" Não é como se você se importasse "

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Acordei com o som dos meus batimentos cardíacos. Pisquei algumas vezes para ter certeza de que havia acordado e suspirei. Havia ido para o hospital novamente, eu deveria ter aguentado mais tempo, sou inutil até nisso.  Meus olhos foram para meus pulsos e eu os vi cobertos de gazes, olhei para os lados e meus olhos se prenderam no por do sol.  Jeongyeon amava observar o por de sol, lembro-me que  nós nos sentava-mos no telhado de sua casa para observá-lo, para ela o por do sol era a coisa mais pura que poderia existir em um mundo cheio de raiva e ódio como o nosso.   

Eu amava e admirava isso nela, a forma como ela apreciava as coisas mais simples que existiam no mundo.

Minhas lágrimas voltaram a tona, mais fortes e mais doloridas. A dor que eu sentia em meu coração era demais, tudo o que eu queria era morrer. Minha mão raspou levemente no armarinho ao lado da maca e eu senti o leve contato de meus dedos com o papel. Franzi o cenho e direcionei meu olhar para o local, em cima do criado mudo um papel de cor amarelada ( um representativo de velho) brilhava sob a luz da lampada e gritava meu nome. 

Peguei-o em meus dedos e o apertei contra mim, senti o cheiro de minha amiga saindo do papel e voltei a chorar, aquela era a despedida dela. 

























Autora 

A senhora Kim estava preocupada com sua filha. Ela andava de um lado para o outro na sala de espera do hospital. Havia roido todas as unhas existentes em seus dedos, apenas pelo nervosismo. Seu marido, o senhor Kim, se encontrava sentado em uma das cadeiras com cara de poucos amigos, mais ao longe Kwon Yuri derramava lagrimas, lagrimas sofridas enquanto era amparada por uma Jessica triste. Tiffany Hwang, a em carne e osso, aparentava estar triste, pois estava encolhida em um canto do hospital com o rosto entre as pernas e a cabeça coberta pelos longos braços. Im Nayeon estava em uma maca na sala ao lado, ela havia desmaiado logo depois de Taeyeon, ela não havia aguentado tudo o que acontecera. 

Yoo Chaeyoung, junto de sua namorada Myoui Mina, tentavam de todas as formas acalmar a senhora Kim, afirmando que Taeyeon ficaria bem. A Yoo mais nova cogitou a ideia de contar para a mãe da menina que  não era a primeira vez que ela havia ido para o hospital, mas preferiu ficar quieta, se Taeyeon não havia contado era por que havia motivo para tal. 

A senhora Kim só foi se acalmar quando o medico chegou, mas a calmaria não durou muito tempo. 

"- E-Ela está bem doutor? - Perguntou a senhora Kim com a voz tremida de  nervoso e desespero.- Me diz que a minha menininha está bem."

O medico a olhou com um certo pesar, mas deu um leve sorriso 

" - A menina Taeyeon está em ótimo estado - disse ele, era o mesmo medico que havia cuidado de Taeyeon no dia do estupro - conseguimos costurar seus pulsos e precisamos fazer uma transfusão de sangue, já que ela perdeu muito sangue por conta dos cortes. - ele fez uma pausa e logo continuou - Fizemos alguns exames e constatamos que sua filha tem depressão profunda."

A sala de espera entrou em um silencio mortal.

" Acredito que não é a primeira vez que ela tentou se matar. - disse o medico - e pelo estado em que ela se encontra, parece que ela deixou de se alimentar adequadamente há muito tempo.  As crises de depressão dela, eu suponho, aparentam ter começado à algumas semanas, por conta dos cortes. Alguns já estão cicatrizados e outros se cicatrizaram porém foram reabertos. - Ele suspirou pesaroso - a depressão dela está em estagio avançado e isso pode ser perigoso". 

" - Como podemos ajudá-la? - Perguntou a senhora Kim com a voz embargada - Eu não entendo, a Tae nunca deu indicios de ser depressiva nem nada, como pode ser possivel?"

" - Geralmente, as pessoas depressivas não demonstram serem depressivas - ele hesitou -  a maioria das vezes eles se fecham para não preocuparem os familiares, não gostam de expor suas dores e, muitas v ezes, só pedem ajuda quando estão prestes a cometer uma atrocidade, como tirar a propria vida. - ele suspirou - vocês podem começar a se mostrarem presentes e preocupados com o estado dela. Uma boa convivência familiar e idas semanais em uma psicologa poderiam ajudá-la bastante." 

O senhor Kim se levantou e deu um sorriso nervoso na direção do doutor. 

" - Faremos de tudo para ajudá-la - disse ele, aparentemente preocupado -  ela terá que tomar algum remédio? Poderia nos recomendar algum psicologo? Eu realmente não quero que  nada de ruim aconteça com a minha filha." 

O medico abriu a boca para respondê-lo, mas fora cortado por uma voz feminina 

" - Não é como se você se importasse - disse Dahyun de forma amarga - Não é mesmo appa?"    

Depression Where stories live. Discover now