Ainda diante da porta trancada, iluminado pela luz fraca que entrava por uma pequena janela no cômodo, Tonto chorava de raiva, revolta e várias coisas indefinidas. Suas mãos doíam devido os inúmeros socos dados na madeira grossa sem obter nenhum sucesso. Halva estava distante, também irritada e perdida na situação. Flora e Olati nada quiserem fazer além de choramingar pela situação lastimosa em que estavam. Sentado contra uma parede, Corteo resmungava coisas inaudíveis e totalmente desconexas.
— Eu queria ter avisado antes — ele disse em alta voz.
— O que aconteceu com você? Por que voltou? — indagou Halva olhando-o de canto.
— Eu não voltei! Nem mesmo consegui sair desse lugar. Eles estavam vigiando tudo, quando dei o primeiro passo, tentaram me segurar. Eu corri para longe, mas não foi o suficiente. Quando me trouxeram de volta, aquela mulher maluca me puxou a orelha e me obrigou a sentar naquela mesa!
— Ela bateu em você?
— Ela é malvada! E tem algo muito ruim para acontecer aqui, a cerimônia vai ser usada para isso.
Halva se arrepiou e olhou para Flora ao lado.
— Não podemos ficar chorando aqui, temos que sair — disse determinada.
— Estamos trancados! — retrucou Tonto. — fomos enganados!
— Sim, Tonto! Fomos enganados, mas ainda precisamos tentar sair daqui.
Ela olhou em todas as direções e ponderou, mas infelizmente não havia saída alguma. A janela por onde a luz entrava era tão pequena que nem mesmo um gato seria capaz de atravessá-la e ainda havia a grade de ferro. A única saída era a porta. Halva pensou e pensou, mas não havia nada ali que pudesse os ajudar.
O tempo passou e embora eles não tivessem a menor noção do que estaria prestes a acontecer, logo tiveram terríveis teorias sobre seus destinos e conforme o silêncio se fazia duro e cada vez mais insuportável, seus corações também se apertavam, assim como suas gargantas em um nó de medo e incerteza.
A agitação na cidade se fez ainda maior. Por todos os lados, homens passavam apressados, empurravam, martelavam e tiravam do lugar. Ama supervisionava tudo e gritava ordens estridentes aos quatro ventos. Tudo deveria estar pronto o quanto antes. Subindo no palco, onde já estavam colocando sua poltrona, e que ainda estava passando por ajustes, gritou por Covárdia e a viu surgir de imediato.
— As crianças estão seguras? — indagou.
— Sim, estão onde não podem sair — respondeu Covárdia, tratando de manter a voz firme. — Quando devo tirá-las de lá?
— Somente quando eu der a ordem! — disse Ama rispidamente. — Eu estava pensando em subir até a esfera. Gostaria de verificar se está tudo bem com a fonte e o transmissor. Mas farei melhor, vá você! Quero que suba até lá, converse com ele, anime-o e diga-me se há algo de errado.
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O Inventor de Estações
Fantasy🏆 VENCEDOR "THE WATTYS AWARDS 2019" NA CATEGORIA FANTASIA 🏆 🏆 1º Lugar no Concurso Wattpad Brasil - Fantasia 🏆 ✨🌻 Sinopse: Há algo errado com o mundo de Haga, por todos os quatro Vales crianças estão desaparecendo sem deixar qualquer vestígio...