Capítulo 22 - Desventuras em série. Parte II

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Ainda diante da porta trancada, iluminado pela luz fraca que entrava por uma pequena janela no cômodo, Tonto chorava de raiva, revolta e várias coisas indefinidas

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Ainda diante da porta trancada, iluminado pela luz fraca que entrava por uma pequena janela no cômodo, Tonto chorava de raiva, revolta e várias coisas indefinidas. Suas mãos doíam devido os inúmeros socos dados na madeira grossa sem obter nenhum sucesso. Halva estava distante, também irritada e perdida na situação. Flora e Olati nada quiserem fazer além de choramingar pela situação lastimosa em que estavam. Sentado contra uma parede, Corteo resmungava coisas inaudíveis e totalmente desconexas.

— Eu queria ter avisado antes — ele disse em alta voz.

— O que aconteceu com você? Por que voltou?  — indagou Halva olhando-o de canto.

— Eu não voltei! Nem mesmo consegui sair desse lugar. Eles estavam vigiando tudo, quando dei o primeiro passo, tentaram me segurar. Eu corri para longe, mas não foi o suficiente. Quando me trouxeram de volta, aquela mulher maluca me puxou a orelha e me obrigou a sentar naquela mesa!

— Ela bateu em você?

— Ela é malvada! E tem algo muito ruim para acontecer aqui, a cerimônia vai ser usada para isso.

Halva se arrepiou e olhou para Flora ao lado.

— Não podemos ficar chorando aqui, temos que sair — disse determinada.

— Estamos trancados! — retrucou Tonto. — fomos enganados!

— Sim, Tonto! Fomos enganados, mas ainda precisamos tentar sair daqui.

Ela olhou em todas as direções e ponderou, mas infelizmente não havia saída alguma. A janela por onde a luz entrava era tão pequena que nem mesmo um gato seria capaz de atravessá-la e ainda havia a grade de ferro. A única saída era a porta. Halva pensou e pensou, mas não havia nada ali que pudesse os ajudar.

O tempo passou e embora eles não tivessem a menor noção do que estaria prestes a acontecer, logo tiveram terríveis teorias sobre seus destinos e conforme o silêncio se fazia duro e cada vez mais insuportável, seus corações também se apertavam, assim como suas gargantas em um nó de medo e incerteza.

A agitação na cidade se fez ainda maior. Por todos os lados, homens passavam apressados, empurravam, martelavam e tiravam do lugar. Ama supervisionava tudo e gritava ordens estridentes aos quatro ventos. Tudo deveria estar pronto o quanto antes. Subindo no palco, onde já estavam colocando sua poltrona, e que ainda estava passando por ajustes, gritou por Covárdia e a viu surgir de imediato.

— As crianças estão seguras? — indagou.

— Sim, estão onde não podem sair — respondeu Covárdia, tratando de manter a voz firme. — Quando devo tirá-las de lá?

— Somente quando eu der a ordem! — disse Ama rispidamente. — Eu estava pensando em subir até a esfera. Gostaria de verificar se está tudo bem com a fonte e o transmissor. Mas farei melhor, vá você! Quero que suba até lá, converse com ele, anime-o e diga-me se há algo de errado.

O Inventor de EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora