Capítulo 24

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Meus pulmões reclamam, minhas mãos tremem; minha mente está confusa e embaralhada. Lágrimas quentes irrompem a barreira que eu mesma criei para mim.

Dois braços me envolvem, e eu instintivamente apoio meu rosto na curva de seu pescoço e abraço o corpo que se pressiona contra o meu.

- Calma... - Dash murmura com voz suave. - Tudo ficará bem.

Não consigo falar, de alguma forma horrível esse sonho mexeu com meus sentimentos e pareceu juntar todos e transforma-los em lágrimas. Eu sei que ela está atrás de mim. Só pode ser ela.

Soluço compulsivamente e sugo o ar desesperada, minha visão parece mais embaçada do que debaixo d'agua.

- Shhh, Ray...Ray, olha para mim...Calma. - ele segura meu rosto e me faz olhar para ele. Uma expressão preocupada toma conta de seu rosto, ele volta a me abraçar, sinto a respiração quente dele na minha orelha e sinto o seu coração batendo junto do meu. Aos poucos me acalmo.

- Obrigada. - sussurro.

Não consigo ver seu rosto mas sei que ele sorri.

***

Tudo parece estranho. Não falei com Dash desde o acontecimento anterior, quando eu tive uma espécie de crise de pânico e ele me ajudou. Passei metade do dia no quarto, estudando o arquivo e estratégias para a missão.

A porta é aberta e eu vejo o príncipe sorrir levemente.

- Lince pediu que eu te chamasse. - ele diz simplesmente.

- Só um minuto. - peço e guardo a pasta debaixo do colchão.

Seguimos pelos corredores tão calados quanto pedras.

- Eu te acordei? - pergunto inocentemente com um suspiro.

- Hein?

- Eu te acordei ontem à noite? - repito a pergunta.

- Não, eu nem dormi.

- Porquê? - pergunto curiosa.

- Insônia, eu acho. Não sei. - ele diz dando de ombros. - Foi um sonho muito ruim?

- Foi estranho. - digo lembrando da parte onde ele se balançava, fitando os próprios pés. - E ruim. - completo lembrando de quando a voz falava na minha cabeça.

- Desculpe, não queria ter feito você lembrar. - ele pede ao notar minha expressão.

- Não tem importância, já passou. - dou um meio sorriso.

Chegamos à Plataforma e Lince está em polvorosa.

- Já arrumou o traje? Quantos objetivos têm? Qual a data? Quantos dias de viagem? Qual a provín - a corto antes que ela continue as perguntas.

- Já decorei tudo! Vou contar, acalme-se. - mando. Os olhos felinos dela brilham, parece mais animada do que eu. Conto cada ponto e cada vírgula que havia naquele arquivo.

- Vou mandar alguém cuidar dos mantimentos, dinheiro e disfarce. - ela diz consigo mesma. Agarra minha mão começando a correr, paramos em frente à mesa repleta de armas e quase caímos.

- O que vai fazer? - pergunto enquanto ela escolhe algumas cuidadosamente.

- Pintar um quadro! - ela diz com sarcasmo. Reviro os olhos e engulo a má resposta - Você vai precisar desta - ela pega uma faca de caça do tamanho do meu antebraço e me entrega - E disso - ela pega uma arma de fogo calibre 36 e também me entrega - Leve a sua adaga também. - ela orienta - Nada muito grande ou chamativo, queremos que você passe despercebida.

As Crônicas de Rayrah Scarlett: Mistérios em Mondian [RETIRADA EM 25/01/22]Where stories live. Discover now