As Crônicas de Rayrah Scarlett: Mistérios em Mondian [RETIRADA EM 25/01/22]

Capítulo 23

Defendo o chute com o antebraço, uso a outra mão para atingi-la na barriga, Lince defende segurando a mão rapidamente torcendo meu braço, quase quebrando-o. Meus reflexos estão mais rápidos, percebo quando dou um coice do joelho dela que fraqueja e me dá brecha para me soltar. Continuamos arduamente durante longo tempo; nenhuma das duas quer desistir; nenhuma fica cansada, apesar de uma gota de suor escorrer pela testa de ambas.

Depois de uma onda de ataques facilmente interceptados finalmente a acerto, um soco no rosto, sua cabeça ricochetea para trás e quando volta sua boca está sangrando com um corte no beiço. Voltamos a dança de ataques e defesas. Sou acertada não-sei-nem-como e caio no chão sentada, ela faz um som de "tsc-tsc" com a língua em reprovação. Lince joga um par de espadas na minha direção e eu pego uma delas com destreza. Ela é incrivelmente rápida, a ponta de sua espada está no meu pescoço e eu rolo para trás fugindo de seu alcance, uso o peso das pernas para ficar de pé, algo que aprendi a alguns dias atrás e me posiciono com a espada.

Voamos na direção uma da outra, tenho treinado mais do que todos. Passei a noite e a madrugada treinando meus poderes com Lince, mas não me sinto nenhum pouco cansada. Com um velocidade inacreditável ela desvia de todos os golpes, estamos treinando com espadas reais, afiadas, cortantes e mortais, Lince nunca se importou com isso mas sabemos que se você errar a mira pode arrancar a cabeça de alguém.

Me especializei em tirar espadas das mãos do meu oponente, é quase automático, arranco a espada dela com a ponta da minha numa distração e a faço recuar girando ambas as espadas na sua direção.

- "O aprendiz supera o mestre." - repito as palavras de algum personagem do qual o nome não me lembro. Mas o sorriso de ponta a ponta no rosto diz exatamente o contrário, vejo tudo se desenrolar tão rápido que mal consigo acompanhar. Rápido como um vulto ela chuta minha mão e faz com que a espada voa alguns metros, derrapando sonoramente pelo chão. Ainda no ar e um segundo depois ela chuta minha mão e a espada vai parece planar sobre nossas cabeças e cair como um cometa até que Lince a agarra. Como num passe de mágica eu fico completamente desarmada.

- Você ainda tem muito o que aprender. - ela diz fazendo um circulo no ar com a espada apontada para mim. Uma idéia surge na minha cabeça e se isso fosse um desenho animado teria uma lâmpada brilhante sobre mim. Dou três passos rápidos e minhas botas derrapam enquanto passo pela espada e a agarro, levanto o mais rápido que posso e Lince parece ignorar o fato de que ela pode me matar de verdade nesse treino, e simplesmente começa a golpear com mais afinco, abrindo um corte pouco profundo perto do meu pescoço.

Nunca ganhei dela antes mas dessa vez estou otimista.

As espadas se chocam por cima de nossas cabeças, deslizam uma por cima da outra, e o peso de Lince está todo sobre a espada como se a gravidade estivesse infinitamente mais alta sobre ela.
As espadas deslizam novamente e se chocam, fagulhas são lançadas em todas as direções. Chuto a barriga de Lince e ela cambaleia, aproveito o momento para dar uma cotovelada e tomar sua espada. Ela limpa o sangue no nariz e olha para mim ainda caída no chão, as duas espadas estão apontadas para ela.

- Você tem melhorado bastante, Scarllet. - ela diz um uma expressão que não consigo identificar mas com certeza não é orgulho. - Mas ainda esquece que ainda que seu oponente esteja no chão, você não pode baixer a guarda. - caio no chão con um baque surdo, a rasteira que me deu quase me fez quebrar a perna, olho para cima e vejo uma espada apontada para neu peito e outra para minha garganta. A bota dela faz pressão sobre meu peito. - Chega por hoje. Vá tomar café da manhã e acordar o príncipe. - ela diz guardando a espada e estendendo a mão para que eu me levante.

Tiro o pó imaginário das minhas roupas e olho para a instrutora com cara de poucos amigos. Saio da Plataforma. Cumprimento com a cabeça alguns Militantes que vejo pelo caminho, como Zutap e Ronaw.