CINQUENTA E SETE

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  — Você vai ficar bem? — Keller me perguntou pela quinquagésima vez e Fragoso riu. 

  — Caso alguém resolva me sequestrar, ela te chama. — Guilherme apertou minha mão e só a ideia de o levarem de mim, me fez sentir um apertãozinho no peito.  

  Alexander fez uma careta, revirando os olhos. 

  — Se alguém te sequestrar, vão te devolver. — retrucou, brincando de soquinhos com o Gui. Pareciam duas crianças, eu só conseguia rir. — Cuide bem dessa joia, raro são os homens que conseguem permanecer com uma Whiter... — o tom dele ficou meio melancólico, mas logo após, ele soltou um pequeno sorrisinho diretamente para mim. — Se a sua filha puxar metade da sua beleza, dará dor de cabeça ao Fragoso. 

Ai gente, se eu não amasse tanto essa criatura que está praticamente apoiado em mim e quase me derrubando, eu estaria apaixonada pelo Alexander desde o primeiro sorriso despretensioso que havia me lançado. Ele parecia ser perito em seduzir calado e sem perceber. 

  — Se você fosse embora sem soltar esse seu charme de Don Juan misturado com Casablanca em cima da minha mulher, diria que tinham te abduzido. — Guilherme realmente parecia não se preocupar com ele, me olhando fixamente. — Ele te afetou? 

Neguei.

  Alex riu, pegando minha mão para beijar.

— Eu estou brincando, Joy. —  esses olhos de cores diferentes eram de propósito? Algum tipo de hipnose? Pois eu me sentia meio perdida e... — Mas se quiser que seja verdade, é só falar. — a voz dele abaixou e eu tive que concentrar muita força mental para conseguir me livrar daquilo.

Fragoso estava com os braços cruzados, no entanto, não havia bico. 

Eu ainda estava desnorteada e sem entender muita coisa. 

—  O Alexander é perito nisso. — explicou. — Antes de colar a bunda na cadeira e virar esse chefe chato e sedentário, era um Agente Especial fodão que vivia seduzindo as criminosas por aí, fazendo-as mostrar bem mais que os segredos. — ambos riram, se entreolhando como se mantivessem uma piada interna. — Lembra quando eu passei quase um mês fora e o meu pai quase surtou? — perguntou e eu assenti.

Lembrava bem. 

Foi após a formatura dele da faculdade, Sr. Fragoso passou semanas agoniado sem saber o paradeiro do filho rebelde. E no fim, descobrimos que o Guilherme tinha usado o resto do dinheiro da Universidade, — o que havia sobrado — para fazer uma viagem para o Caribe. 

  — A viagem para o Caribe foi com...

Alexander assentiu, mexendo na graveta com um sorriso que até agora, foi o mais safado que vi depois do Fragoso.

— Comigo e umas amigas. 

Semicerro os olhos.

— Devo te considerar um mal caminho para o seu amigo?— cruzo os braços.

Keller lambeu os lábios.

— Acho que o que ele tem em casa já é bom demais para ele perder tempo na rua. — piscou e eu me senti a mulher mais gostosa do recinto, mesmo sabendo que minha barriga vai ficar enorme e eu vou inchar uns eni quilos. 

Guilherme tossiu, parecendo prender uma risada.

— Se eu não confiasse tanto em você, diria que está afim de levar uns socos, Alex. — o empurrou, sorrindo. — Mas como eu te amo, acho que quem está sobrando é a minha esposa.. Qualquer dia eu dou uma passadinha lá... — afeminou a voz, acariciando o peito do Alex coberto pelo terno caro.

  Ok, agora entendi, Senhor!  Minha missão de vida, atualmente, é voltar todo o caminho do Fragoso à procura dos parafusos que ele perdeu. Pense em um homem doido, viu.

  —  Mas, amor... — Keller segurou a mão dele. — Eu preciso relembrar os velhos temp...

Ergui as duas mãos. 

  — OK. PAREM! — eu ri, mas estava preocupada. — Vocês merecem o Oscar, porque eu estava começando a me sentir  bem traída. 

Alex estalou a língua.

— Essa última palavra não teria um "a" na frente? — debochou, os lábios rosados convertidos em uma provocação muda. 

Guilherme enrugou a testa.

"A-traída"? — perguntou. 

Alexander revirou os olhos.

Nãooooo, Fragoso. — negou veemente. — É "A-anta" — separou a pronúncia. — Que é o que você é! — murmurou e eu só vi a briguinha de primário começar de novo. Tá bom, admito, esses dois parecem ter sido predestinados a serem amigos. Quando pararam, Alex o abraçou forte. — Vou sentir tua falta, mas assim quando essa menininha nasc...

Novamente, me senti disposta interromper.

   — Caralho, porque todo mundo diz que vai ser menina?! — resmungo. —  É bom que, de teimosia, Deus vá e mande um garotão! — abanei as mãos. Quem já se viu? Ficar adivinhando sexo de bebês.  Se eu quiser resultados imparciais e ser roubada, vou em uma cartomante de Circo. 

Os dois sorriram.

  — Já começou. — Guilherme murmurou. 

 —  O quê? 

Keller meneou a cabeça.

 — Seus hormônios. — assoviou. — É com essa deixa, que eu me vou. — me puxou para um abraço e eu até tentei filtrar mas.... Porra, que home cheiroso! — Se cuide bem! Você é da família agora. 

Ao me soltar e fazer a mesma coisa com o Fragoso. 

  — Em breve, voltarei. 

Guilherme sorriu.

— Se possível acompanhado! — belisquei o braço do Fragoso, o Keller nos olhou ao entrar no carro dirigido por um motorista. — E agora? — se virou para mim, pgando minhas duaase

Suspirei.

  — Quero ir pra casa e...

Ele sorri.— E,, 

— Falar com o Nik e comer uma pzza com abacaxi. Já fez o pedido? 

O Sabor Dos Seus Lábios - As Whiter'sWhere stories live. Discover now