becos, as mesmas ruas que um dia foram tão amarelas pareciam sem vida. Seu susto foi ainda maior quando chegaram ao centro do Vale do Verão pois a decadência, o abandono e as ruínas eram aterradoras. Uma grande tenda de lona dourada e esvoaçante estava montada em um ponto circular e ao redor, a multidão de pessoas tão diversificada esperava por algo. Da tenda saiu um homem vestido de prata e muitas pedras preciosas e carregava na mão um pedaço de manuscrito ao qual leu em alta voz:

— Preparem-se, Hagarianos, pois a esperança voltou a este lugar! Seus corações estão estarrecidos com as atuais tragédias, mas a salvação se aproxima. Mantenham em seus espíritos toda a esperança. O Sábio falará com cada um de vocês.

Todos aplaudiram, exaltaram e cantaram músicas de seus lares ou tocaram flautas.

— Quem é esse tal de Sábio? – indagou o Inventor um tanto que ofendido para os dois meninos.

— Eu nunca ouvi falar dele. Nem mesmo o vi. Muita coisa mudou aqui – respondeu Tonto mirando a grande tenda e a fila que se formava onde pessoas cheias de esperança aguardavam para entrar e consultar o Sábio. — Eu vou entrar lá e procurar entender o que está acontecendo aqui.

— E seus pais, Tonto? – perguntou Nenonimio.

— Fiquem escondidos, os dois – foi sua resposta. — Ninguém pode descobrir de onde viemos ou quem somos.

O tempo passou e já era final de tarde quando Tonto finalmente estava prestes a ser atendido. A mulher que estava à sua frente adentrou na tenda e saiu de lá com feições de alegria assim como havia acontecido a todos os outros. Chegando a sua vez, no entanto, foi impedido de passar pelas mãos do mesmo homem vestido de prata.

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